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    As respostas para dúvidas comuns sobre gravidez

    Entenda o período gestacional e veja recomendações para o dia a dia das grávidas

    Por Tiemi OsatoPublicado em 19/07/2022, às 10:26 - Atualizado em 25/05/2023, às 14:45
    Foto: Shutterstock

    A gravidez traz consigo muitas dúvidas. E não podia ser diferente. Afinal de contas, são cerca de nove meses de intensas e variadas mudanças no corpo. 

    Por isso, preparamos um pequeno guia com respostas a algumas das principais dúvidas sobre gestação. 

    1. Quanto tempo, em média, se leva para engravidar?

    “De um modo geral, a grande maioria dos casais obtém sucesso na gravidez nos primeiros 6 meses”, explica Ricardo Porto Tedesco, professor de obstetrícia na Faculdade de Medicina de Jundiaí e membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

    Ainda que o período de seis meses seja mais comum, é normal esperar até 12 meses. 

    Se o casal que mantém vida sexual ativa sem uso de contraceptivo não conseguir engravidar dentro de 1 ano, o recomendado é que busque ajuda médica. 

    2. Quais são os principais indicativos de gravidez?

    O principal sintoma que pode sugerir uma gestação é o atraso da menstruação. Esse é um forte indicativo sobretudo para mulheres que têm um ciclo menstrual regular.

    “Associado ao atraso menstrual, geralmente há náusea, vômito, sonolência e alteração no padrão alimentar”, acrescenta a ginecologista e obstetra Daniela Selano, coordenadora da Obstetrícia do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN). 

    +LEIA MAIS: Estou grávida? 8 sinais clássicos de gravidez

    Outro sinal de alerta é a dor mamária. Chamada de mastalgia, ela é similar àquela do período pré-menstrual, mas não passa com o tempo e, na realidade, costuma se intensificar.

    Aumento da frequência miccional, dores de cabeça e cólicas também estão entre os sintomas iniciais da gravidez. 

    3. Quando o teste de gravidez deve ser feito?

    Apesar de haver a possibilidade de o teste dar positivo antes do atraso menstrual, a orientação é que se espere alguns dias depois de se constatar essa anormalidade no ciclo. 

    “Se a mulher menstrua de forma regular, a cada 28 dias, ela pode esperar de 3 a 5 dias e muito provavelmente o teste vai dar positivo, especialmente o de sangue”, afirma Ricardo Tedesco. 

    4. Quanto tempo dura a gestação?

    É esperado que uma gravidez dure 40 semanas — e é normal haver variações entre 37 e 42 semanas.

    “Só que a partir da 41ª os riscos de prolongar a gravidez são grandes”, destaca Tedesco. “Hoje em dia, geralmente recomenda-se a indução do parto com 41 semanas”, complementa. 

     5. Quando é possível descobrir o sexo do bebê?

    Foto: Shutterstock

    O sexo da criança começa a se formar a partir da oitava semana. Nesse momento, é possível fazer a sexagem fetal por coleta de sangue. Se o cromossomo Y estiver circulante na mãe, ele será detectado, revelando que o bebê é um menino. Se esse indicativo não for encontrado, então é uma menina.

    Caso o método escolhido para identificar o sexo do bebê seja a ultrassonografia, o prazo se estende um pouco para 16 semanas. “Mas os médicos mais experientes conseguem ver pelo ultrassom a partir de 13 semanas”, diz Daniela Selano. 

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    6. Em geral, quantos quilos as gestantes ganham?

    A resposta para essa pergunta depende bastante do peso anterior à gravidez e é estimada com base no IMC (Índice de Massa Corporal). 

    Para quem tem IMC abaixo de 18, o esperado é ganhar entre 12 e 18 kg. No caso das mulheres com IMC entre 19 e 25, o ganho de peso deve ser de 11 a 16 kg. Já para as que têm IMC acima de 26, a expectativa é que não se ultrapasse 11 kg. 

    7. Quais alimentos são recomendados e quais devem ser evitados?

    O ideal é que a dieta da gestante seja natural e diversificada, com legumes, frutas, verduras, grãos, carnes grelhadas e alimentos mais leves. 

    “E, logo que descobrir a gravidez, procure o pré-natalista ou o ginecologista para fazer a suplementação de vitaminas”, recomenda Daniela Selano. 

    É bom evitar produtos ultraprocessados, hipercalóricos e açucarados (refrigerantes, doces, fast food e, claro, bebidas alcoólicas). Comida japonês crua e carne vermelha crua ou mal passada também entram na lista de alimentos contraindicados. 

