Helicobacter Pylori: o que é, sintomas e exame
Bactéria alojada no estômago pode causar uma série de complicações
Neste artigo, você vai ler:
A Helicobacter pylori, também conhecida como H. pylori, é uma bactéria que se instala no revestimento do estômago e tem sido associada a várias condições gastrointestinais, como úlceras e gastrite, além de câncer gástrico.
Falamos aqui de uma condição de saúde tratável quando feita com orientação médica adequada, podendo ser curada e evitar complicações para a vida toda.
Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto.
O que é Helicobacter Pylori?
Helicobacter pylori, frequentemente abreviada como H.pylori, é uma bactéria com a capacidade de se estabelecer de forma natural na mucosa do estômago humano.
Sua presença está associada ao desenvolvimento de condições como gastrite aguda ou crônica, úlceras e, em casos mais graves, até mesmo câncer gástrico.
Quais são os sintomas de H. pylori?
Na maioria dos pacientes infectados, o que corresponde a cerca de até 50% da população, segundo dados brasileiros, a bactéria H.pylori não causa sintomas significativos.
No entanto, a presença de dor ou desconforto na região epigástrica (área do abdômen localizada logo acima do estômago) ou mesmo de sensação de empachamento após comer pode indicar a possibilidade de gastrite, úlceras, lesões que se formam na mucosa do trato gastrointestinal, ou até mesmo ser um sinal de alerta para câncer gástrico.
A presença dessa bactéria no estômago leva a uma irritação na camada interna, o que resulta principalmente em sintomas de desconforto gástrico, como dor, sensação de queimação e dificuldade na digestão (empachamento após comer, incapacidade de terminar uma refeição habitual), conhecidos como dispepsia.
Como se pega Helicobacter Pylori?
Helicobacter pylori é frequentemente adquirida por meio do contato com água e alimentos contaminados, bem como saliva, vômitos e fezes de pessoas infectadas. Essa infecção geralmente ocorre na infância ou adolescência, sendo na maioria das vezes impossível saber o momento de transmissão, mas também ocorre frequentemente na idade adulta.
Além disso, a falta de higiene e más condições sanitárias podem ampliar a disseminação da bactéria, tornando-a mais prevalente em locais menos desenvolvidos.
Exame de H Pylori: como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de H. pylori é realizado normalmente por endoscopia digestiva alta com biópsia. Existem, porém, exames não invasivos de fezes e sangue, além de testes respiratórios, que também podem ser utilizados.
A endoscopia digestiva alta com biópsia é normalmente o primeiro exame, pois consegue afastar a presença de úlceras e de câncer gástrico, as maiores preocupações, especialmente em pacientes com sinais de alarme.
Neste exame, a presença da bactéria pode ser avaliada por meio de um teste rápido chamado urease ou por meio da análise do fragmento da mucosa obtida pela biópsia do estômago e avaliada pelo patologista.
Helicobacter Pylori tem cura?
Sim, H. pylori pode ser curada com o com o uso de inibidores da acidez gástrica (inibidores de bomba de prótons e bloqueadores ácidos competitivos de potássio) e antibióticos, conforme explicamos a seguir.
Como é feito o tratamento?
Geralmente, o tratamento envolve uma combinação de medicamentos para reduzir a acidez do estômago e combater a bactéria diretamente. São eles:
- Inibidores de Bomba de Prótons ou Bloqueadores Ácidos Competitivos de Potássio: são usados para reduzir a acidez do estômago, criando um ambiente mais hostil para a bactéria e facilitando a ação dos antibióticos.
- Antibióticos: atuam diretamente na bactéria, impedindo seu crescimento e propagação.
Contudo, vale ressaltar que o tipo de tratamento pode variar conforme as diretrizes médicas e a resistência local da bactéria aos antibióticos.
Qual médico procurar?
Nesses casos, o gastroenterologista clínico é o médico especializado no diagnóstico, tratamento e prevenção da infecção por Helicobacter pylori.
Durante a consulta, o especialista poderá avaliar os sintomas, realizar testes e prescrever o tratamento apropriado para cada indivíduo.
Fonte: Daniel Machado Baptista, gastroenterologista clínico e coordenador da Retaguarda do Hospital Nove de Julho