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    Cardiopata: conheça as principais orientações para cuidar da sua saúde

    Manter o calendário de vacinação atualizado está entre as medidas que ajudam a evitar complicações

    Fonte: Dr. Eduardo LimaMédico CardiologistaPublicado em 14/10/2024, às 17:26 - Atualizado em 15/10/2024, às 09:32

    Cardiopata

    Existem uma série de cuidados que um paciente cardiopata pode adotar para melhorar a qualidade de vida. É importante fortalecer hábitos que são benéficos à saúde e evitar aqueles que são prejudiciais, além de contar com o acompanhamento frequente de uma equipe multiprofissional qualificada. 

    O que é cardiopata? 

    Cardiopata é um termo genérico utilizado em referência a pacientes que apresentam algum tipo de dano patológico no coração – seja no sistema elétrico (podendo causar arritmias), nos vasos sanguíneos (que podem estar entupidos por placas de gordura), nas válvulas (que podem não funcionar adequadamente) ou no músculo cardíaco (que pode se tornar mais duro ou mais fraco). 

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    Vale esclarecer que nem todas as pessoas que fazem acompanhamento com o cardiologista necessariamente têm alguma cardiopatia. Doenças como hipertensão e colesterol elevado não são consideradas cardiopatias, e sim fatores de risco para doenças cardiovasculares. Assim, é possível que um indivíduo seja diagnosticado com hipertensão, por exemplo, mas não tenha lesões ou alterações estruturais no coração. 

    Quais cuidados o cardiopata deve manter? 

    É fundamental que o cardiopata mantenha um estilo de vida saudável. Cada doença tem suas particularidades e orientações específicas, mas, de forma geral, é recomendável aderir a uma alimentação saudável e fazer atividades físicas com frequência. 

    Cuidados com a alimentação 

    A alimentação saudável é uma grande aliada da saúde do coração. Entre as principais medidas dietéticas que ajudam a proteger esse órgão, estão: 

    • Diminuir a ingesta de gordura animal (para reduzir o risco do entupimento dos vasos sanguíneos); 
    • Evitar o consumo excessivo de sal e sódio (para não intensificar o trabalho cardíaco e não sobrecarregar esse órgão); 
    • Evitar o consumo excessivo de açúcar e carboidratos (para diminuir o risco de aumento do peso, o diabetes e outras doenças metabólicas); 
    • Aumentar a ingesta de fibras (para reduzir o colesterol e melhorar o trânsito intestinal). 

    Convém lembrar que sódio, cujo excesso deve ser evitado, não está presente apenas no sal. Ele é encontrado em alguns conservantes, temperos prontos, alimentos embutidos (que também têm muita gordura animal), salgadinhos, refrigerantes e outros ultraprocessados. Do ponto de vista da saúde, o mais adequado é ter uma dieta diversificada e que priorize alimentos in natura ou minimamente processados. 

    Fazer exercícios físicos 

    A prática regular de atividades físicas traz benefícios para todos – o recomendado é realizar exercícios pelo menos cinco vezes por semana, idealmente combinando atividades aeróbicas com resistidas, mas mesmo uma simples caminhada em alguns dias da semana que melhora a saúde. 

    Ser fisicamente ativo auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares, contribuindo para melhorar a função dos vasos sanguíneos e controlar fatores de risco (como hipertensão, diabetes, obesidade e dislipidemias). Além disso, a atividade física também é importante para cardiopatas – incluindo aqueles que têm insuficiência cardíaca ou sofreram infarto, por exemplo. 

    Pacientes com o coração danificado podem se beneficiar de programas de reabilitação cardíaca, que são oferecidos por clínicas e hospitais e consistem na prática de atividades físicas sob a supervisão de um profissional de saúde em um ambiente seguro. Dessa maneira, portadores de cardiopatias conseguem aprimorar sua capacidade física e reduzir o risco de infarto, AVC e morte. Importante que esses exercícios sejam orientados por profissionais com experiência para que a patologia cardíaca não seja piorada.

    Fazer exames regularmente 

    A realização periódica de exames laboratoriais e de imagem permite monitorar a estabilização, a progressão ou a regressão das cardiopatias. Geralmente, são solicitados exames de sangue para avaliar glicemia, hemoglobina glicada, colesterol, função do rim e função do fígado, além do ecocardiograma (ultrassom do coração). A depender da doença, podem ser indicados exames mais específicos. 

    Evitar o tabagismo e etilismo 

    O tabagismo promove a disfunção do endotélio (membrana que reveste internamente os vasos sanguíneos) e, por isso, se caracteriza como um fator de risco para doenças cardiovasculares – principalmente a aterosclerose (acúmulo de gordura nos vasos). Fumar aumenta ainda o risco de eventos como infarto, AVC e amputação de membros (que pode ser necessária em casos de aterosclerose dos membros inferiores). 

    Já o etilismo está associado sobretudo às doenças do músculo cardíaco: o álcool é um dos fatores que agride as células do coração, podendo levar a quadros como cardiomiopatia dilatada e insuficiência cardíaca. Essa substância também pode aumentar o risco de AVC, pois está atrelada ao aumento da pressão e ao aumento de arritmias cardíacas (como fibrilação atrial). Atualmente, as sociedades médicas entendem que não há nível seguro de consumo de álcool. 

    Vacinação do cardiopata: quais vacinas são recomendadas? 

    Todo indivíduo cardiopata é mais suscetível a infecções. Na vigência de uma pneumonia, por exemplo, esse tipo de paciente tem maior risco de complicações e até morte. Sabe-se ainda que cardiopatas acometidos por infecções virais, principalmente aquelas causadas por influenza, têm maior risco de infartar. 

    Desse modo, há dois imunizantes, em especial, que são recomendados a pessoas com cardiopatia de acordo com diretrizes nacionais e internacionais: a vacina influenza e a vacina pneumocócica.

    Mas cabe reforçar que é imprescindível estar com o calendário vacinal completo – incluindo as vacinas da infância, as vacinas de hepatite, a vacina Covid-19, entre outras. 

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    Qual médico pode acompanhar o cardiopata? 

    Diversos profissionais de saúde são relevantes no acompanhamento do cardiopata. Além do cardiologista, pode ser necessária a participação de outros médicos conforme as características de cada paciente – por exemplo, o endocrinologista (em caso de doença metabólica), o geriatra (se o paciente for idoso), o nefrologista (em caso de doença renal) e o hepatologista (em caso de doença no fígado). 

    Também é importante que o cardiopata conte com um nutricionista para fazer as adequações na dieta, com um educador físico que oriente e supervisione a prática de atividades físicas e com um fisioterapeuta se houver alguma limitação física. Destaca-se ainda a contribuição do psicólogo e/ou do psiquiatra, pois o controle da depressão e da ansiedade é capaz de melhorar o prognóstico de pacientes com cardiopatias. 

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