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Ataxia: entenda o que é e como é feito o diagnóstico

A condição afeta o equilíbrio e a coordenação motora; saiba quando é hora de buscar ajuda médica

Por Danielle SanchesPublicado em 11/12/2023, às 18:45 - Atualizado em 11/04/2024, às 18:20

Ataxia

A ataxia é uma condição neurológica que afeta o controle motor, interferindo na coordenação dos movimentos e no equilíbrio. O distúrbio tem causas variadas e impõe desafios para o paciente que vive com a condição. Veja mais a seguir. 

O que é ataxia? 

Ataxia é um distúrbio que afeta o equilíbrio e a coordenação motora, podendo acometer também a marcha (andar), a fala e os movimentos oculares. Por isso, as pessoas com ataxia podem ter dificuldade para andar, falar, comer e realizar tarefas cotidianas.  

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Quais são os tipos e causas de ataxia? 

A ataxia pode ser várias causas. Entre elas:   

  • AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico ou hemorrágico; 
  • Deficiência de vitaminas B1 e B12;  
  • Infecções do sistema nervoso, como sífilis e encefalites virais;  
  • Intoxicação por substâncias, como alguns quimioterápicos e medicamentos;  
  • Tumores e doenças degenerativas, como atrofia de múltiplos sistemas. 

Existem também ataxias de origem genética, podendo ser classificadas em autossômicas recessivas; autossômicas dominantes; ligadas ao cromossomo X ou mitocondriais.  

Ataxia Cerebelar 

A ataxia cerebelar ocorre por lesões no cerebelo ou suas vias. Os sintomas podem variar conforme a localização da lesão e envolvem dificuldade para controle da musculatura axial (responsável pelo nosso equilíbrio postural), tremores e tendência à queda para o lado da lesão, entre outros.   

Ataxia Vestibular 

A ataxia vestibular resulta de danos ocorridos na via vestíbulo-ponto-cerebelar e que influencia no equilíbrio, coordenação e orientação no espaço do nosso corpo. Por isso, os sinais e sintomas neste caso incluem desequilíbrio, vertigem, nistagmo (movimentos involuntários e repetitivos dos olhos), além de náuseas e vômitos.  

Ataxia Sensorial 

A ataxia sensorial decorre do comprometimento da propriocepção (isto é, capacidade do ser humano em reconhecer a localização espacial do corpo, posição e orientação) consciente.

Os sinais e sintomas são parecidos com os da ataxia cerebelar, mas têm particularidades, como: piora significativa quando o paciente fecha os olhos, perda da propriocepção, marcha tabética (quando o calcanhar é usado com muita força no chão), entre outros.  

Ataxia de Friedreich 

A ataxia de Friedreich (AF) é decorrente de mutação genética no cromossomo 9q21.11. É a forma mais frequente de ataxia autossômica recessiva (ou seja, causada por genes recessivos).

Geralmente, o quadro clínico inicia por volta dos 12 aos 18 anos, com ataxia cerebelar, nistagmo e disartria (perda da capacidade de articular palavras de forma normal), além de envolvimento do sistema nervoso periférico (diminuição da sensibilidade vibratória e da propriocepção) e alterações sistêmicas, como cardiopatia, escoliose, pés cavos e diabetes mellitus.

Por vezes, os sintomas podem começar depois dos 25 anos (AF de início tardio) ou após os 40 anos (AF de início muito tardio), com evolução mais lenta em relação à forma clássica da doença.  

Existem outros tipos de ataxia? 

Sim, existem. A ataxia pode decorrer de lesões em outros locais do sistema nervoso, como lobo frontal e tálamo (localizado na região central do cérebro).

Também pode resultar de alterações genéticas diferentes da ataxia de Friedreich, como ocorrem na ataxia-telangiectasia, ataxias com apraxia oculomotora, ataxias espinocerebelares e ataxias episódicas, dentre outras.  

Quais são sintomas de ataxia? 

Dentre os principais sintomas de ataxia, estão:   

  • Dificuldade para ficar em pé ou andar; 
  • Tontura; 
  • Dificuldade para realizar movimentos com os membros, especialmente movimentos finos;  
  • Dificuldade para falar (disartria);  
  • Movimentos oculares anormais, como nistagmo; 
  • Náuseas e vômitos. 

Como é feito o diagnóstico? 

O diagnóstico da ataxia é baseado no quadro clínico (história do paciente, história familiar, descrição dos sintomas e exame físico) e exames complementares, como ressonância magnética ou tomografia computadorizado do crânio, exames de sangue, análise de líquor e testes genéticos.  

Qual médico procurar? 

É recomendado avaliação com um neurologista. Por vezes, também pode ser necessária a avaliação e o acompanhamento por um otorrinolaringologista, neurocirurgião ou geneticista. 

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Fonte: Dra. Nayara de Lima Froio, médica neurologista

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