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    A vacinação contra Covid-19 em menores de 5 anos

    Expectativa quanto à liberação dessa vacina aumentou diante da aprovação nos Estados Unidos

    Por Tiemi OsatoPublicado em 04/07/2022, às 14:17 - Atualizado em 25/05/2023, às 20:35
    Foto: Shutterstock

    Ao longo da pandemia, vimos a Covid-19 atingir mais idosos e adultos com comorbidades do que crianças. Hoje, no entanto, elas representam um grupo que tem sido internado com uma maior frequência. Isso vem ocorrendo justamente pela ausência de vacinas voltadas para os mais novos. Mas a esperança é que esse cenário mude em breve. 

    Em 17 de junho, os Estados Unidos aprovaram dois imunizantes contra o coronavírus para menores de 5 anos: o da Pfizer, com um regime de três doses para crianças de 6 meses a 4 anos, e o da Moderna, com duas doses para crianças de 6 meses a 5 anos. Eficazes e seguros, ambos já começaram a ser aplicados. 

    E quando essas vacinas estarão disponíveis no Brasil?

    Embora o aval da agência reguladora estadunidense seja um bom sinal, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) precisa fazer uma avaliação própria. Depois, se os imunizantes forem licenciados, o Ministério da Saúde precisará adquiri-los. 

    Ou seja: não há como prever datas, mas espera-se que vacinas para menores de 5 anos estejam disponíveis no Brasil em um futuro próximo. 

    +LEIA MAIS: Por que as vacinas salvam vidas? 

    A expectativa é de que a Pfizer envie os dados à Anvisa, assim como fez com o imunizante para adultos e para o público de 5 a 11 anos. 

    Especialistas da área acreditam que a Moderna também deve pedir a autorização pediátrica por aqui — mesmo que a empresa não tenha feito isso com a vacina para a população adulta. 

    Por hora, a única vacina autorizada para crianças de 3 a 5 anos no Brasil é a Coronavac. Ela já é utilizada para essa faixa etária em outros países, como Chile e China, e foi aprovada pela Anvisa em 13 de julho.

    Por que a vacina infantil está demorando mais?

    As crianças acabaram sendo as últimas na fila da vacinação por não estarem entre os grupos mais afetados pela Covid-19. O mais urgente era conseguir imunizantes para idosos, trabalhadores da saúde e adultos com comorbidades. 

    Além disso, os estudos para vacinar crianças requerem mais tempo: são realizados uma série de ensaios clínicos com várias doses diferentes, com o objetivo de encontrar a menor dose possível que seja segura e gere uma boa resposta imune. 

    +LEIA MAIS: Vacinação infantil: por que dose e intervalo de aplicação são diferentes? 

    No caso da Pfizer, crianças abaixo de 5 anos recebem um décimo da dose adulta. A Moderna, por sua vez, estabeleceu que a vacina pediátrica deve conter um quarto da dose adulta. 

    Essa diminuição contribuiu, inclusive, para tornar os imunizantes pouco reatogênicos. Os eventos adversos foram leves e de curta duração. Os pesquisadores constataram dor no local da aplicação e, em algumas situações, febre. 

    Preciso vacinar o meu filho mesmo que ele não tenha fatores de risco?

    Foto: Shutterstock

    Sim. Apesar de não serem o grupo de maior risco quando se fala de covid-19, ainda assim as crianças têm sido atingidas. 

    De acordo com um estudo do Observa Infância, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), cerca de duas crianças abaixo de 5 anos morrem diariamente por Covid-19 no Brasil. 

    E mesmo as que sobreviveram podem vir a enfrentar complicações caso desenvolvam Covid longa. Vale ressaltar que esse quadro pode resultar tanto de infecções leves como de infecções mais graves e, por enquanto, não se sabe muita coisa sobre essa condição. 

    Por fim, é importante lembrar que nossa melhor chance de realmente controlar a pandemia é vacinando todas as pessoas. Assim a circulação do vírus cai e a quantidade de manifestações graves da doença também. 

    Fontes: Eduardo Jorge da Fonseca Lima, membro do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pediatra assistente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Maria Isabel de Moraes Pinto, infectopediatra consultora em vacinas da Dasa e professora na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

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