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Doença de Fabry: conheça esta condição genética rara

Entre os sintomas do quadro estão dor nas extremidades, diminuição do suor, intolerância ao frio e ao calor e pequenos sinais avermelhados na pele

Por Raquel RibeiroPublicado em 26/12/2024, às 16:16 - Atualizado em 30/12/2024, às 16:15

doenca de fabry

Entre os sintomas do quadro estão dor nas extremidades, diminuição do suor, intolerância ao frio e ao calor e pequenos sinais avermelhados na pele
 

Embora pouco conhecida, a doença de Fabry está relacionada a uma falha na produção de uma enzima fundamental para o organismo. Falha esta que provoca o acúmulo de lipídios complexos em órgãos vitais como coração, rins e sistema nervoso. Entender as causas, os sintomas e as opções de tratamento são essenciais para se chegar a um diagnóstico de forma mais precoce, começar o tratamento correto e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

 

 

Doença de Fabry: o que é? 

A doença de Fabry é causada por uma mutação genética que compromete a produção de uma enzima responsável pela degradação dos glicoesfingolipídios, um tipo de gordura. Dessa forma, essa gordura se acumula em diferentes órgãos e tecidos do corpo, como pele, coração, rins e sistema nervoso central, levando a uma série de manifestações multissistêmicas, incluindo complicações cardiovasculares, renais e cérebro-vasculares. 

 

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Causas para a Doença de Fabry 

A Doença de Fabry é uma condição genética rara causada por mutações no gene GLA, localizado no cromossomo X. São essas mutações que resultam na deficiência ou ausência da enzima alfa-galactosidase A e no acúmulo de lipídios complexos em diversos tecidos e órgãos, causando os sintomas característicos da doença. A Doença de Fabry pode ser transmitida de geração a geração, afetando ambos os sexos, com manifestação mais graves em homens, que têm apenas um cromossomo X. 

 

Sintomas da Doença de Fabry 

Os principais sintomas da doença de Fabry incluem dor nas extremidades, diminuição do suor, intolerância ao frio e ao calor, pequenos sinais avermelhados na pele (angioceratomas), alterações gastrointestinais, entre outros. Com a progressão da doença, podem surgir problemas como arritmia cardíaca, insuficiência renal e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

 

Qual médico procurar? 

No caso de diagnóstico suspeito ou confirmado da doença de Fabry, o profissional a ser procurado é o médico geneticista. Ele é o responsável por confirmar o diagnóstico por meio de testes genéticos e orientar o paciente para o tratamento específico e manejo multidisciplinar, envolvendo outros especialistas conforme necessário (nefrologista, cardiologista e neurologista, principalmente).

Vale mencionar que, no caso das crianças, o pediatra é quem se depara com os primeiros sinais da doença e que posteriormente encaminha para outros especialistas. 

 

Exames indicados para o diagnóstico da Doença de Fabry 

O diagnóstico da doença de Fabry é realizado por meio de exames específicos que avaliam a atividade enzimática e identificam mutações genéticas associadas à condição. Os principais exames indicados são: 

  • Sequenciamento Completo do Gene GLA – NGS: o exame analisa o gene GLA em busca de mutações genéticas que causam a doença de Fabry. Realizado por meio da técnica de Sequenciamento de Nova Geração (NGS), oferece alta precisão na identificação de alterações no gene. Esse exame é indicado em casos de suspeita clínica da doença, especialmente em mulheres, nas quais a medida da atividade da enzima não é informativa.
  • Deficiência da alfa-galactosidase: o exame mede a atividade da enzima alfa-galactosidase A, responsável pela degradação de gorduras conhecidas como glicoesfingolipídios. A presença de níveis reduzidos ou ausentes dessa enzima indica a possibilidade da doença de Fabry. Em mulheres, que possuem dois cromossomos X, este exame em geral não é informativo.  
  • Triagem neonatal: alguns programas de triagem neonatal, como o teste do pezinho ampliado, podem incluir a detecção de doenças lisossômicas, entre elas a doença de Fabry.

 

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Formas de tratamento 

Embora a doença de Fabry não tenha cura, os tratamentos disponíveis visam a controlar os sintomas e a prevenir complicações. O principal deles é a Terapia de Reposição Enzimática (TRE), que consiste na infusão intravenosa da enzima alfa-galactosidase A produzida em laboratório por engenharia genética, que substitui a enzima deficiente ou ausente no organismo.  

Esse tratamento reduz o acúmulo de globotriaosilceramida (Gb3) nos tecidos, aliviando sintomas como dor, problemas renais e cardíacos, e prevenindo complicações graves. A TRE é administrada quinzenalmente e é um dos principais recursos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Fabry. 

Já as chaperonas farmacológicas são uma alternativa terapêutica para a Doença de Fabry, indicadas para pacientes com mutações específicas. Esses medicamentos, administrados por via oral, atuam estabilizando a enzima alfa-galactosidase A residual, ajudando-a a funcionar de forma mais eficaz. Ao melhorar a atividade enzimática, as chaperonas reduzem o acúmulo de globotriaosilceramida (Gb3) nos tecidos, oferecendo uma opção menos invasiva que a terapia intravenosa. 

Há ainda as medicações para alívio de sintomas, como os analgésicos para controlar a dor, os anticonvulsivantes para reduzir a sensação de queimação nas mãos e nos pés, medicamentos para controlas os sintomas gastrointestinais, produtos para controlar a arritmia e medicamentos para controlar a pressão arterial, usados para proteger os rins.

 

 

Fonte: Dr. Roberto Giugliani, geneticista – Head de Doenças Raras na Dasa Genômica

 

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