Síndrome mão pé boca é comum na infância; entenda
Doença é causada por enterovírus e provoca bolhas nas mãos, pés e boca, além de febre
Embora não seja muito conhecida do público em geral, a síndrome mão pé boca é o terror dos pais de crianças menores de cinco anos. Essa é justamente a faixa etária mais acometida pela doença, comumente causada pelo vírus Coxsackie, da família dos enterovírus.
Neste artigo, você vai ler:
Desde o final de 2021, diversas secretarias de saúde de municípios brasileiros vêm avisando sobre o aumento nos casos da doença, que costuma se espalhar rapidamente nas escolas. A suspeita é de que, após dois anos de isolamento, o vírus tenha voltado a circular com força na volta às aulas presenciais.
A doença, considerada benigna, causa grande desconforto nas crianças e requer atenção para não causar problemas maiores. E, embora seja mais frequente entre crianças de seis meses a três anos, também pode acometer adolescentes e adultos.
Conheça mais sobre o problema a seguir.
O que é mão pé boca?
A doença, na verdade, é chamada de síndrome, o que significa um conjunto de sinais e sintomas comuns que podem ter agentes causadores diferentes.
No caso da síndrome mão pé boca, o vírus que comumente causa os sintomas é o Coxsackie, da família dos enterovírus.
Quais são os principais sintomas?
A síndrome mão pé boca pode ser bastante incômoda porque provoca lesões em forma de bolha na boca, nas mãos e nos pés, além de áreas de mucosa, como amídalas e faringe.
Com isso, é comum que o paciente sinta dificuldade para se alimentar e coceira nas regiões afetadas.
Outros sintomas incluem:
- Febre alta (que pode chegar a 39 graus);
- Vômitos;
- Diarreia;
- Mal-estar;
- Aumento da salivação;
- Dificuldade de engolir;
- Coriza
- Bolhas nas nádegas e região genital (menos comum).
Dependendo do grau de acometimento, as bolhas nas mãos e pés podem descamar após cicatrizadas e afetar o crescimento das unhas. Por isso, é comum que elas acabem caindo e sendo trocadas naturalmente pelo corpo.
Qual é o tratamento?
Não existe tratamento específico para o quadro de mão pé boca. Os cuidados incluem o uso de analgésicos e/ou anti-inflamatórios – desde que recomendados por um especialista ou o pediatra que acompanha a criança – para aliviar os sintomas, que desaparecem sozinhos entre sete e 10 dias.
Vale reforçar que, se existirem lesões na garganta (amídalas e faringe), a criança pode ter dificuldade em comer e recusar alimentação. Embora seja normal, é importante cuidar para que ela continue ingerindo líquidos para evitar um quadro de desidratação – aí sim, mais grave, especialmente em bebês.
Além de sucos e leite, para o caso dos menores, uma boa opção é investir em comidas pastosas, que são mais fáceis de serem deglutidas.
Adultos também podem pegar?
Sim. Embora seja menos comum, adolescentes e adultos também podem se infectar e desenvolver a doença.
Entretanto, quando isso ocorre, os sintomas costumam se manifestar de forma mais leve.
Dá para evitar?
Sim, embora seja difícil, especialmente entre crianças pequenas. A transmissão se dá por meio do contato com secreções – o que pode ocorrer por meio de tosses e espirros – e no contato com as bolhas.
No entanto, o vírus pode ser transmitido por até quatro semanas após o desaparecimento dos sintomas por meio das fezes. Por isso, manter medidas de higiene como lavar as mãos após tocar ou trocar a criança doente são importantes para quebrar a cadeia de transmissão.
Outras formas de se evitar a contaminação:
- Manter as crianças em casa até o desaparecimento dos sintomas;
- Limpar superfícies e objetos tocados com frequência, como trocador e brinquedos;
- Evitar o contato próximo com crianças que tenham sintomas.
Fontes: Camila Maria Bertaglia Luizetto, pediatra do Hospital 9 de Julho; Sandi Sato, pediatra da Maternidade Brasília.