Olhos desalinhados? Entenda o que causa o estrabismo
Condição pode afetar a visão e a autoestima tanto de adultos como de crianças, mas tem tratamento; confira
O estrabismo é uma condição que afeta os olhos e é caracterizada por qualquer tipo de desalinhamento nos olhos. É uma doença que pode ser constante ou intermitente, e afeta tanto adultos como crianças.
No Brasil, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que cerca de 4% dos brasileiros têm ou já tiveram estrabismo. Continue a leitura para saber mais sobre as causas desse problema e como é feito o tratamento.
Neste artigo, você vai ler:
Estrabismo: o que é?
O estrabismo ocorre quando os músculos que controlam os movimentos oculares não funcionam em sincronia. Com isso, ocorre um desalinhamento dos olhos, dificultando ou até impossibilitando o indivíduo de focar a visão em um mesmo ponto ou objeto.
A disfunção pode causar uma série de problemas, como visão dupla, embaçada ou até mesmo a perda (parcial ou total) da visão em um dos olhos, se não for tratada adequadamente.
Especialmente em crianças, a condição deve ser tratada com atenção. Isso porque o cérebro infantil está em formação e, nessa fase, se o estrabismo surgir, o órgão passa a ignorar uma das imagens duplicadas, atrapalhando o desenvolvimento normal de um dos olhos – uma condição chamada de ambliopia, popularmente conhecida como “olhinho preguiçoso”. Se não for tratada até por volta dos 7 anos, existe um alto risco de a criança ter a visão afetada pelo resto da vida.
Além dos impactos na saúde ocular, o estrabismo também pode afetar a autoestima, especialmente em crianças e adolescentes.
Tipos de estrabismo
O estrabismo pode ser classificado de acordo com a direção do desvio ocular. Os principais tipos são:
- Convergente (esotropia): um ou os dois olhos desviados para dentro, na direção do nariz. É a forma mais comum de estrabismo.
- Divergente (exotropia): um ou os dois olhos desviados para fora, no sentido das orelhas.
- Desvio vertical: o olho é desviado para cima (hipertropia) ou para baixo (hipotropia), mas não para fora ou para dentro.
O que causa o estrabismo?
Alguns tipos de estrabismo têm características genéticas — ou seja, são determinados por genes (como o TWIST) herdados da família que provocam um problema no desenvolvimento dos músculos oculares.
Embora nem todos os casos sejam estrabismos genéticos, os médicos sabem que, mesmo não tendo esse histórico, filhos de pais com essa condição têm um risco quatro vezes maior de também apresentar o problema.
Outra causa para estrabismo são condições neurológicas (como a paralisia cerebral e tumores no cérebro) e síndromes genéticas (como a Síndrome de Down).
Por fim, problemas de visão, como hipermetropia, miopia ou astigmatismo também aumentam o risco para desenvolver o problema.
Qual médico procurar?
O especialista indicado para diagnosticar e tratar o estrabismo é o médico oftalmologista. Ele está preparado para realizar um exame completo dos olhos e fazer o diagnóstico do problema, além de orientar e encaminhar para o tratamento mais adequado para cada caso.
Formas de detectar o estrabismo
O estrabismo pode ser detectado em um exame oftalmológico de rotina. O oftalmologista utiliza diversos testes para avaliar a visão, o alinhamento dos olhos e a movimentação ocular.
Alguns sinais que também podem indicar a presença de estrabismo incluem:
- Olhos cruzados ou desviados em alguma direção;
- Visão dupla;
- Dificuldade para acompanhar objetos em movimento;
- Fadiga ocular;
- Dores de cabeça.
Tratamentos para o estrabismo
A definição da melhor forma de conduzir o tratamento depende da causa, da gravidade do problema e da idade do paciente na hora do diagnóstico. Felizmente, na maioria dos casos, o estrabismo é uma condição que pode ser corrigida.
Uma das opções é o uso de óculos ou lentes de contato para corrigir o problema. Nas crianças, o médico pode recomendar o uso do tampão para estimular o desenvolvimento normal da visão.
Em alguns casos, pode ser necessária a cirurgia para regular os músculos oculares e realinhar a posição dos olhos.
É fundamental que o estrabismo seja tratado de forma precoce, de preferência antes dos 2 anos em crianças, garantindo assim maior chance de recuperação e manutenção da visão normal.
Fonte: Dra. Juliana Sallum, médica oftalmologista na Dasa Genômica