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    Diabetes: diagnóstico, sintomas, e como prevenir

    Doença crônica pode atingir 646 milhões de pessoas até 2030

    Fonte: Dra. Laura GirãoEndocrinologistaPublicado em 17/09/2025, às 13:41 - Atualizado em 17/09/2025, às 13:43

    diabetes

    Sede excessiva, vontade de ir ao banheiro constante e feridas que demoram para cicatrizar. Esses são apenas alguns dos sintomas de uma doença que pode atingir até 646 milhões de pessoas até 2030: o diabetes. 

    Para se ter uma ideia, o Brasil ocupa hoje a 6ª posição no ranking dos países com o maior número de pessoas com diabetes no mundo. 

    Mas é possível controlar a doença. E, para isso, é necessário estar atento aos sinais, além de realizar o acompanhamento médico após o diagnóstico. Acompanhe a seguir mais detalhes sobre o assunto. 

    Diabetes: o que é?  

    É uma doença crônica que ocorre pela falta de insulina, hormônio responsável por levar a glicose que está no sangue para o interior das células, e/ou quando o organismo não responde adequadamente aos seus efeitos.   

    Para entender melhor, é importante lembrar que a glicose é a nossa maior fonte de energia e ela vem de alguns alimentos que consumimos. O diabetes acontece quando nosso corpo não consegue metabolizar, ou seja, colocar essa glicose para dentro das nossas células para que ela se transforme em energia.

    O diabetes se manifesta de diferentes formas, e as causas, os sintomas e as abordagens de tratamento variam entre eles.  

    Diabetes tipo 1 

    Ocorre quando o organismo para completamente de produzir a insulina. Acomete entre 5% e 10% das pessoas, principalmente crianças e adolescentes. Nosso organismo precisa da insulina, pois este é o hormônio que faz com que a glicose se transforme em energia. A pessoa com diabetes tipo 1 precisa aplicar insulina diariamente para suprir essa deficiência do organismo.  

    Sintomas

    • Sede excessiva 
    • Feridas que demoram para cicatrizar 
    • Fome (muitas vezes inexplicável, ou seja, quando termina de comer) 
    • Perda de peso sem motivo 
    • Vontade de fazer xixi constantemente 
    • Visão turva ou desfocada 

    Prevenção 

    Para o diabetes tipo 1, até o momento, não há prevenção, uma vez que a doença tem a influência de fatores genéticos e a sua causa ainda não está totalmente esclarecida. Dessa forma, é preciso fazer o acompanhamento da doença para que não haja complicações no quadro.   

    Diabetes tipo 2 

    Cerca de 90% dos casos de diabetes tipo 2 estão associados a fatores como a obesidade, sobrepeso e a falta da prática de atividades físicas regulares.

    O excesso de gordura corporal total ou na região abdominal causa a resistência à insulina. Sendo assim, a insulina não funciona de forma adequada, portanto, não consegue colocar a glicose para dentro das células, e por consequência o nível de açúcar no sangue aumenta, provocando o diabetes. 

    Sintomas 

    Uma característica marcante do diabetes tipo 2 é que ele pode ser uma doença silenciosa nos primeiros anos. Muitas vezes, uma pessoa pode conviver com a condição por quatro ou cinco anos sem apresentar qualquer sintoma perceptível. 

    Por isso, o diagnóstico frequentemente ocorre por meio de um exame de sangue de rotina ou quando as primeiras complicações, resultantes do nível elevado de glicose no sangue por um longo período, começam a se manifestar.

    Essas complicações podem acometer diversos órgãos e incluem: 

    • Problemas nos olhos (retinopatia diabética), que podem afetar a visão. 
    • Complicações nos rins (nefropatia diabética), com risco de evoluir para insuficiência renal. 
    • Problemas nas pernas e pés, decorrentes de danos nos nervos e na circulação. 
    • Aumento do risco de doenças cardiovasculares, como infarto e derrame.

    Prevenção 

    Para o diabetes tipo 2, há prevenção, e o primeiro passo é a mudança no estilo de vida. Algumas alternativas são: 

    • Manter o controle do peso nos pacientes com excesso de peso: permanecer com o peso ideal de acordo com a altura. O ideal é que pessoas acima do peso percam alguns quilos e, principalmente, gordura. Em especial, aquela abdominal (na barriga).
    • Não fumar: pessoas com diabetes que têm o hábito de fumar estão mais sujeitas a terem complicações cardiovasculares, renais e oculares.
    • Ter uma alimentação saudável: opte por alimentos in natura; alimente-se em horários pré-estabelecidos; evite exagerar na quantidade de óleo, sal ou açúcar; abandone o consumo dos alimentos ultraprocessados como embutidos e sucos artificiais.
    • Controlar a pressão arterial: o alto nível de glicose no sangue, aliado ao colesterol e pressão arterial deixam pessoas com diabetes mais propensas a terem complicações cardiovasculares. Por isso, faz-se necessário o controle da pressão arterial
    • Prática regular de atividade física: exercícios como caminhada, corrida, bicicleta e natação estão entre as alternativas. A recomendação das sociedades médicas é de 150 minutos de exercícios aeróbios divididos em pelo menos três dias na semana para pessoas com diabetes. Lembre-se de consultar o médico antes de iniciar a prática.

