Novas variantes da covid-19: o que já sabemos?
Sublinhagens da ômicron provocam aumento de casos da doença; vacinas continuam eficazes
A essa altura do campeonato, você já deve ter se perdido no meio da sopa de letrinhas em que se transformou o universo das variantes da covid-19. Pois saiba que não está sozinho: todos nós acompanhamos, com preocupação, o surgimento de novas linhagens que tornam o fim da pandemia cada vez mais distante.
Neste artigo, você vai ler:
Só nos últimos dias, fomos invadidos com diversas siglas: BQ1, BQ1.1, BN1, BE.9 (descoberta em Manaus), XBB.1 (que é resultado da combinação entre dois tipos de ômicron) e CK2.1.1 – todas subvariantes – a maioria originada da subvariante BA.5 – que foram encontradas no Brasil e também em diversas partes do mundo.
Mas o que é uma subvariante?
“São novas cepas que se originaram de uma mesma variante, a ômicron, que dominou o cenário de infecções assim que surgiu, no fim de 2021”, explica o virologista José Eduardo Levi, superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento de Novos Produtos da Dasa Genômica e responsável pelo projeto de vigilância genômica da rede.
Isso quer dizer que as mutações que originam as subvariantes não são tão diferentes a ponto de torná-las novas variantes, ou seja, cepas diferentes da sua matriz. A própria ômicron original, por exemplo, se desdobrou BA.1, BA.4 e BA.5, só para citar as mais prevalentes.
Ou seja, esse é um processo esperado. Mas, no novo coronavírus, esse processo ocorre de forma intensa e muito rápida. O resultado é que começaram a surgir “filhotes” das subvariantes em um intervalo relativamente curto – uma média de três a quatro meses – capazes de evadir as defesas produzidas tanto pela infecção como pela vacinação.
O que podemos fazer?
De acordo com Levi, a nova onda deve ainda durar até pelo menos janeiro de 2023. Mas as notícias não são todas ruins: como a ômicron original, suas subvariantes parecem ter se especializado em atingir apenas as vias aéreas superiores, provocando casos com menos gravidade.
Mesmo assim, a recomendação dos especialistas neste momento é voltar a usar máscaras sempre que for necessário estar em ambientes com aglomeração (como supermercados e transporte público).
Já os mais vulneráveis como idosos e imunodeprimidos devem manter a máscara sempre que forem encontrar outras pessoas. E, infelizmente, o melhor seria evitar aglomerações e as tradicionais festas de fim de ano, quando for possível.
Por fim, Levi recomenda que qualquer indivíduo que não tenha finalizado o ciclo vacinal termine de tomar todas as doses. “A vacina atual, de fato, não oferece tanta proteção contra as subvariantes que estão circulando, mas consegue aumentar o nível de anticorpos e evitar que a doença se torne grave”, finaliza o especialista.