nav-logo
Compartilhe

    Síndrome mão pé boca é comum na infância; entenda

    Doença é causada por enterovírus e provoca bolhas nas mãos, pés e boca, além de febre

    Fonte: Dra. Luisa Frota ChebaboInfectologistaPublicado em 11/08/2022, às 17:40 - Atualizado em 15/07/2025, às 14:33

    Doença é causada por enterovírus e provoca bolhas nas mãos, pés e boca, além de febre

    Embora não seja muito conhecida do público em geral, a síndrome mão pé boca é o terror dos pais de crianças menores de cinco anos. Essa é justamente a faixa etária mais acometida pela doença, comumente causada pelo vírus Coxsackie, da família dos enterovírus.    

    A doença costuma se espalhar rapidamente nas escolas, causar grande desconforto nas crianças e requer atenção para não causar problemas maiores. E, embora seja mais frequente entre crianças de seis meses a três anos, também pode acometer adolescentes e adultos.  

    Conheça mais sobre o problema a seguir.  

    O que é mão pé boca?

    A doença, na verdade, é chamada de síndrome, o que significa um conjunto de sinais e sintomas comuns que podem ter agentes causadores diferentes.  

    No caso da síndrome mão pé boca, o vírus que comumente causa os sintomas é o Coxsackie, da família dos enterovírus.   

    Como ocorre a transmissão? 

    A principal forma de contágio é o contato com gotículas de saliva, tosse ou espirros da pessoa infectada com o vírus. O contato com o líquido das bolhas que se formam na pele também transmite a doença.  

    Além disso, as fezes da pessoa doente podem conter o vírus por semanas, mesmo após o fim dos sintomas. Por isso, a higiene das mãos após ir ao banheiro ou trocar fraldas é fundamental. 

    O vírus que causa a síndrome é muito contagioso: ele se espalha facilmente em ambientes com muitas crianças, como creches e escolas.   

    Quais são os principais sintomas? 

    A síndrome mão pé boca pode ser bastante incômoda porque provoca lesões em forma de bolha na boca, nas mãos e nos pés, além de áreas de mucosa, como amídalas e faringe.  

    Com isso, é comum que o paciente sinta dificuldade para se alimentar e coceira nas regiões afetadas.  

    Outros sintomas incluem:  

    • Febre;  
    • Vômitos;  
    • Diarreia;  
    • Mal-estar;  
    • Dor de garganta;  
    • Dificuldade de engolir ou recusa alimentar;  
    • Coriza  
    • Bolhas nas nádegas e região genital (menos comum).

    Dependendo da intensidade do quadro, as bolhas nas mãos e pés podem descamar após a cicatrização e, em alguns casos, afetar temporariamente o crescimento das unhas. Por isso, é comum que as unhas fiquem frágeis, apresentem alterações ou até se soltem, sendo substituídas naturalmente por novas ao longo do tempo. 

    Agendar exames

    A síndrome mão pé boca pode ser confundida com febre aftosa em humanos? 

    As doenças são totalmente diferentes, mas a confusão entre elas é comum. Isso porque ambas as condições causam lesões na boca e nos pés. Mas a síndrome mão-pé-boca afeta exclusivamente os seres humanos, enquanto a febre aftosa atinge somente animais, como bois e porcos.  

    A semelhança, portanto, fica apenas nas áreas afetadas. Os vírus que causam cada uma das doenças são completamente diferentes. Ou seja: a condição que afeta as crianças não possui qualquer ligação com a doença dos animais. 

    Possíveis complicações da síndrome mão pé boca 

    Geralmente, trata-se de uma doença leve. A complicação mais comum da síndrome é a desidratação. Isso porque as feridas na boca podem ser dolorosas e dificultar a ingestão de líquidos. 

    Complicações mais sérias são raras, mas podem acontecer e exigem atenção médica imediata. A meningite viral é um exemplo. Trata-se de inflamação das membranas que revestem o cérebro. Outra, ainda mais rara e potencialmente grave é a encefalite (inflamação do cérebro). 

    As unhas das mãos ou dos pés podem cair semanas após a infecção, mas, depois, elas voltam a crescer normalmente. 

    É importante observar a criança doente. Se ela parar de beber líquidos ou apresentar sintomas neurológicos, como dor de cabeça forte ou rigidez na nuca, procure um médico. 

    Qual é o tratamento? 

    Não existe tratamento específico para o quadro de mão pé boca. Os cuidados incluem o uso de analgésicos e/ou anti-inflamatórios – desde que recomendados por um especialista ou o pediatra que acompanha a criança – para aliviar os sintomas, que desaparecem sozinhos entre sete e 10 dias. 

    Vale reforçar que, se existirem lesões na garganta (amídalas e faringe), a criança pode ter dificuldade em comer e recusar alimentação. Embora seja normal, é importante cuidar para que ela continue ingerindo líquidos para evitar um quadro de desidratação – aí sim, mais grave, especialmente em bebês. 

    Além de sucos e leite, para o caso dos menores, uma boa opção é investir em comidas pastosas, que são mais fáceis de serem deglutidas. 

    Adultos também podem pegar? 

    Sim. Embora seja menos comum, adolescentes e adultos também podem se infectar e desenvolver a doença.  

    Entretanto, quando isso ocorre, os sintomas costumam se manifestar de forma mais leve.  

    Dá para evitar?

    Sim, embora seja difícil, especialmente entre crianças pequenas. A transmissão se dá por meio do contato com secreções – o que pode ocorrer por meio de tosses e espirros – e no contato com as bolhas.  

    No entanto, o vírus pode ser transmitido por até quatro semanas após o desaparecimento dos sintomas por meio das fezes. Por isso, manter medidas de higiene como lavar as mãos após tocar ou trocar a criança doente são importantes para quebrar a cadeia de transmissão.   

    Outras formas de se evitar a contaminação:   

    1. Manter as crianças em casa até o desaparecimento dos sintomas;  
    2. Limpar superfícies e objetos tocados com frequência, como trocador e brinquedos;  
    3. Evitar o contato próximo com crianças que tenham sintomas.

    Agendar exames

     

     

    Publicado em: 11/08/2022

    Atualizado: 15/07/2025

     

    Encontrou a informação que procurava?
    nav-banner

    Veja também