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Como evitar a perda auditiva?

Atitudes simples do dia a dia preservam a audição e diminuem o risco de surdez

Por Samantha CerquetaniPublicado em 10/11/2022, às 11:33 - Atualizado em 25/05/2023, às 13:50
Foto: Shutterstock

Hoje é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. Estima-se que no Brasil pelo menos  60 milhões de pessoas apresentam algum tipo de perda auditiva.

Já a OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que mais de 1,5 bilhão de pessoas passam por algum declínio em sua capacidade auditiva, ou seja,  diminuição na audição que não é considerada deficiência, mas que pode evoluir com o tempo. 

As causas de perda auditiva variam bastante e há diversos níveis que variam de leves a severos. Entre fatores que provocam o problema estão questões genéticas, ambientais (como exposição a sons altos) e doenças crônicas como hipertensão, diabetes, inflamações no ouvido e traumatismos.

Sintomas mais frequentes e diagnóstico da perda auditiva

Geralmente, não há sintomas específicos que indicam a perda auditiva. É comum que o indivíduo perceba apenas quando apresenta dificuldade para ouvir conversas, a televisão ou precisa se esforçar muito para entender o que os outros falam. 

No entanto, podem surgir sintomas como: 

 

  • Falar muito alto;
  • Pedir para repetir o que foi dito e falar com frequência a expressão “o que?”;
  • Não responder quando chamado;
  • Assistir TV ou ouvir rádio com volume muito alto;
  • Ter dificuldades para compreender o que é dito em locais com ruído ou ao telefone;
  • Ter a sensação de que escuta, mas não entende;
  • Perceber o aparecimento de zumbido.

Durante a consulta médica e após o relato de sintomas, o profissional pode pedir testes para comprovar a perda auditiva. O mais comum é o de audiometria, que avalia a capacidade de audição e de reconhecer os sons. 

A audiometria investiga o menor som que a pessoa escuta. Sendo assim, mesmo que a pessoa escute bem, mas não tenha a audição normal, é possível detectar.  

Tipos de perdas auditivas

Existem diversos tipos de perda auditiva que afetam um ou ambos os ouvidos. Veja detalhes: 

Condutiva 

Surge quando há uma alteração mecânica no ouvido e as vibrações do som não passam do ouvido externo para o interno. 

Geralmente, acontece devido a alguma “barreira” na entrada do ouvido (como excesso de cera) ou perfuração no tímpano. Dá aquela sensação de som abafado. 

Neurossensorial 

É o tipo mais frequente e começa a partir dos 50 anos.  É causada pela lesão das células da cóclea, que transforma o estímulo mecânico (som) em um estímulo elétrico que vai para o cérebro, sendo irreversível na maioria das vezes. Ocorre por conta do envelhecimento, excesso de ruído, malformações congênitas e doenças.

Mista

É a combinação da perda auditiva neurossensorial com a condutiva. Nesses casos, há uma alteração na condução do som e também no nervo auditivo. 

Há como evitar a perda auditiva?

A maioria das perdas auditivas estão relacionadas a alterações genéticas e, atualmente, ainda não há uma forma eficaz de prevenção. Entretanto, outra causa muito comum de perda auditiva é a exposição a sons intensos. 

Por isso, é fundamental tomar cuidado com o fone de ouvido. O uso constante desse tipo de dispositivo em alto volume e com frequência prejudica a audição,  pois o ouvido humano não identifica o aumento da intensidade e com o tempo provoca a perda auditiva. 

Uma revisão de 26 estudos demonstrou que 58% dos adolescentes e adultos jovens são expostos a níveis sonoros acima do recomendado usando fone de ouvido. Por isso, são considerados nocivos para a audição.

Com o envelhecimento da população, a surdez tende a ser um problema cada vez mais comum, trazendo muito impacto na qualidade de vida, principalmente do idoso. No entanto, é comum que as pessoas só valorizem a audição quando ela começa a faltar, quando pode ser tarde. Dessa forma, a conscientização do problema e de sua prevenção é fundamental.

A seguir, confira algumas recomendações que contribuem para preservar a audição: 

  • Usar protetores de ouvido em locais barulhentos;
  • Evitar a exposição prolongada a ruídos altos e música;
  • Tratar as infecções no ouvido;
  • Não colocar objetos estranhos no ouvido;
  • Evitar a automedicação: há efeitos colaterais que podem afetar a audição;
  • Limpar as orelhas com cuidado e não use hastes flexíveis para evitar empurrar a cera para dentro ou machucar o tímpano;
  • Realizar visitas regulares ao otorrinolaringologista e fazer exames preventivos auditivos;
  • Procurar um médico quando surgir qualquer sintoma nos ouvidos, por mais leve que seja;
  • Investir em um envelhecimento saudável, mantendo uma dieta balanceada para evitar distúrbios do metabolismo das gorduras (elevação do colesterol e triglicérides) e açúcar (diabetes), que lesam progressivamente os vasos sanguíneos, prejudicando a irrigação e funcionamento das células da audição.

 Fontes: Hugo Leite, otorrinolaringologista  e professor da  Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e Maura Neves, otorrinolaringologista e membro da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial). 

 

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