Mulheres e as doenças cardiovasculares
Estar atenta aos sintomas e fazer mudanças no estilo de vida pode mudar percurso da doença
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Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) alertam: as doenças cardiovasculares são responsáveis por 8,5 milhões de óbitos por ano, um número que corresponde a 23 mil mulheres por dia. No Brasil, as doenças do coração, por exemplo, simbolizam 30% das causas de morte.
Caracterizadas por atingirem o coração e os vasos sanguíneos, as doenças cardiovasculares podem surgir devido a um estilo de vida pouco saudável, como má alimentação e sedentarismo, avanço da idade ou ainda ser diagnosticada durante a gestação.
Embora os sintomas como cansaço e falta de ar sejam indicadores de que algo não vai bem, algumas mulheres acabam não valorizando outros sintomas, como a dor no peito. No entanto, a edição de 2021 da Estatística Cardiovascular – Brasil da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) destaca que as queixas de dores no peito, que muitas vezes podem estar relacionadas a problemas cardiovasculares e obstrução de artérias do coração, foram mais predominantes nas mulheres do que nos homens.
Mas saiba que estar atenta aos sintomas, levar uma vida equilibrada e consultar um especialista uma vez por ano pode mudar o percurso das doenças.
Quais doenças são consideradas cardiovasculares?
As doenças cardiovasculares incluem um grupo de doenças do coração e dos vasos sanguíneos. Entre as principais estão:
Doença arterial coronariana: trata-se do acúmulo de gordura e coágulos nos vasos sanguíneos do coração causando assim a obstrução gradual ou súbita das artérias.
Doença arterial periférica: condição que pode atingir os membros superiores ou inferiores, causando obstrução do fluxo de sangue nas artérias e dor. É provocada por um distúrbio na circulação do sangue.
Infarto do miocárdio: também conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando há um bloqueio do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco impossibilitando que o coração receba nutrientes e oxigenação.
Doença cerebrovascular: representa um grupo de doenças, como o AVC (Acidente Vascular Cerebral), que atingem os vasos sanguíneos que irrigam o cérebro podendo danificar o seu funcionamento.
Doença cardíaca reumática: surgem devido à febre reumática, doença inflamatória que pode comprometer as articulações. Neste caso, provoca danos no músculo do coração e válvulas cardíacas.
Cardiopatia congênita: resultado de uma má formação na estrutura ou função do coração existente desde o nascimento do bebê. Geralmente surge nas primeiras semanas da gestação.
Principais sintomas
Todo sintoma é importante e deve ser levado em consideração. Principalmente, quando associado a uma rotina agitada que grande parte das mulheres têm. Confira alguns deles:
- Cansaço;
- Falta de ar;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Mal-estar gástrico;
- Dores nas costas;
- Dor no queixo e garganta.
Fatores de risco para doenças cardiovasculares em mulheres
- Pressão alta
- Sedentarismo
- Gordura abdominal
- Colesterol alto
- Diabetes
- Tabagismo
- Uso de anticoncepcionais (principalmente associado ao tabagismo)
Prevenção
Você já foi ao cardiologista este ano? Saiba que a recomendação dos médicos é de que mulheres saudáveis e gestantes consultem um especialista pelo menos uma vez por ano.
Para aquelas que já possuem alguma doença ou fatores de risco, a visita ao médico deve ser feita mais frequentemente. Afinal, essas pacientes podem ter uma maior chance de sofrer um infarto, por exemplo.
Além disso, é fundamental adotar medidas como ter uma alimentação saudável e moderada e uma dieta rica em frutas e vegetais, praticar atividades físicas regularmente, ter um equilíbrio emocional, dormir bem, realizar exames periódicos de acordo com orientação médica, entre outros fatores.
Por isso, fique atenta aos sintomas e não deixe de buscar ajuda especializada. Somente um especialista poderá realizar o diagnóstico e o tratamento individualizado para cada mulher.
Fonte: Thaís Lima, cardiologista e gerente médica do Hospital Nove de Julho.
Referência: SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) e OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde).