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    Esclerose múltipla: doença danifica os nervos

    Condição não tem cura, mas pode ser controlada com acompanhamento do médico neurologista e hábitos saudáveis

    Por Patricia JulianelliPublicado em 19/09/2025, às 11:52 - Atualizado em 19/09/2025, às 11:55

    esclerose multipla

    A esclerose múltipla pode afetar cada pessoa de uma forma diferente. Essa é uma doença neurológica que tem a capacidade de prejudicar a visão, a coordenação motora, a locomoção, a função urinária, entre outros aspectos do organismo – causando quadros clínicos variados e se manifestando com maior ou menor gravidade.

    Esclerose múltipla: o que é? 

    A esclerose múltipla é uma doença do sistema nervoso central, ou seja, atinge o cérebro e a medula espinhal.  

    Ela é considerada autoimune e inflamatória, pois o próprio sistema de defesa do organismo passa a atacar estruturas do corpo. No caso da esclerose múltipla, o alvo é a mielina – uma espécie de “capa protetora” que envolve os nervos e garante a boa comunicação entre cérebro e corpo. 

    Também é uma condição crônica, o que significa que acompanha a pessoa por toda a vida. 

    O que causa a esclerose múltipla? 

    Em pacientes com esclerose múltipla, o sistema imunológico ataca a bainha de mielina (membrana protetora que reveste os nervos do cérebro e da medula espinhal). Por isso, a doença é caracterizada como desmielinizante. Consequentemente, há formação de um tecido cicatricial denominado esclerose, que prejudica a transmissão de impulsos elétricos entre os nervos e pode levar a uma série de sintomas. 

    Não se sabe com exatidão o que desencadeia esse ataque do sistema imunológico à mielina, mas os especialistas acreditam que ele seja influenciado por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. 

    Observa-se que a esclerose múltipla é mais frequente em adultos entre 20 e 50 anos de idade e em mulheres. Dados indicam ainda que a doença é mais comum em pessoas que moram em latitudes elevadas, mais distantes da linha do Equador (possivelmente devido a baixos níveis de vitamina D que podem ser resultado da menor exposição solar). 

    Sintomas da esclerose múltipla 

    Os sintomas da esclerose múltipla variam conforme a região acometida e podem ter intensidades diferentes a depender da gravidade do quadro. Em geral, os pacientes podem apresentar: 

    • Problemas oftalmológicos (como baixa visão e visão dupla); 
    • Fraqueza nos braços e nas pernas; 
    • Desequilíbrio e dificuldade para coordenar movimentos; 
    • Parestesia (sensação de formigamento ou dormência); 
    • Dificuldade para falar ou engolir; 
    • Perda de memória; 
    • Fadiga (cansaço extremo); 
    • Problemas urinários (como incontinência urinária). 

    Tipos de esclerose múltipla 

    É comum que as manifestações da esclerose múltipla (EM) tenham períodos de maior atividade e de remissão, ou seja, a doença pode se apresentar “em crises”. Elas podem aparecer de forma repentina e durar por alguns dias, semanas ou meses e, depois, melhorar ou até desaparecer – para, posteriormente, surgir outra vez. 

    Com base nisso, classifica-se a doença em três tipos principais: 

    • EM remitente recorrente: essa é a forma mais comum, em que há períodos de crises (surtos) seguidos de períodos de remissão (melhora); 
    • EM secundariamente progressiva: depois de anos de crises e remissões em um quadro de EM remitente recorrente, os sintomas passam a ser mais contínuos, caracterizando então um quadro de EM secundariamente progressiva. 
    • EM primariamente progressiva: desde o início, os sintomas estão sempre presentes (sem haver períodos de remissão) e pioram aos poucos. 

    Qual médico procurar? 

    O neurologista é o médico especializado em distúrbios que afetam o sistema nervoso, estando apto a conduzir uma investigação e diagnosticar a esclerose múltipla. 

    Muitas vezes, o tratamento requer a atuação de uma equipe multidisciplinar. Portanto, além do neurologista, podem participar outros médicos (como o urologista) e profissionais da saúde (incluindo fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e psicólogo), dependendo das necessidades de cada paciente. 

    Exames que auxiliam no diagnóstico da esclerose múltipla 

    O diagnóstico da esclerose múltipla envolve a história clínica do indivíduo e uma avaliação física conduzida pelo médico, além de exames complementares. 

    Geralmente são utilizadas a ressonância magnética de crânio e de coluna para investigar a presença de lesões na bainha de mielina, e a coleta de líquor para avaliar as características do líquido cefalorraquidiano (que envolve o cérebro e a medula) e buscar por sinais de inflamação. 

    Como não existe um exame específico para detectar a esclerose múltipla, o diagnóstico é feito por exclusão – ou seja, descartando outras possíveis causas dos sintomas após uma análise detalhada do caso.

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    Esclerose múltipla tem cura? 

    Atualmente, não existe cura para a esclerose múltipla. No entanto, existem tratamentos eficazes que podem auxiliar a controlar a evolução da doença e, assim, oferecer mais autonomia e melhor qualidade de vida aos indivíduos.  

    Tratamentos para a esclerose múltipla 

    O tratamento da esclerose múltipla visa retardar a progressão da doença, por meio de fármacos específicos que modulam o sistema imunológico, e amenizar os sintomas, com o auxílio de medicamentos corticosteroides e também medicamentos de outras classes. 

    Além disso, pode ser importante aderir a sessões de fisioterapia (para trabalhar a mobilidade e a força), terapia ocupacional (para aprender a realizar tarefas do cotidiano com autonomia e maior facilidade) e psicoterapia (para cuidar da saúde mental). 

    Recomenda-se ainda manter um estilo de vida saudável, com prática regular de atividades físicas, alimentação diversificada e equilibrada, boas noites de sono e interrupção do tabagismo. 

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