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    Nefropatia: o que é e quais são os tipos?

    Disfunção dos rins pode prejudicar a filtração sanguínea levando à insuficiência renal

    Por Raquel RibeiroPublicado em 11/07/2024, às 08:49 - Atualizado em 12/07/2024, às 07:47

    nefropatia

    A nefropatia é um termo médico que se refere a qualquer doença renal. Muitas vezes silenciosa e assintomática em seus estágios iniciais, a nefropatia pode levar a graves complicações, como insuficiência renal, se não for diagnosticada e tratada precocemente. 

    Siga a leitura para conhecer os tipos mais comuns de nefropatia, além dos sintomas, causas, métodos de diagnóstico e as principais opções de tratamento disponíveis. 

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    O que é nefropatia? 

    A nefropatia se refere a qualquer lesão, disfunção ou doença dos rins. Pacientes com essa condição podem possuir alterações na filtração sanguínea, na regulação de água, sódio, potássio e de outros eletrólitos, e até mesmo na produção de hormônios, necessitando de um acompanhamento constante. 

    O que pode causar nefropatia crônica? 

    Diversas condições podem levar à nefropatia crônica como a doença renal do diabetes, a hipertensão arterial, as glomerulopatias  e as nefropatias hereditárias.  

    Doença renal do diabetes 

    É uma doença renal secundária ao diabetes em que a hiperglicemia leva a inflamação e fibrose do tecido renal, além de causar alterações nas artérias que levam sangue aos rins e prejuízo na filtração do sangue.

    Um dos principais fatores para a progressão da doença renal do diabetes é o diabetes mellitus descontrolado, ou seja, quando o paciente é diagnosticado com diabetes, mas não mantém os níveis de açúcar no sangue equilibrados. 

    Glomerulopatias 

    As glomerulopatias são doenças adquiridas (como as nefrites) ou hereditárias (como a Síndrome de Alport) que afetam a estrutura responsável pela filtração do sangue, chamada de glomérulo. Geralmente, são identificadas por meio da presença de sangue ou de proteínas na urina.  

    A glomerulopatia primária mais comum no mundo é a nefropatia por IgA. Também conhecida como Doença de Berger, caracteriza-se pelo depósito de anticorpos IgA nos glomérulos, causando inflamação e lesão progressiva ao longo dos anos, podendo levar à insuficiência renal. 

    Nefropatias hereditárias 

    Nefropatias hereditárias são doenças de causa genética em que diferenças na formação de estruturas do rim comprometem a função adequada dele. Nestes casos, é importante que os familiares dos pacientes também sejam submetidos à avaliação médica, pois possuem o risco de ter a mesma doença.  

    A doença genética que pode levar à insuficiência renal mais comum é a doença renal policística autossômica dominante. Esta doença leva à formação de múltiplos cistos nos rins do paciente e estes cistos causam fibrose e inflamação do tecido renal, culminando na perda progressiva de função renal.

    Estas então são as condições que podem levar à nefropatia crônica. Já em relação às nefropatias que ocorrem de forma aguda (injúria renal aguda), podemos citar como prováveis causas: infecções, medicamentos nefrotóxicos, desidratação e até mesmo glomerulonefrites mais agressivas. 

    Quais são os sintomas de nefropatia? 

    Os sintomas das nefropatias são variados, mas podem envolver: 

    • Presença de sangue na urina 
    • Presença de “espuma” na urina 
    • Ardor ao urinar 
    • Necessidade de urinar com frequência 
    • Febre ou tremores 
    • Dor nas costas 
    • Dor no lado inferior das costelas 
    • Náuseas, perda de apetite e emagrecimento 
    • Inchaço e falta de ar 
    • Confusão mental 

    Vale lembrar que as nefropatias podem não trazer sintomas precocemente, podendo ser diagnosticadas por alteração em exames ou pela presença de sintomas mais tardios.  

    Como é feito o diagnóstico? 

    Geralmente, o diagnóstico das nefropatias é feito com exames que avaliam as funções renais, entre eles:  

    Exames de sangue: 

    • Creatinina: níveis elevados de creatinina indicam redução da função renal. 
    • Taxa de Filtração Glomerular (TFG): estima a capacidade dos rins de filtrar resíduos do sangue a partir do nível de creatinina e/ou de cistatina. 
    • Ureia: altos níveis de ureia no sangue podem indicar insuficiência renal. 

    Exames de urina: 

    • Urina Tipo 1: avalia a presença de proteínas, sangue, glicose e outros componentes na urina. 
    • Albuminúria: quantifica a albumina, um tipo de proteína na urina que indica que há um dano na barreira de filtração do rim. 
    • Clearance de Creatinina: compara os níveis de creatinina no sangue e na urina para avaliar a função renal. 

