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Diabetes: diagnóstico, sintomas, e como prevenir

Doença crônica pode atingir 646 milhões de pessoas até 2030

Por Raquel RibeiroPublicado em 05/10/2022, às 14:02 - Atualizado em 12/06/2023, às 18:17
diabetesFoto: Shutterstock

Sede excessiva, vontade de ir ao banheiro constante e feridas que demoram para cicatrizar. Esses são apenas alguns dos sintomas de uma doença que pode atingir até 646 milhões de pessoas até 2030: o diabetes. 

Para se ter uma ideia, o Brasil ocupa hoje a 6ª posição no ranking dos países com o maior número de pessoas com diabetes no mundo.

A boa notícia é que fazer o controle da doença é possível, mas para isso é necessário estar atento aos sinais, além de realizar o acompanhamento médico após o diagnóstico. Acompanhe a seguir mais detalhes sobre o assunto.

O que é diabetes?

É uma doença crônica que ocorre pela falta de insulina, hormônio responsável por levar a glicose que está no sangue para o interior das células, e/ou quando o organismo não responde adequadamente aos seus efeitos.  

Para entender melhor, é importante lembrar que a glicose é a nossa maior fonte de energia e ela vem de alguns alimentos que consumimos. “O diabetes acontece quando nosso corpo não consegue metabolizar, ou seja, colocar essa glicose para dentro das nossas células para que ela se transforme em energia”, explica André Gustavo Daher Vianna, endocrinologista, membro da Diretoria da SBD e coordenador do Departamento de Educação em Diabetes e Campanhas. 

Tipos de diabetes

Diabetes tipo 1

Ocorre quando o organismo para completamente de produzir a insulina. Acomete entre 5% e 10% das pessoas, principalmente crianças e adolescentes. Como explicamos, nosso organismo precisa da insulina, pois este é o hormônio que faz com que a glicose se transforme em energia. A pessoa com diabetes tipo 1 precisa aplicar insulina diariamente para suprir essa deficiência do organismo. 

Sintomas

Arte: Andrea Petkevicius

Abaixo, Alexandre Bezerra, endocrinologista do Hospital Santa Paula fala mais sobre os sintomas comuns do diabetes. Assista!

Prevenção

Para o diabetes tipo 1, até o momento, não há prevenção, uma vez que a doença tem a influência de fatores genéticos e a sua causa ainda não está totalmente esclarecida. Dessa forma, é preciso fazer o acompanhamento da doença para que não haja complicações no quadro.  

Diabetes tipo 2

Cerca de 90% dos casos de diabetes tipo 2 estão associados a fatores como a obesidade, sobrepeso e a falta da prática de atividades físicas regulares. 

“O excesso de gordura corporal total ou na região abdominal causa a resistência à insulina. Sendo assim, a insulina não funciona, portanto não consegue colocar a glicose para dentro das células, e por consequência o nível de açúcar no sangue aumenta, provocando o diabetes”, lembra Vianna. 

Sintomas

Nos primeiros anos, o diabetes tipo 2 pode não apresentar sintomas.   “Às vezes, a pessoa passa quatro, cinco anos sem ter sintomas e só descobre quando faz exame de sangue ou porque já começa a apresentar alguma complicação do diabetes – que pode acometer alguns órgãos, como nos olhos, rins, problemas nas pernas e pés, por exemplo”, explica o endocrinologista. 

Prevenção

Para o diabetes tipo 2, há prevenção, e o primeiro passo é a mudança no estilo de vida. Algumas alternativas são: diabetesArte: Andrea Petkevicius

Pré-diabetes: o que é?

Primeiramente, é importante saber o que significa pré-diabetes. O termo é utilizado quando os níveis de glicose no sangue estão altos, mas não o suficiente para se ter um diagnóstico de diabetes.   

Estão no grupo de risco pessoas hipertensas, obesas ou com alterações nos lipídios, moléculas de gordura presentes no organismo.  

