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Glicose alta: quais os riscos e como tratar?

Aumento do açúcar no sangue pode indicar presença de diabetes

Por Raquel RibeiroPublicado em 26/09/2024, às 19:34 - Atualizado em 27/09/2024, às 13:01

Glicose alta

A glicose alta, também conhecida como hiperglicemia, ocorre quando os níveis de açúcar no sangue estão acima do normal, representando um risco significativo para a saúde. Esse problema é frequentemente associado ao diabetes, mas pode afetar qualquer pessoa, dependendo de fatores como dieta, estilo de vida e condições médicas subjacentes. Manter a glicose sob controle é essencial para evitar complicações graves, como doenças cardíacas, danos nos nervos e nos rins.

O que é glicose no sangue? 

A glicose no sangue é um tipo de açúcar que circula na corrente sanguínea e serve como uma das principais fontes de energia para o corpo humano. Ela é obtida a partir dos alimentos que consumimos, especialmente carboidratos, como pães, frutas, massas e doces. Após a digestão, a glicose é absorvida pelo intestino e liberada na corrente sanguínea, sendo transportada para as células, onde é convertida em energia. 

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Para que a glicose entre nas células e seja utilizada, o corpo precisa da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas. Quando os níveis de glicose no sangue estão adequadamente regulados, o corpo funciona de forma eficiente. No entanto, desequilíbrios nos níveis de glicose, como a glicose alta (hiperglicemia) ou baixa (hipoglicemia), podem causar problemas de saúde. Manter a glicose no sangue dentro de níveis saudáveis é fundamental para a saúde geral e o bom funcionamento do organismo.

O que pode causar alta de glicose?

A alta de glicose, chamada de hiperglicemia, acontece quando os níveis de açúcar no sangue estão excessivamente elevados. E este aumento nos níveis de açúcar pode ser causado por uma série de fatores, muitos deles relacionados ao estilo de vida e a condições médicas específicas.  

A causa mais comum de glicose alta é o diabetes. No diabetes tipo 1, o corpo não produz insulina suficiente. Já no diabetes tipo 2, o paciente apresenta, além da falta de insulina, uma resistência à ação da insulina nas células, o que impede que a glicose seja adequadamente utilizada.

Um quadro de pré-diabetes também pode causar níveis de glicose elevados no sangue, embora não tão altos quanto em casos de diabetes diagnosticado. O pré-diabetes ocorre quando os níveis de glicose estão acima do normal, mas ainda não atingiram os valores característicos de diabetes.  Nessa condição, o corpo já apresenta resistência à insulina, o que significa que as células não conseguem utilizar a glicose de maneira eficiente. Isso resulta em um acúmulo de açúcar no sangue. 

Além disso, o consumo excessivo de alimentos ricos em carboidratos simples, como pães, massas, doces e refrigerantes, pode elevar rapidamente (mesmo que temporariamente) os níveis de glicose no sangue. 

A falta de exercícios também pode contribuir para a elevação dos níveis de açúcar no sangue. Isso porque a atividade física ajuda a controlar os níveis de glicose, pois as células musculares utilizam a glicose como fonte de energia 

Outros fatores que podem causar uma hiperglicemia, mesmo que temporária são o estresse físico ou emocional (que aumentam os níveis de hormônios que elevam a glicose no sangue), o uso de certos medicamentos (como corticosteroides e alguns diuréticos) e a desidratação, que faz com que o nível de concentração de glicose no sangue aumente.

Quais são os sintomas de glicose alta? 

A glicose alta pode passar despercebida por muitos anos, o que torna fundamental o monitoramento regular. Quando os sintomas estão presentes, os mais comuns são:  

  • Sede intensa 
  • Urinar com frequência 
  • Fome excessiva 
  • Perda de peso repentina sem redução na ingestão de calorias 
  • Cansaço e fadiga constantes 
  • Visão turva 

Outros sintomas menos comuns são: 

  • Pele ressecada 
  • Dificuldade de cicatrização 
  • Dor de cabeça 
  • Tontura 
  • Dor abdominal e náuseas frequentes 
  • Alterações no hálito 
  • Maior suscetibilidade a infecções 

Como é feito o diagnóstico? 

O diagnóstico é realizado pela dosagem dos níveis de glicose em uma amostra de sangue. Os níveis normais de glicemia em jejum variam entre 70 mg/dl e 99 mg/dl. 

A glicose é considerada alta se o resultado da glicemia em jejum estiver entre 100 e 125 mg/dl. Quando a glicemia em jejum é de 126 mg/dl ou mais, em duas ou mais ocasiões, o diagnóstico é de diabetes.  

Os dois exames mais comuns para o diagnóstico do pré-diabetes e do diabetes são: 

  • Glicemia de jejum: a glicemia de jejum é um exame de sangue feito após um jejum de pelo menos 8 horas, para medir os níveis de glicose no sangue. Ele é um dos principais exames para o diagnóstico de diabetes. 
  • Hemoglobina glicada (HbA1c): a hemoglobina glicada mede a quantidade de glicose ligada à hemoglobina ao longo de 90 a 120 dias, período de vida das hemácias. É o principal exame para diagnosticar o diabetes, com valores normais inferiores a 5,7%.

O que acontece se a glicose alta não é tratada? 

Se a glicose alta não for tratada e os níveis elevados persistirem por um longo período, podem ocorrer várias complicações graves e irreversíveis. A hiperglicemia prolongada afeta diferentes órgãos e sistemas do corpo, especialmente em pessoas com diabetes não controlado. Entre os principais problemas de saúde relacionados à glicose alta estão: 

  • Doenças cardiovasculares, como aterosclerose, que aumenta o risco de AVC e infarto  
  • Doença renal crônica e insuficiência renal  
  • Esteatose hepática e cirrose  
  • Amputações 
  • Problemas de visão  
  • Problemas dentários  
  • Disfunções neurológicas e sexuais 

Como baixar a glicose alta? 

Para reduzir os níveis de açúcar no sangue, é essencial seguir as orientações de um clínico geral ou endocrinologista. Normalmente, as recomendações incluem: 

  • Uso de medicamentos: podem ser indicados para regular a glicemia, especialmente em casos de diabetes. 
  • Alimentação saudável: adotar uma dieta que evite açúcar e carboidratos refinados, priorizando alimentos integrais, vegetais, frutas e gorduras saudáveis. 
  • Atividade física regular: praticar exercícios físicos por pelo menos 30 minutos por cinco dias na semana (150 minutos semanais) ajuda a usar o açúcar como fonte de energia. 

Qual médico procurar?

Se a glicose estiver alta, o médico indicado para procurar é o endocrinologista, especialista em hormônios, no sistema endócrino e em metabologia, incluindo o controle dos níveis de glicose no sangue. O endocrinologista é o profissional mais capacitado para diagnosticar e tratar condições relacionadas à glicose alta, como diabetes e pré-diabetes. Ele pode solicitar exames, ajustar tratamentos, como o uso de insulina ou outros medicamentos, e recomendar mudanças no estilo de vida. 

Além do endocrinologista, pode ser útil consultar um nutricionista para elaborar um plano alimentar adequado. Mas a consulta com um endocrinologista é fundamental porque a glicose alta pode levar a complicações sérias se não for controlada, como doenças cardiovasculares, problemas renais, danos aos nervos e aos olhos. O tratamento precoce ajuda a prevenir o avanço dessas complicações.  

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Fonte: Dra. Aline Cristina Pereira Teles, endocrinologista 

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