    Exames de imagem: 

    • Ultrassonografia Renal: visualiza a estrutura e tamanho dos rins, detectando anomalias. 
    • TC (Tomografia Computadorizada): fornece imagens detalhadas dos rins e do trato urinário. 
    • RM (Ressonância Magnética): avaliar as lesões renais e fluxo sanguíneo nos rins. 

    Como é feito o tratamento para nefropatia? 

    As nefropatias, um conjunto de doenças que afetam os rins, exigem tratamentos individualizados que consideram a causa subjacente, a gravidade da doença e o estado geral de saúde do paciente. O objetivo principal é retardar ou prevenir a progressão da doença, preservar a função renal e melhorar a qualidade de vida. 

    Controle da Doença de Base 

    O tratamento inicial se concentra em controlar a doença primária que causou a nefropatia, como diabetes, hipertensão ou doenças autoimunes. Isso pode envolver: 

    • Medicamentos: Anti-hipertensivos, antidiabéticos, imunossupressores, entre outros. 
    • Mudanças no estilo de vida: Dieta com baixo teor de sal, controle do peso, exercícios físicos regulares e abandono do tabagismo. 

    Tratamento específico para a nefropatia em questão 

    Dependendo do tipo de nefropatia, diversas medidas podem ser tomadas: 

    • Corticosteroides e outros medicamentos imunossupressores: reduzem a inflamação nos rins e controlam a progressão da doença em nefropatias glomerulares. 
    • Anticoagulantes: previnem a formação de coágulos sanguíneos em nefropatias que cursam com risco de trombose. 
    • Diuréticos: eliminam o excesso de líquido do corpo, reduzindo o inchaço e controlando a pressão arterial. 
    • Quelantes de fósforo: controlam os níveis de fósforo e de potássio no sangue em pacientes com doença renal crônica, que muitas vezes não conseguem eliminar essas substâncias pela urina. 
    • Reposição hormonal: pacientes com doença renal crônica avançada podem necessitar de reposição de hormônios sintetizados no rim como a eritropoetina e a vitamina D ativa. 

    Terapias de Suporte Renal 

    Em casos mais avançados, quando a função renal está comprometida, medidas de suporte mais invasivas podem ser necessárias. Uma delas é a terapia de suporte renal artificial, que remove toxinas e excesso de líquidos do sangue quando os rins não conseguem mais filtrar adequadamente. E possui dois tipos: 

    • Hemodiálise: terapia realizada através de um cateter implantado em grandes veias do pescoço ou através de fístula arteriovenosa localizada nos braços, onde o sangue passa por um filtro externo e retorna livre de toxinas para o paciente. Este tratamento geralmente é realizado nas clínicas de hemodiálise. 
    • Diálise peritoneal: realizada através de um cateter localizado no abdome do paciente, onde é injetado um líquido livre de toxinas, e é retirado após um período levando consigo toxinas do paciente. Este tratamento geralmente é realizado de forma domiciliar. 

    Outra medida de suporte seria o transplante renal. Esta intervenção cirúrgica substitui a função dos rins dos rins doentes por um rim saudável de um doador, restaurando a função renal. 

    Cuidados gerais  

    • Monitoramento: consultas frequentes com o nefrologista para acompanhamento da doença, ajuste de medicamentos e realização de exames. 
    • Dieta renal: adequação da alimentação para controlar a pressão arterial, níveis de proteínas, fósforo e potássio, de acordo com as necessidades individuais. 
    • Atividade física orientada: prática regular de exercícios físicos sob orientação médica para melhorar a saúde geral e cardiovascular. 
    • Prevenção de infecções: cuidados com higiene pessoal, vacinação em dia e controle rigoroso de diabetes e hipertensão para reduzir o risco de infecções que podem agravar a doença renal. 

    Vale ressaltar que é fundamental conversar com o profissional de saúde responsável pelo acompanhamento do paciente sobre todas as contraindicações e prescrições de medicamentos antes de iniciar qualquer tratamento. 

    Qual médico trata a nefropatia? 

    O nefrologista é o médico especializado no diagnóstico e tratamento de doenças renais, sendo capaz de tratar a maioria das nefropatias.

    Lembrando que o tratamento da nefropatia envolve uma equipe multidisciplinar, incluindo, além do nefrologista, profissionais como nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e outros especialistas, para garantir um cuidado abrangente e individualizado. 

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    Fonte: Dr. Eduardo Valle, urologista do Hospital Nove de Julho 

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