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    Resistência à insulina: condição aumenta risco de diabetes tipo 2

    O quadro pode ser controlado e até mesmo revertido por meio de mudanças no estilo de vida

    Por Samantha CerquetaniPublicado em 14/10/2024, às 12:09 - Atualizado em 15/10/2024, às 09:33

    resistência a insulina

    A resistência à insulina é uma condição na qual as células do corpo se tornam menos responsivas à ação do hormônio insulina, essencial para o controle dos níveis de glicose no sangue. Esse problema pode ocorrer de maneira silenciosa e, se não for tratado, aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e outras complicações metabólicas. A seguir, conheça as causas, como é o diagnóstico e o tratamento da condição.

    O que é resistência à insulina?  

     A resistência à insulina é uma condição em que as células do corpo, especialmente nos músculos, fígado e tecido adiposo, não respondem adequadamente à ação da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas.

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    A insulina é responsável por permitir que a glicose (açúcar) entre nas células para ser usada como energia. Quando as células se tornam resistentes à insulina, o corpo precisa produzir mais desse hormônio para compensar a falta de resposta, o que pode levar a níveis elevados de insulina no sangue, uma condição chamada hiperinsulinemia.   

    Com o tempo, a resistência à insulina pode sobrecarregar o pâncreas, que não consegue produzir insulina suficiente para manter os níveis de glicose controlados. Isso resulta em glicose elevada no sangue, um quadro que pode evoluir para pré-diabetes e, eventualmente, diabetes tipo 2.

    Além disso, a resistência à insulina está frequentemente associada a outras condições, como obesidade, hipertensão e colesterol alterado.   

    O que causa resistência à insulina?  

    Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da resistência à insulina. Entre eles, destacam-se:  

    • Sedentarismo. 
    • Gordura abdominal. 
    • Alimentação inadequada.  
    • Estresse crônico.  
    • Sono inadequado.  

    Quais são os sintomas de resistência à insulina?  

    A resistência à insulina geralmente é assintomática. No entanto, podem surgir alguns sintomas, como fadiga, dificuldade para emagrecer, aumento de peso e gordura abdominal. Também podem ocorrer alterações na pele, como manchas escuras.   

    Em alguns casos, sintomas relacionados ao aumento dos níveis de glicose podem surgir, como sede intensa, vontade frequente de urinar e visão embaçada.  

    Como a resistência à insulina afeta a saúde geral? 

    Além de aumentar o risco de diabetes tipo 2, a resistência à insulina pode contribuir para várias condições médicas. Veja abaixo as principais: 

    • Síndrome metabólica: conjunto de condições — como obesidade abdominal, hipertensão, resistência à insulina e colesterol alterado (redução do colesterol bom e aumento dos triglicerídeos) — que aumentam o risco de doenças cardíacas, derrames e diabetes tipo 2. 
    • Doenças cardiovasculares: a resistência à insulina está associada a um maior risco de problemas cardíacos e AVCs devido à formação de placas nas artérias. 
    • Problemas hepáticos: pode levar à esteatose hepática não alcoólica, que pode evoluir para inflamação e cirrose. 
    • Distúrbios hormonais: em mulheres, está ligada à síndrome do ovário policístico, causando irregularidades menstruais e infertilidade. 

    Como saber se tenho resistência à insulina?  

    Para diagnosticar a resistência à insulina, os médicos solicitam exames de sangue que medem os níveis de glicose e insulina em jejum.  

    O teste de tolerância à glicose é outro procedimento comum, no qual o paciente consome uma solução açucarada e os níveis de glicose são monitorados ao longo do tempo.   

    Além disso, a avaliação do índice de massa corporal e o histórico médico do paciente são avaliados para um diagnóstico preciso.  

    Qual é a diferença entre pré-diabetes e resistência à insulina?  

    A resistência à insulina e a pré-diabetes são condições interligadas, mas distintas. A resistência à insulina ocorre quando as células não respondem de maneira eficaz ao hormônio insulina, o que dificulta o controle dos níveis de glicose no sangue. Porém, nem sempre os níveis chegam a ser suficientemente altos para serem considerados pré-diabetes.  

    A pré-diabetes, por sua vez, refere-se a um estado em que os níveis de glicose no sangue estão elevados, mas ainda não significa que a pessoa tem diabetes tipo 2. Mas, é importante se atentar e tomar as medidas indicadas por um médico para não desenvolver a condição.   

    Em resumo, a resistência à insulina é um fator de risco que pode anteceder a pré-diabetes.

    Vale mencionar que cerca de 20 milhões de pessoas no Brasil – 10% da população – possuem diabetes, sendo a maioria (90%) de diabetes tipo 2, que ocorre justamente quando há resistência à insulina (o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz) ou quando não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia.

    Qual é o tratamento para resistência à insulina?  

    O tratamento para a resistência à insulina envolve mudanças no estilo de vida, como alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e controle de peso. A dieta deve ser rica em fibras, proteínas magras e gorduras saudáveis, enquanto a atividade física ajuda a melhorar a sensibilidade das células à insulina.

    Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos.  Alguns fármacos visam aumentar a sensibilidade das células à insulina; enquanto outros, indicados para pessoas que já têm diabetes, ajudam a reduzir os níveis de glicose ao aumentar a excreção de glicose pelos rins ou aumentar a secreção de insulina pelo pâncreas.  

    Formas de prevenção  

    Para prevenir a resistência à insulina é importante adotar uma dieta equilibrada – rica em fibras, frutas, vegetais e grãos integrais – e que restrinja os açúcares simples e carboidratos refinados.   

    A prática regular de exercícios físicos aeróbicos (como caminhada, corrida, natação e ciclismo) também é importante para melhorar a sensibilidade à insulina e controlar o peso.   

    A perda de peso, mesmo que em pequena quantidade, pode ter um impacto significativo na redução do risco da condição. Hoje sabemos que o excesso de gordura, especialmente abdominal, está associado à resistência à insulina.

    Vale mencionar que é sempre recomendável fazer um controle do estresse (seja com práticas como corrida, meditação e ioga, seja com psicoterapia) e garantir boas noites de sono. Isso porque esses fatores também influenciam o metabolismo e a função hormonal.   

    Qual médico procurar?  

    Para avaliar e tratar a resistência à insulina, o endocrinologista é o especialista indicado. O profissional é especializado em diagnosticar e tratar questões relacionadas ao metabolismo e aos hormônios. 

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    Fonte: Dra. Gabriela Dias, endocrinologista do Hospital Nove de Julho.  

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