Laringoscopia: o que é e como se preparar

Fonte: Rafael Monaco Raposo, Otorrinolaringologista do Hospital Santa Paula e Hospital 9 de Julho.

O nome laringoscopia vem da palavra laringe e, para se ter uma ideia de sua importância, é nela que ficam localizadas as pregas vocais, estrutura responsável pela nossa emissão de sons.  

Por sua vez, a laringoscopia e métodos diagnósticos como a nasofibrolaringoscopia são exames que permitem ao médico avaliar, não só a laringe, mas também as outras estruturas das vias aéreas superiores que incluem o nariz, as cavidades nasais (parte interna do nariz) e a faringe.  

As vias aéreas superiores são responsáveis por filtrar agentes tóxicos e infecciosos, melhorando a qualidade do ar que respiramos. 

O que é laringoscopia? 

Laringoscopia é um exame capaz de avaliar a laringe. O objetivo é diagnosticar doenças como: faringite, refluxo e até câncer.  

Como é feita e tipos de laringoscopia? 

A laringoscopia pode ser realizada de algumas formas: a direta, a indireta, a videolaringoscopia e a nasofibrolaringoscopia. Em seguida, explicamos cada uma delas.  

Laringoscopia direta 

Esse procedimento é realizado no centro cirúrgico quando o objetivo é a realização de procedimentos invasivos como cirurgias e biópsias na laringe. Com o paciente sob anestesia geral, um tubo chamado de laringoscópio é inserido pela boca.  

O laringoscópio rígido é capaz de analisar diferentes áreas, como laringe, hipofaringe, boca e garganta, à procura de tumores.  

Também é possível fazer uma biópsia, retirando amostras de tecidos durante o procedimento.

Laringoscopia indireta 

Etapa do exame físico das vias aéreas superiores, realizada na consulta médica, quando não há necessidade de equipamentos de fibra óptica. Prático e útil em uma primeira avaliação de rotina antes de um exame mais preciso da laringe. 

Com o paciente sentado, o médico cobre a língua dele com uma gaze e a segura para que ela não prejudique a visão. Então, ele posiciona um espelho na garganta para analisar a região. Pode ser que o profissional peça para o paciente fazer alguns sons para que a laringe se movimente.  

Videolaringoscopia 

Esse método faz uso de uma fibra óptica rígida (endoscópio) acoplada a um sistema de vídeo. O paciente é orientado a ficar sentado e com a boca aberta para que o endoscópio seja posicionado corretamente. 

É o exame mais indicado para o estudo e registro da laringe e das suas estruturas, pois permite a gravação das imagens e sons para acompanhamento.  

Nasofibrolaringoscopia 

A nasofibrolaringoscopia é um exame feito com introdução nas narinas de uma cânula muito fina (fibra óptica flexível) acoplado a um sistema de vídeo.

Com este método é possível avaliar a mucosa da cavidade nasal, faringe, cordas vocais e laringe, verificando a presença de anormalidades ou doenças.  

Como é a preparação para a laringoscopia? 

Para a realização da videolaringoscopia e da nasofibrolaringoscopia (ou exames endoscópicos da laringe e vias aéreas), existem três passos importantes.  

• Em primeiro lugar, que o paciente mantenha jejum de duas horas, uma vez que o procedimento pode causar náuseas.  

• Em segundo lugar, é indicado que o indivíduo se mantenha sentado. A região pode ser anestesiada com spray por via oral ou nasal para evitar incômodos. 

• Além disso, o paciente deve ser manter acordado e colaborativo, pois a laringoscopia é uma inspeção dinâmica que necessita do movimento de fonação. Ou seja, da ação do paciente para controles específicos da fala e controle do som. 

Já no caso da laringoscopia direta rígida, em geral, o médico pede para evitar alimentos e bebidas por oito horas antes do exame, conforme o tipo de anestesia que será usada. Pode beber pouca água até quatro horas antes do procedimento. Este é um procedimento cirúrgico – uma microcirurgia de laringe.

Quais condições a laringoscopia pode detectar?

Além de avaliar a anatomia da laringe, a laringoscopia poderá detectar e/ou avaliar: 

• Causas de rouquidão ou alterações na voz como calos ou nódulos; 

• Causas de pigarro; 

• Lesões suspeitas ou pré-cancerígenas; 

• Mobilidade de pregas vocais; 

• Disfagia: dificuldade de deglutição (engasgos);  

• Rinite: inflamação na mucosa nasal que causa coriza e espirros; 

• Faringite: inflamação na garganta causada por vírus ou bactérias; 

• Refluxo Gastroesofágico: retorno involuntário do suco gástrico do estômago para o esôfago. 

A avaliação periódica das vias aéreas através da laringoscopia no otorrinolaringologista é uma rotina essencial no rastreamento do câncer de laringe.