    Diabetes gestacional 

    O Diabetes gestacional é uma condição caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue que surge pela primeira vez durante a gravidez. Geralmente, a condição se normaliza após o parto.  

    A causa está relacionada aos hormônios produzidos pela placenta, que reduzem a eficácia da insulina no corpo da mãe para garantir que o bebê receba glicose suficiente para seu desenvolvimento. 

    Sintomas 

    Na maioria dos casos, o diabetes gestacional não apresenta sintomas claros, sendo frequentemente identificado apenas nos exames de pré-natal. Quando os sintomas aparecem, podem ser semelhantes aos do diabetes tipo 2, como sede excessiva, aumento da vontade de urinar e visão turva. 

    Prevenção 

    A prevenção do diabetes gestacional envolve a adoção de um estilo de vida saudável, idealmente antes mesmo de engravidar. Manter um peso adequado, praticar atividades físicas regularmente e ter uma alimentação balanceada são as principais recomendações.  

    Para gestantes que já apresentam fatores de risco, o acompanhamento médico e nutricional rigoroso desde o início do pré-natal é fundamental para controlar os níveis de glicose e evitar o desenvolvimento da doença. 

    Principais causas para a Diabetes 

    As causas do diabetes variam de acordo com o tipo da doença. Mas podemos dizer que a condição está ligada a fatores genéticos, estilo de vida e questões autoimunes. 

    Diabetes tipo 1 

    A causa exata ainda é desconhecida, mas sabe-se que ocorre uma reação autoimune. O próprio sistema de defesa do corpo ataca e destrói as células do pâncreas responsáveis por produzir insulina.  

    Há uma predisposição genética, mas fatores ambientais também podem influenciar no desenvolvimento da doença. 

    Diabetes tipo 2 

    É o tipo mais comum e está ligado a uma combinação de fatores genéticos e estilo de vida. O sobrepeso, a obesidade, o sedentarismo e uma alimentação pobre em nutrientes e com excesso de alimentos ultraprocessados levam à resistência à insulina, ou seja, o hormônio é produzido, mas não consegue agir de forma eficaz no organismo. 

    Diabetes gestacional 

    A diabetes gestacional ocorre durante a gravidez devido às mudanças hormonais típicas dessa fase. Os hormônios produzidos pela placenta podem bloquear a ação da insulina, elevando os níveis de glicose no sangue. 

    Pré-diabetes: o que é? 

    Primeiramente, é importante saber o que significa pré-diabetes. O termo é utilizado quando os níveis de glicose no sangue estão altos, mas não o suficiente para se ter um diagnóstico de diabetes.    

    Estão no grupo de risco pessoas hipertensas, obesas ou com alterações nos lipídios, moléculas de gordura presentes no organismo.   

    A verdade é que de 25 a 50% das pessoas que estão no estágio de ‘pré-diabetes’ irão evoluir para diabetes. A diferença é que, especialmente nessa fase, a situação ainda é possível de ser revertida ou adiada para a evolução do diabetes e suas complicações. 

    Veja alguns fatores de risco para o diabetes: 

    • Histórico familiar de diabetes em parentes de 1º grau, como em pai e irmãos; 
    • Sobrepeso (principalmente com gordura abdominal) ou obesidade; 
    • Alterações na taxa de triglicérides (principais gorduras do organismo) no sangue; 
    • Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides (hormônios esteroides que afetam o metabolismo dos carboidratos);  
    • Mulheres que tiveram diabetes gestacional ou que deram à luz a bebês com mais de 4 kg; 
    • Apneia do sono (conhecida pela parada de respiração durante o sono); 
    • Diagnóstico de pré-diabetes; 
    • Síndrome dos ovários policísticos (distúrbio hormonal caracterizado pela presença de cistos); 
    • Doenças renais crônicas (como pedra nos rins e insuficiência renal).

    Diagnóstico de diabetes 

    No diagnóstico da doença, é preciso verificar se há alguma alteração na taxa de glicemia com amostras de sangue. Em pessoas adultas, a avaliação deve começar em todos aqueles pacientes acima do peso, com histórico familiar de diabetes ou sintomatologia relacionada.