    8. Existem remédios contraindicados para grávidas?

    Há medicações que conseguem ultrapassar a barreira placentária e fazer mal para o feto. Por isso, remédios devem ser tomados conforme orientação do obstetra. 

    “Existem medicamentos que podem ser feitos com segurança na gravidez, mas que devem ser indicados pelo médico”, afirma Selano. “Há, inclusive, aqueles que são para aliviar os sintomas da gestante”, ressalta. 

    9. Qual a posição ideal para as gestantes dormirem?

    Foto: Shutterstock

    Você já ouviu que grávidas precisam sempre deitar do lado esquerdo? Então, essa ideia não se aplica a todos os casos. “Isso é recomendado para gestantes hipertensas”, especifica Ricardo Tedesco. “Porque, quando a mulher deita do lado esquerdo, ela consegue manter os níveis de pressão arterial mais baixos”, esclarece.

    No entanto, é mais comum que gestantes tenham a pressão mais baixa — justamente como consequência da gravidez. Sendo assim, qualquer posição confortável é válida. 

    10. Por que grávidas têm azia?

    Esse enjoo, tecnicamente chamado de pirose, resulta de dois motivos. O primeiro é anatômico. Conforme o útero cresce, o estômago é deslocado para cima e acaba ficando em um ângulo diferente do usual.

    “Com isso, há possibilidade de refluxo de suco gástrico para o esôfago”, diz Tedesco. O culpado pela sensação de queimação é o ácido clorídrico, que faz a digestão no estômago e pode chegar ao esôfago em função do refluxo. 

    O segundo fator que favorece a pirose é a ação da progesterona. Na gravidez, esse hormônio mantém o útero relaxado para que o feto se desenvolva. Além disso, relaxa a musculatura e os esfíncteres do trato digestivo, facilitando o refluxo. 

    11. Além do enjoo, quais outros incômodos são comuns na gravidez?

    É comum que gestantes tenham dor lombar, cãibra, fadiga, falta de ar, palpitação, oscilação de humor e inchaço nas pernas (mas atenção: esse último deixa de ser normal quando é acompanhado de aumento da pressão). 

    +LEIA MAIS: Baby blues ou depressão pós-parto? Entenda

    12. Quando a barriga começa a aparecer?

    Depende do biotipo da mulher. Em gestantes obesas, a barriga demora mais para despontar. Nos outros casos, isso acontece na passagem do quarto para o quinto mês. 

    “Na primeira metade da gestação (os primeiros quatro meses), o bebê está em formação”, comenta Tedesco. “Na segunda metade, da vigésima à quadragésima semana, ele vai crescer e amadurecer, então a barriga começa a despontar”, explica. 

    13. A partir de quando o leite começa a ser produzido?

    O colostro (líquido amarelado e espesso) pode ser observado após a vigésima semana da gravidez. Mas é entre três e cinco dias depois do parto que o leite começa a ser produzido com mais intensidade. 

    14. Quais profissionais são necessários para acompanhar uma mulher grávida?

    Além do obstetra, a gestante pode ser acompanhada por diversos outros especialistas. Estão entre eles nutricionista, fisioterapeuta (para preparar o assoalho pélvico, prevenir incontinência urinária e melhorar a elasticidade do períneo) e educador físico. 

    “Também é interessante ir ao dentista para fazer uma limpeza e combater a doença periodontal, que pode ter efeitos adversos na gestação, como a ocorrência do parto prematuro”, aconselha Tedesco. 

    15. O que é plano de parto?

    Foto: Shutterstock

    O plano de parto é um documento recomendado pelo Ministério da Saúde, no qual a gestante registra seus desejos para o trabalho de parto. 

    “Hoje o plano de parto corresponde às boas práticas”, analisa Daniela Selano. “Isso significa deixar a gestante ter acompanhante, ficar na posição que ela quiser, saber o que ela quer que faça e o que ela quer que não faça”, exemplifica. 

    +LEIA MAIS: Saiba o que é plano de parto e direitos da grávida

    Ou seja, é uma ferramenta importante para que todas as dúvidas sobre parto sejam tiradas ao longo da gravidez e inclui detalhes sobre o ambiente em que a gestante dará à luz, quais profissionais estarão presentes e que procedimentos podem ser utilizados. 

    “É um instrumento muito valioso para que sejam ajustados os interesses da paciente e a maneira como o médico trabalha”, avalia Tedesco.

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