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    Escoliose: quando este desvio é preocupante?

    Condição pode afetar pessoas de todas as idades; saiba mais

    Por Raquel RibeiroPublicado em 14/08/2024, às 16:51 - Atualizado em 15/08/2024, às 11:15

    o que é escoliose

    A escoliose é um desvio da coluna vertebral que atinge em torno de 2% da população do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). A condição pode ter diversas causas e afetar pessoas de todas as idades. Saiba mais sobre a doença, os diferentes tipos, formas de diagnóstico e tratamento.

     

    O que é escoliose? 

    A escoliose é uma condição em que a coluna vertebral apresenta uma curvatura anormal para um dos lados do tronco, em vez das curvaturas normais que sustentam o corpo. A escoliose pode fazer com que um dos ombros fique mais alto que o outro.  

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    O que causa escoliose? 

    A causa pode estar relacionada a: 

    • Histórico familiar: presença de escoliose em membros da família. 
    • Má formação congênita: problemas de desenvolvimento das vértebras durante a gestação. 
    • Lesões na coluna: fraturas ou condições como osteoporose. 
    • Condições neurológicas: doenças como paralisia cerebral e ataxia (dificuldade ou incapacidade de manter a coordenação motora). 
    • Desequilíbrio muscular: problemas que afetam a força e simetria dos músculos. 
    • Tumores: presença de tumores na coluna vertebral. 

    Contudo, algo entre 65% e 80% dos casos de escoliose têm causa desconhecida. Essa é a escoliose idiopática, a mais comum. 

    Tipos de escoliose 

    • Escoliose idiopática: forma mais comum de escoliose, não tem causa específica e costuma aparecer após os 10 anos de idade. 
    • Escoliose congênita: tipo presente desde o nascimento, resulta de problemas nos ossos da coluna que surgem enquanto o bebê está crescendo no útero. 
    • Escoliose neuromuscular: associada a condições neuromusculares que afetam tanto os nervos quanto os músculos do corpo, impactando a força e o controle muscular. Alguns exemplos mais frequentes são a paralisia cerebral, amiotrofia espinal, distrofia muscular de Duchenne, ataxia, entre outros. 
    • Escoliose degenerativa: surge devido ao desgaste natural da coluna vertebral com o envelhecimento, afetando os idosos. A causa é a artrose da coluna vertebral, afetando principalmente a coluna lombar. 
    • Escoliose funcional: causada por desequilíbrios musculares, posturais ou assimetrias nas pernas. A curvatura é temporária e pode ser corrigida com fisioterapia. 

    Quais são os sintomas de escoliose? 

    Os sintomas de escoliose variam e nos casos leves às vezes não há nenhum sintoma perceptível, mas alguns dos mais comuns incluem: 

    • Desigualdade na altura dos ombros, em que um ombro pode parecer mais alto que o outro. 
    • Inclinação do corpo para um dos lados. 
    • Escápulas desalinhadas, ou seja, quando os ombros estão fora da posição correta. 
    • Um lado do quadril mais alto que o outro. 
    • Uma perna parece mais curta que a outra. 
    • Dificuldade para se manter ereto. 
    • Fraqueza ou dor muscular, cuja intensidade pode variar. 
    • Sensação de fadiga nas costas, especialmente após longos períodos em pé ou sentado. 

    Nos casos mais graves, a curvatura severa da coluna pode comprometer a capacidade dos pulmões de se expandir adequadamente, resultando em dificuldades respiratórias. 

    Como é feito o diagnóstico? 

    O diagnóstico precoce da escoliose é crucial para um tratamento eficaz, e inclui:   

    História clínica: o especialista faz perguntas sobre a história do paciente, incluindo histórico familiar de escoliose, desenvolvimento durante a infância e adolescência, e presença de sintomas como dor nas costas ou alterações na postura.  

    Exame físico: a coluna vertebral do paciente é examinada em várias posições. Pode ser realizado um exame físico conhecido como Teste de Adams, em que o paciente se inclina para frente, movimento que permite ao especialista identificar irregularidades no contorno vertebral e avaliar a presença de escoliose.  Por meio dessas análises, o profissional observa assimetrias, inclinações laterais, desalinhamentos ou rotações.  

    Exames complementares: o ortopedista especializado em coluna pode solicitar exames complementares como raio-x, tomografia e ressonância magnética da coluna vertebral para determinar o tipo e o grau da escoliose no paciente, para planejar o tratamento adequado. 

    Escoliose tem cura? 

    Há formas de tratar, mas as chances de melhora dependem da idade e do grau da curvatura.  

    Como é feito o tratamento? 

    O foco do tratamento da escoliose é estabilizar a condição e reduzir os sintomas. De qualquer forma, ele deve ser adaptado à curvatura da coluna, à idade do paciente e a outros fatores específicos. A seguir, conheça mais detalhes de alguns deles. 

    Colete para escoliose 

    Em casos de escoliose moderada, especialmente durante o período de crescimento acelerado em crianças e adolescentes, coletes ortopédicos podem ser recomendados para controlar a progressão da curvatura. Na escoliose idiopática (sem causa conhecida), o colete tende a ser indicado para curvas entre 20 e 40 graus. 

    Cirurgia para escoliose 

    Em casos mais graves de escoliose, ou seja, ao ter inclinação de 40 a 50 graus ou risco de futuros problemas de saúde, a cirurgia é recomendada. Alguns benefícios que o paciente tem com a cirurgia incluem a diminuição da curvatura da coluna, a estabilização da deformidade e a prevenção de problemas cardiorrespiratórios e neurológicos. Além disso, a cirurgia melhora a aparência estética e a qualidade de vida do paciente.  

    Durante o procedimento, ganchos, hastes e parafusos de aço ou titânio são utilizados para corrigir a deformidade. No entanto, vale destacar que a necessidade e o tipo de cirurgia são sempre avaliados individualmente. 

    Exercícios para escoliose 

    O tratamento da escoliose começa com sessões de fisioterapia e atividades físicas supervisionadas, como musculação, alongamentos e até RPG (Reeducação Postural Global).   

    A fisioterapia, por exemplo, é recomendada para fortalecer os músculos ao redor da coluna vertebral, melhorar a postura e aliviar sintomas como dor nas costas. 

    Atualmente, o tipo de reabilitação que apresenta melhor evidência para o tratamento da escoliose leve e moderada é chamado de Exercícios Fisioterapêuticos Específicos para Escoliose.  

    Lordose, cifose e escoliose 

    A escoliose é um dos possíveis desvios da colina, mas há outros. Saiba quais são e entenda as diferenças entre essas condições:  

    Lordose: é a curvatura normal da coluna cervical e lombar vistas no perfil. Quando muito exagerada, a hiperlordose é caracterizada por um aumento da curvatura lombar em direção à frente do abdômen, resultando em glúteos mais proeminentes e uma barriga mais saliente.

    Cifose: é a curvatura normal da coluna torácica vista no perfil. Quando exagerada, a hipercifose torácica é uma curvatura anormal da coluna vertebral, onde os ombros, pescoço e cabeça são projetados para frente, criando a aparência popularmente conhecida como “corcunda”. 

    Escoliose: diferentemente das duas primeiras, que são observáveis de perfil, a escoliose é uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco, causada pela rotação das vértebras. Pode ser identificada ao olhar uma pessoa de costas. 

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    Fonte: Dr. Pedro Petersen, coordenador do pronto socorro de ortopedia do Hospital Nove de Julho 

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