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    Dedo em gatilho: atividades repetitivas podem desencadear o problema

    Aprenda a identificar os primeiros sinais dessa condição e como tratar o problema

    Por Patricia JulianelliPublicado em 06/03/2025, às 16:23 - Atualizado em 07/03/2025, às 11:32

    dedo em gatilho

    O dedo em gatilho é uma condição que afeta os tendões das mãos, causando dor e dificuldade de movimento nos dedos. Caracteriza-se por um bloqueio ou estalido ao tentar estender ou flexionar o dedo afetado, como se estivesse “travado” em uma posição dobrada.

    Dedo em gatilho: o que é?

    O dedo em gatilho, ou tenossinovite estenosante, ocorre quando o tendão responsável pelo movimento de um dedo sofre inflamação ou irritação. Essa inflamação provoca o estreitamento da bainha que envolve o tendão, dificultando seu deslizamento suave durante os movimentos. Como resultado, o dedo pode ficar preso em uma posição dobrada e, ao ser estendido, pode ocorrer um estalido semelhante ao acionamento de um gatilho. 

    Fatores de risco

    O principal fator de risco para o desenvolvimento do dedo em gatilho é a realização repetitiva de movimentos que exigem força ou destreza manual, como apertar ferramentas, digitar ou tocar instrumentos musicais. Essas atividades podem sobrecarregar os tendões das mãos, levando à inflamação e ao surgimento da condição. 

    Além disso, algumas condições médicas aumentam a predisposição para o dedo em gatilho. Pessoas com diabetes mellitus têm maior risco devido às alterações metabólicas que afetam os tecidos tendíneos. Doenças inflamatórias, como artrite reumatoide, também podem contribuir para o desenvolvimento da condição, pois promovem inflamação nas articulações e tendões. 

    Outros fatores seriam a idade avançada, já que o desgaste natural dos tecidos ocorre com o envelhecimento, e o gênero, sendo mais comum em mulheres. Histórico familiar de doenças tendíneas e a presença de outras tendinopatias também podem aumentar o risco. 

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    Prevenção 

    A forma mais eficiente de prevenir o dedo em gatilho é evitar ou minimizar atividades repetitivas que sobrecarregam os tendões das mãos. Se a sua profissão não permite que você evite esses movimentos, então faça pausas regulares durante o trabalho para que os tendões descansem e se recuperem.

    Além disso, manter uma boa ergonomia no ambiente de trabalho é fundamental. Ajustar a altura de cadeiras e mesas, utilizar ferramentas adequadas e posicionar corretamente os equipamentos podem reduzir a tensão nos tendões. O uso de suportes pode ajudar a manter o alinhamento adequado das mãos e dedos durante atividades específicas. 

    Exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos e tendões das mãos também são recomendados. Um fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional pode orientar sobre os exercícios mais adequados para cada indivíduo, ajudando a manter a flexibilidade e a força necessárias para prevenir lesões.

    Sintomas do dedo em gatilho

    O principal sintoma do dedo em gatilho é a sensação de estalido ou bloqueio ao tentar mover o dedo afetado. Inicialmente, pode-se notar uma rigidez ou desconforto, especialmente ao acordar. Com a progressão da condição, o dedo pode ficar preso em uma posição dobrada e, ao ser estendido, ocorre um estalido doloroso. 

    Outros sintomas que costumam ser relatados por pacientes são: 

    • Dor na base do dedo ou polegar; 
    • Sensibilidade ao toque na região afetada; 
    • Formação de um nódulo palpável na palma da mão.  

    Em casos mais graves, o dedo pode ficar permanentemente dobrado, limitando as atividades diárias e a funcionalidade da mão. 

    Qual médico procurar?

    Ao apresentar sintomas de dedo em gatilho, é recomendável procurar um ortopedista, médico especializado no sistema musculoesquelético. O ortopedista possui o conhecimento necessário para diagnosticar e tratar condições que afetam ossos, músculos, tendões e ligamentos. 

    Além disso, o ortopedista pode avaliar a gravidade da condição e indicar o tratamento mais adequado, seja conservador ou cirúrgico. Em alguns casos, o encaminhamento para um fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional pode ser necessário para auxiliar na reabilitação e prevenção de recorrências. 

    Exames utilizados no diagnóstico

    O diagnóstico do dedo em gatilho geralmente começa com uma avaliação clínica detalhada. O médico realiza um exame físico, observando os movimentos dos dedos e identificando sinais de bloqueio, estalido ou dor. A palpação da palma da mão pode revelar a presença de nódulos ou áreas de sensibilidade. 

    Quando o diagnóstico não é claro ou para excluir outras condições, exames de imagem podem ser solicitados. A ultrassonografia e a  ressonância magnética são úteis para visualizar os tecidos moles, incluindo tendões e bainhas, permitindo identificar inflamações ou outras alterações estruturais. Já a ultrassonografia pode ser utilizada para avaliar de forma dinâmica a excursão e/ou o travamento do tendão durante o movimento.

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    Tratamentos para o dedo em gatilho 

    O tratamento do dedo em gatilho varia conforme a gravidade dos sintomas. Em casos leves, medidas conservadoras são preferíveis. Entre elas, podemos destacar: 

    • Repouso, fundamental para reduzir a inflamação;  
    • Evitar atividades que sobrecarregam o tendão; 
    • O uso de órteses ou talas para imobilizar o dedo temporariamente; 
    • Aplicação de compressas frias na área dolorida para reduzir o inchaço e a dor; 
    • Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para aliviar a inflamação e o desconforto.

    Em casos mais persistentes, injeções de corticosteroides na bainha do tendão podem ser consideradas. Este tratamento visa reduzir a inflamação local e facilitar o deslizamento do tendão. Mas, vale mencionar que o uso repetido de corticosteroides deve ser avaliado com cautela devido aos possíveis efeitos colaterais. 

    Quando os tratamentos conservadores não proporcionam alívio ou em casos graves, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. A cirurgia, conhecida como liberação do dedo em gatilho, envolve a abertura da bainha do tendão para ampliar o espaço e permitir o movimento livre do tendão. Este procedimento geralmente é realizado em regime ambulatorial e apresenta altas taxas de sucesso.

    Exercícios para dedo em gatilho

    Exercícios específicos são fundamentais na reabilitação do dedo em gatilho. Eles ajudam a manter a mobilidade, fortalecer os músculos e tendões e prevenir a rigidez. Um fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional é o profissional indicado para orientar e supervisionar esses exercícios, garantindo que sejam realizados de forma segura.

     

    Fonte: Dr. Abdalla Skaf – diretor de ortopedia

     

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