“A verdade é que 50% das pessoas que estão no estágio de ‘pré-diabetes’ irão desenvolver a doença. A diferença é que, especialmente nessa fase, a situação ainda é possível de ser revertida ou adiada para a evolução do diabetes e suas complicações”, explica Denis Paiva Ferraz, coordenador do Departamento de Síndrome Metabólica e Pré-Diabetes da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes).

Veja alguns fatores de risco para o diabetes:

  • Histórico familiar de diabetes em parentes de 1º grau, como em pai e irmãos;
  • Sobrepeso (principalmente com gordura abdominal) ou obesidade;
  • Pressão e colesterol altos;
  • Alterações na taxa de triglicérides (principais gorduras do organismo) no sangue;
  • Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides (hormônios esteróides que afetam o metabolismo dos carboidratos); 
  • Mulheres que tiveram diabetes gestacional ou que deram à luz a bebês com mais de 4 kg;
  • Apneia do sono (conhecida pela parada de respiração durante o sono);
  • Diagnóstico de pré-diabetes;
  • Síndrome dos ovários policísticos (distúrbio hormonal caracterizado pela presença de cistos);
  • Doenças renais crônicas (como pedra nos rins e insuficiência renal).

Diagnóstico

Foto: Shutterstock

Os exames para o diagnóstico da doença são simples. Afinal, é possível verificar se há alguma alteração na taxa de glicemia com amostras de sangue. 

“Em pessoas adultas, por exemplo, a avaliação deve começar em todos aqueles pacientes acima do peso, com histórico familiar de diabetes ou sintomatologia relacionada”, explica Alexandre Bezerra, endocrinologista do Hospital Santa Paula.

Entre os principais estão:

Glicemia de jejum: também conhecido como glicose em jejum, é um exame capaz de medir a taxa de glicose na circulação sanguínea. Para isso, o indivíduo deve estar em jejum de 8 a 12 horas ou de acordo com a orientação de seu médico.

Curva glicêmica: esse tipo de exame pode ser solicitado em casos de resultados nos limites e indefinição diagnóstica, uma vez que o exame de curva glicêmica oferece uma melhor definição diagnóstica e terapêutica.

Teste de tolerância à glicose oral: é feita a análise da glicose no sangue em dois momentos: depois de pelo menos 8 horas de jejum e também após 2 horas da ingestão de um xarope com 75 gramas de glicose.

Hemoglobina glicada: com ele, é possível verificar a média da glicemia dos últimos três meses. Hemoglobina, por sua vez, é o pigmento que dá ao sangue a cor vermelha. No sangue, o açúcar liga-se à hemoglobina, formando a hemoglobina glicada.

Em todo caso, é importante ressaltar a importância de repetir os exames para garantir o diagnóstico preciso.

Vale também ressaltar que somente o médico será capaz de definir e solicitar qual o melhor a ser realizado de acordo com o histórico clínico de cada paciente.

Os valores de referência são:

  • Glicose ou glicemia em jejum de 8 a 12 horas: 70 a 99 mg/dL;
  • Glicemia após sobrecarga (alimentação ou sobrecarga de glicose): até 140 mg/dL;
  • A glicose de jejum entre 100 e 125 mg/ dL é chamada de glicemia de jejum alterada. Quando atinge 126 mg/dL já é considerado diabetes;
  • A glicose sem jejum, valores acima de 140 mg/dL mostram um diagnóstico de intolerância à glicose e acima de 200mg/dL também indica diabetes.

Controle do diabetes

Para quem já tem a doença, é essencial realizar o monitoramento da glicose no sangue, que segundo especialistas, pode colaborar com o controle adequado da doença, reduzindo assim a chance de ocorrência de suas complicações crônicas. A análise da glicemia pode ser feita em jejum, ou após as refeições, sendo os valores esperados obviamente diferentes. 

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