    Entre os principais exames solicitados estão: 

    Glicemia de jejum: também conhecido como glicose em jejum, é um exame capaz de medir a taxa de glicose na circulação sanguínea. Para isso, o indivíduo deve estar em jejum de 8 a 12 horas ou de acordo com a orientação de seu médico. 

    Teste de tolerância à glicose oral: é feita a análise da glicose no sangue em dois ou três momentos: depois de pelo menos 8 horas de jejum e também após uma e/ou duas horas da ingestão de um xarope com 75 gramas de glicose. 

    Hemoglobina glicada: com ele, é possível verificar a média da glicemia dos últimos três meses. Hemoglobina, por sua vez, é o pigmento que dá ao sangue a cor vermelha. No sangue, o açúcar liga-se à hemoglobina, formando a hemoglobina glicada. 

    Vale ressaltar que somente o médico é capaz de definir e solicitar qual o melhor a ser realizado de acordo com o histórico clínico de cada paciente. 

    Os valores de referência são: 

    • Glicose ou glicemia em jejum de 8 a 12 horas: 70 a 99 mg/dL; 
    • Glicemia medida uma hora após sobrecarga de 75 gramas de glicose (alimentação ou sobrecarga de glicose): até 154 mg/dL; 
    • Glicemia medida duas horas após sobrecarga de 75 gramas de glicose (alimentação ou sobrecarga de glicose): até 139 mg/dL; 
    • Hemoglobina glicada: até 5,6%

    Perfil Diabetes nos laboratórios Dasa 

    Realizar um check-up médico completo é fundamental para a prevenção e o diagnóstico precoce do diabetes. Laboratórios da Dasa, como o Alta Diagnósticos, oferecem pacotes de exames que permitem uma avaliação abrangente da saúde, incluindo os principais marcadores para o diabetes.

    Um perfil de exames voltado para o diagnóstico e controle do diabetes geralmente inclui:

    • Glicemia de Jejum: para medir o nível de açúcar no sangue após um período sem alimentação. 
    • Hemoglobina Glicada (A1C): para avaliar a média dos níveis de glicose nos últimos três meses, sendo um indicador chave do controle da doença. 
    • Curva Glicêmica (Teste Oral de Tolerância à Glicose): para investigar casos de pré-diabetes ou para o diagnóstico de diabetes gestacional.

    Esses exames, quando realizados periodicamente conforme orientação médica, ajudam a identificar a doença em seu estágio inicial, permitindo que o tratamento comece o mais rápido possível e, assim, evitando complicações futuras.

    Controle do diabetes 

    Para quem já tem a doença, é essencial realizar o monitoramento da glicose, que segundo especialistas, pode colaborar com o controle adequado da doença, reduzindo assim a chance de ocorrência de suas complicações crônicas.  

    A análise da glicemia pode ser feita por meio da coleta de sangue, medida de glicemia capilar (teste da picada do dedo) ou medidas provenientes de sensores de glicose. A avaliação da hemoglobina glicada também é um parâmetro bastante importante. 

    Tratamento do diabetes 

    O tratamento do diabetes tem como objetivo principal controlar os níveis de glicose para evitar complicações agudas e crônicas.  

    Diabetes tipo 1

    Como o corpo deixa de produzir insulina, o tratamento consiste na reposição deste hormônio. Isso é feito com aplicações diárias de insulina (injetável ou por meio de sistemas de infusão) para permitir que o corpo utilize a glicose como energia. O monitoramento contínuo dos níveis de açúcar no sangue é essencial. 

    Diabetes tipo 2

    A base do tratamento para o diabetes tipo 2 envolve mudanças no estilo de vida como: 

    • Plano alimentar saudável para controlar os níveis de glicose e o peso corporal.
    • Atividades físicas regulares para ajudar o corpo a usar a insulina de forma mais eficaz e a manter a glicemia controlada. 

    Caso as mudanças no estilo de vida não sejam suficientes, ou se o diabetes estiver descompensado, o médico poderá prescrever medicamentos orais e, em alguns casos, a terapia com insulina ou uso de outras medicações injetáveis. 

    Diabetes gestacional 

    No tratamento inicial são feitos ajustes no estilo de vida para controlar os níveis de glicose da gestante. Ou seja, a combinação de um plano alimentar equilibrado com a prática regular de atividade física, sempre com acompanhamento médico.  

    Se essas medidas não forem suficientes para manter a glicemia dentro das metas, pode ser necessário o uso de insulina. Em alguns casos, pode-se utilizar remédios orais. 

    Geralmente, a condição se normaliza após o parto, mas é fundamental que a mulher seja reavaliada cerca de 6 semanas após o nascimento do bebê, para verificar se os níveis de glicose voltaram ao normal.

     

    Publicado em: 05/10/2022

    Atualizado em 17/09/2025

     

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