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    Enfisema pulmonar: sintomas, causas e tratamento

    Doença que acomete os alvéolos do pulmão é crônica e irreversível

    Por Tiemi OsatoPublicado em 25/09/2022, às 08:00 - Atualizado em 03/08/2023, às 08:25
    Imagem: Shutterstock

    O dano dos alvéolos (seja colapso, destruição, estreitamento, hiperinflação ou distensão) é chamado de enfisema pulmonar. A doença se desenvolve lentamente e é marcada pela presença de bolhas intrapulmonares que podem limitar o fluxo de ar no organismo.

    Para respirar, você depende de milhões de alvéolos. Esse é o nome de pequenas estruturas localizadas dentro do pulmão. São bolsas com paredes bem finas e vascularizadas que mediam a troca gasosa entre o meio ambiente e a nossa corrente sanguínea, funcionando como porta de entrada para o oxigênio e porta de saída para o dióxido de carbono.

    Sintomas do enfisema pulmonar

    Os sintomas mais comuns do enfisema pulmonar são:

    • Falta de ar progressiva, geralmente associada ao esforço
    • Tosse (na maioria das vezes, com fluido ou muco nas vias aéreas)
    • Chiados no peito
    • Dor de cabeça (no caso de pessoas com hipoxemia, que têm baixa oxigenação do sangue)
    • Infecções respiratórias de repetição

    “Como a doença é crônica e irreversível, ao passar dos anos o paciente apresenta piora da qualidade de vida devido à progressão dos sintomas, sobretudo da dispneia (falta de ar), que vai se tornando mais aparente com menores esforços”, diz Carolina Moreno Cossi, pneumologista do Hospital Brasília.

    Causas do enfisema pulmonar

    Tudo isso é resultado da inalação de toxinas, que desencadeiam uma inflamação dos alvéolos. “Ocorre aumento de algumas enzimas (denominadas proteases) que vão gerando perda da elasticidade das estruturas alveolares e hipersecreção de muco”, explica Cossi.

    +LEIA MAIS: DPOC: conheça a doença pulmonar obstrutiva crônica

    Essas toxinas são inaladas principalmente em casos de tabagismo, pela fumaça do cigarro. Mas também há outras causas de enfisema pulmonar, como fatores genéticos (mais especificamente, a deficiência de alfa-1 antitripsina) e exposição à fumaça da queima de biomassa e do fogão a lenha.

    Diagnóstico do enfisema pulmonar

    “A radiografia e a tomografia computadorizada (TC) de tórax são os exames de diagnóstico por imagem mais importantes para avaliação e acompanhamento do enfisema pulmonar”, afirma Isabela Silva Müller, médica radiologista torácica e coordenadora do Centro Integrado do Tórax da Clínica AMO.

    Na radiografia, o pulmão com enfisema pode apresentar maior transparência, hiperinflação e bolhas. No entanto, por ter menor sensibilidade e especificidade para enfisema pulmonar, esse exame costuma ser utilizado para excluir outros diagnósticos (como pneumonia, pneumotórax e derrame pleural).

    “Já a tomografia computadorizada de tórax tem papel fundamental na avaliação e no manejo clínico do enfisema pulmonar”, comenta Müller. “Na TC de tórax, o enfisema é facilmente identificado como áreas de densidade inferior à normal, traduzindo destruição que pode formar bolhas com paredes finas e bem definidas”, diz.

    Imagem de pulmão paciente com enfisema pulmonar extensoImagem: Arquivo/Isabela Silva Müller

    Além de ser útil para o diagnóstico, a tomografia fornece mais detalhes sobre o quadro. É possível distinguir o subtipo de enfisema pulmonar, fazer uma análise qualitativa e quantitativa da extensão da doença e avaliar escolhas terapêuticas – entendendo, pela tomografia, se uma cirurgia de redução do volume pulmonar seria benéfica para o paciente.

    Esse exame permite ainda o monitoramento de condições comuns em pessoas com enfisema pulmonar, como infecção pulmonar, bronquite, bronquiectasias, câncer de pulmão, doença obstrutiva de pequena via aérea e doença pulmonar intersticial.

    Tratamento do enfisema pulmonar

    O dano aos alvéolos não tem como ser reparado. “Uma vez que as estruturas alveolares são destruídas, não há como recuperá-las. Então, o tratamento é realizado para minimizar os sintomas e evitar a progressão da obstrução das vias aéreas inferiores”, esclarece Cossi.

    As possibilidades de tratamento incluem, por exemplo, broncodilatadores (medicamentos que ampliam as vias respiratórias), remédios para tosse e chiado e reabilitação pulmonar.

    Em casos mais graves, pode ser necessário realizar um transplante de pulmão ou uma cirurgia para remover a parte danificada do órgão.

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