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    Febre: causas e quando procurar um médico

    Veja quais temperaturas são consideradas anormais e quais sintomas são sinais de alerta

    Por Samantha CerquetaniPublicado em 09/09/2022, às 11:23 - Atualizado em 22/05/2025, às 10:53

    A febre é um mecanismo de defesa do nosso organismo. Quando o sistema imunológico percebe que tem algo errado, ele aciona o hipotálamo – região do cérebro que influencia o nosso termostato – e aumenta a temperatura corporal.

    “A temperatura do corpo humano varia ao longo do dia. Registramos uma temperatura mais baixa e, com o tempo, ela sobe um pouco. Consideramos normal entre 35.3ºC e 37.7ºC”, explica  Sumire Sakabe, médica infectologista.

    A partir de 37.8ºC, entende-se que o aumento da temperatura é anormal e, por isso, chamamos de febre.

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    O que causa a febre?

    “Ter febre indica que alguma coisa não vai bem”, afirma Cristhieni Rodrigues, infectologista.

    E o motivo mais comum para essa alteração no corpo são infecções desencadeadas por vírus, bactérias ou parasitas.

    Além dos processos infecciosos, existem outras doenças que podem causar febre. É o caso de doenças reumáticas (como artrite reumatoide), autoimunes (como lúpus descompensado) e oncológicas (como linfoma e leucemia).

    Quais sintomas podem acompanhar a febre?

    É comum a febre gerar mal estar e desconforto. Isso pode se manifestar por sensação de frio e dores de cabeça, no corpo e nas articulações.

    “A febre também pode mostrar que aquela infecção ou aquele processo está acontecendo em um órgão específico”, comenta Rodrigues. “Se o paciente está com febre e ardência urinária, é possível direcionar para infecção urinária”, exemplifica.

    Quando é preciso procurar um médico?

    Se a febre durar um ou dois dias, não ultrapassar os 39ºC e não estiver acompanhada de outros sintomas relevantes, a princípio não há necessidade de buscar atendimento médico.

    Mas, em alguns cenários, a avaliação especializada pode ser essencial. “Muitas vezes a gente vê pacientes no pronto-socorro já em sepse (infecção generalizada), porque não valorizaram a febre e os sintomas nos dias anteriores. Assim, eles chegam em um status muito avançado do processo infeccioso que pode até evoluir para uma doença mais grave”, comenta Rodrigues.

    Vale ficar atento às seguintes situações

    • Mais de três dias de febre;
    • Febre alta: a partir de 39º também deve chamar a atenção, principalmente quando estiver acompanhada de sintomas como calafrios, mal-estar, dor de cabeça, dor na nuca (rigidez no pescoço), pintinhas no corpo, vômitos;
    • Febre acompanhada de outros sintomas importantes: “Os sintomas de alarme incluem alterações no nível de consciência (paciente sonolento ou que responde pouco), dificuldade para respirar, desmaio ou sensação de desmaio, vômito, Sinais de desidratação (pouca urina e pele seca), pressão baixa, batimentos cardíacos acelerados e baixa saturação de oxigênio”, lista Sakabe.
    • Se você tiver um sintoma específico em algum órgão (ardência ao urinar, por exemplo), também vale investigar,
    • Febre em idosos: É frequente que os idosos apresentem febre baixa – e, muitas vezes, até uma temperatura corporal abaixo do normal – associada a outros sintomas pouco específicos. Isso pode indicar uma doença mais grave e é algo comum da imunossenescência (o envelhecimento do sistema imunológico).  Por isso é importante avaliar a febre do idoso de uma maneira diferente, procurando atendimento médico mais cedo”, explica Rodrigues.
    • Febre em pessoas com alterações no sistema imunológico: é o caso, por exemplo, de pacientes, em tratamento para qualquer tipo de câncer, imunossuprimidos, indivíduos que fazem terapia imunobiológica, pessoas em quimioterapia.
    • Febre persistente: aquela que não baixa com antitérmicos.
    • Febre em crianças: especialmente abaixo dos três meses de idade, a criança não vai exteriorizar onde está doendo e se tem algum sintoma a mais”, constata Rodrigues. A febre pode vir junto de sinais mais genéricos, como desconforto, irritabilidade e nervosismo. Então, o melhor é buscar assistência médica caso a situação se prolongue. Outro ponto de atenção são as convulsões. Crianças menores de 5 anos (sobretudo entre um ano e um ano e meio) podem apresentar esse tipo de reação a0 terem febre. “As convulsões febris, embora benignas e autolimitadas, são certamente assustadoras para pais e crianças”, observa Sakabe. “Por este motivo, em especial em crianças pequenas, é recomendado tratar a febre com antitérmicos, além de tratar as causas da febre.”

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    Em quais situações tomar remédio para febre?

    Nem sempre é preciso recorrer a medidas farmacológicas. Mas se você tiver um quadro leve e sentir muito desconforto, algumas alternativas são paracetamol e dipirona. O melhor é optar pelo medicamento que você já usou e não gerou nenhuma reação adversa.

    “Em geral, os antitérmicos são seguros e podem ser tomados para o controle da febre. Mas é importante lembrar que eles apenas abaixam a temperatura e não tratam a causa”, diz Sakabe.

    E é preciso estar atento à quantidade ingerida. “O paracetamol em grandes quantidades pode causar dano severo ao fígado. Os antiinflamatórios não hormonais comuns, se usados indiscriminadamente, podem acarretar problemas renais e gástricos”, alerta a infectologista.

    Vale ressaltar que existem os casos nos quais a automedicação deve ser evitada, dando prioridade ao atendimento médico.

    Isso costuma se aplicar a situações que já mencionamos: crianças, idosos, pessoas com alterações imunológicas, indivíduos com febre alta acompanhada de outros sintomas importantes e pacientes com febre que não baixa.

    Como baixar a febre em casa?

    O primeiro caminho consiste em medidas comportamentais. Você pode tomar um banho em uma temperatura mais amena, não usar roupas muito quentes e não se cobrir demais. O objetivo é aumentar a perda de calor do corpo para o ambiente.

    Em segundo lugar, estão as medidas farmacológicas. Lembrando, mais uma vez que as recomendações de manejo da febre em casa são para quadros mais leves. Os quadros mais graves devem procurar atendimento médico.

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