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    Hipermetropia: o que é, sintomas e tratamento

    O erro de refração provoca dificuldade para enxergar de perto

    Por Samantha CerquetaniPublicado em 06/12/2022, às 13:35 - Atualizado em 06/12/2022, às 13:36
    Créditos: Shutterstock

    Você já deve ter reparado que algumas pessoas têm dificuldade para enxergar os objetos de perto. Essa situação pode acontecer devido a uma condição conhecida como hipermetropia.

    Mas, ao contrário do que possa parecer, a hipermetropia não é uma doença: ela é classificada como um erro da refração, ou seja, quando  a luz não chega com nitidez na retina (fina camada do tecido nervoso que reveste o olho), ocorrendo atrás do globo ocular.

    “A hipermetropia é causada por um olho um pouco menor do que o normal. Também ocorre quando há uma curvatura da córnea (tecido transparente que fica na parte da frente do olho), que se apresenta mais plana. Os raios de luz se refletem atrás do ideal provocando a alteração na visão”, explica Aníbal Mutti, oftalmologista do Hospital Nove de Julho.

    Sintomas da hipermetropia

    O sintoma mais comum da hipermetropia é a dificuldade para ver de perto.

    “Isso não significa que o paciente enxergue bem os objetos que estão longe. Geralmente, a visão fica comprometida de forma geral. Frequentemente, apresentam o olho vermelho, alergia ocular e forçam a visão, o que acarreta cansaço visual”, destaca Fernando Borges, oftalmologista e presidente da Sociedade de Oftalmologia do Tocantins.

    Além disso, provoca:

    • Dor de cabeça, principalmente após fazer algum esforço para enxergar;

    • Ardor nos olhos;

    • Dificuldade de concentração em crianças;

    • Lacrimejamento ocular;

    • Sensação de peso ao redor dos olhos.

    Diferenças entre hipermetropia, astigmatismo e miopia

    É provável que você já tenha ouvido falar de miopia, hipermetropia e astigmatismo. Mas você sabe a diferença entre eles?

    Primeiramente, é importante destacar que as condições estão entre os erros refrativos mais comuns. Isso significa que, por alguma razão, o olho não apresenta uma refração apropriada da luz e a imagem que o indivíduo enxerga é alterada: ficando turva, embaçada ou opaca.

    A seguir, veja detalhes sobre cada uma delas:

    Astigmatismo

    Trata-se de uma alteração no formato da córnea, que é mais ovalada, o que dificulta a capacidade de focar nos objetos.

    Quem tem astigmatismo, apresenta dificuldade para enxergar tanto de perto quanto de longe. Geralmente, o indivíduo tem múltiplos pontos de foco e há uma distorção na imagem formada no cérebro.

    Miopia

    Caracteriza-se por um distúrbio visual que ocorre quando o globo ocular é mais longo. Por isso, o indivíduo forma a imagem antes que a luz chegue à retina. Este erro refrativo causa a dificuldade de enxergar à distância.

    A condição aparece tanto em crianças quanto em adultos e afeta um ou os dois olhos.

    Hipermetropia

    Como vimos, a hipermetropia ocorre quando o olho é mais “curto”, o que faz com que a imagem se forme depois da retina. Portanto, é considerada uma condição oposta à miopia.

    Hipermetropia infantil

    A hipermetropia também afeta as crianças e os sintomas são semelhantes aos que surgem nos adultos. No entanto, os pais podem demorar mais tempo para identificar a condição.

    É comum que a hipermetropia infantil afete o desempenho escolar. Isso porque elas sentem dificuldade para ler e realizar as tarefas propostas pelos educadores. Podem apresentar dor de cabeça frequente e lacrimejar demais, já que forçam muito os olhos para enxergar.

    “Crianças que têm hipermetropia geralmente são mais agitadas e não gostam de brincar com objetos muito próximos, como ver figurinhas ou brinquedos que exijam que enxerguem de uma forma mais nítida”, afirma Rui Barroso Schimiti, oftalmologista e professor do curso de Medicina da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).

    Como é feito o diagnóstico?

    A hipermetropia é diagnosticada após a pessoa apresentar os sintomas e buscar um oftalmologista, que é o especialista em olhos e visão.

    Durante a consulta, são realizados alguns exames oftalmológicos específicos. Entre eles, os exames de refração, de acuidade visual (que determina por meio de sequência de letras que aumentam e diminuem de tamanho quando há dificuldade de visão).

    Também podem ser solicitados exames para medir a pressão ocular e de fundo de olho.

    Formas de tratamento

    A primeira opção de tratamento para hipermetropia é a correção com óculos ou lentes de contato. Em linhas gerais, é preciso trazer essa imagem para a retina.

    Além disso, pode ser necessária uma cirurgia refrativa para modificar a curvatura da córnea.

    “A cirurgia refrativa é indicada para hipermetropia com o objetivo de melhorar a estética dos pacientes resistentes ao uso de óculos ou para quem não consegue usar lentes de contato. O procedimento não é recomendado para quem tem uma córnea fina. Por isso, apenas o oftalmologista deve indicar o procedimento”, explica Ione Alexim, oftalmologista, colaboradora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e ICNE (Instituto de Ciências Neurológicas).

    As principais complicações de possuir um erro refracional (grau de óculos) e não corrigi-lo é comprometer a visão em todo o seu potencial. Isso pode interferir diretamente no desempenho das atividades de vida diária, gerando desconforto visual e até dores.

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