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    O que é testosterona?

    Obesidade interfere mais do que idade nos baixos níveis do principal hormônio masculino

    Por Raquel RibeiroPublicado em 20/10/2022, às 15:26 - Atualizado em 25/05/2023, às 16:39
    Foto: Shutterstock

    Embora seja predominante nos homens, a testosterona também pode ser encontrada nas mulheres (nos ovários e nas glândulas adrenais), ainda que em doses inferiores. 

    Nos homens, é o hormônio responsável por desenvolver os órgãos sexuais, produção de espermatozoides, além de características como aparecimento e crescimento da barba, engrossamento da voz e crescimento dos músculos do corpo. Tem importância também para a libido e função sexual de forma geral.

    Já nas mulheres, a testosterona é fabricada nos ovários e nas glândulas adrenais  em uma proporção muito menor, cerca de 15 a 20 vezes menos. Ainda assim, o hormônio exerce um importante papel no processo de reprodução, pois estimula a libido no período de ovulação. Além disso, ajuda a aumentar a disposição física e a massa muscular.

    Relação da obesidade com a testosterona

    Um novo estudo sobre testosterona, divulgado em dezembro de 2021, realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Feira de Santana, na Bahia, aponta que o principal fator para a diminuição do hormônio  não é a idade, mas sim a obesidade.

    Na pesquisa foram avaliados 3.479 homens acima de 45 anos de idade, e os pesquisadores mostraram que o excesso de gordura, especialmente aquela localizada na região do abdômen, pode fazer com que homens de 45 e 64 anos tenham níveis semelhantes aos de outros homens com mais de 80 anos.

    E por falar em obesidade, segundo dados do Ministério da Saúde, 21,8% dos homens no Brasil estão obesos. Já 57,5% deles têm sobrepeso. 

    Esses baixos níveis de testosterona, que estão diretamente associados ao sobrepeso, também podem causar a disfunção sexual e infertilidade, pois esse é o principal hormônio masculino. Essa diminuição hormonal também pode resultar em disfunção erétil, afetar  diretamente a libido, a produção de espermatozoides e, consequentemente, a fertilidade.

    Mas existem alguns caminhos para resolver os baixos níveis de testosterona. “O controle do peso com uma alimentação completa e balanceada pode favorecer a produção natural de todos os hormônios e de outras substâncias que nosso corpo produz naturalmente”, afirma Erica Fernanda de Oliveira, nutricionista do Hospital 9 de Julho.

    Testosterona e idade

    Como dissemos anteriormente, a pesquisa aponta a relação da obesidade com a queda dos níveis de testosterona, mostrando inclusive que ela pode ser menor em homens mais jovens com sobrepeso. Porém, é fato que a idade também é um fator que contribui nessa diminuição.

    Isso acontece porque, com o passar dos anos, passamos por um processo natural de envelhecimento das nossas células que reflete diretamente no nosso organismo, inclusive na função hormonal. 

    A partir dos 40 anos, o homem perde  1% de testosterona a cada ano em um déficit gradativo chamado de Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM).

    Sinais e sintomas da baixa testosterona

    Como saber se estou com baixos níveis de testosterona?  

    Os exames são feitos a partir de uma coleta de sangue e podem ser descritos de dois tipos: 

    • Testosterona total: irá avaliar a quantidade total de testosterona que o corpo produz.
    • Testosterona livre: verifica a quantidade do hormônio que está disponível para ser absorvida pelo corpo. Corresponde a cerca de 3% da testosterona total. 

    Só um médico pode avaliar se seus níveis de testosterona estão normais. Mas, só para você ter uma noção, nos homens adultos essas taxas  variam entre 300 a 1.000 nanogramas por decilitro (ng/dl) de sangue, enquanto nas mulheres, ficam entre 12,09 a 59,46 ng/dl

    Vale ressaltar que a coleta de sangue para dosagem de testosterona não deve fazer parte de um check-up de rotina, e sim ser solicitada pelo médico apenas na presença de sintomas relacionados à esfera sexual no homem, e em outras situações específicas na mulher.

    Como aumentar o nível de testosterona?

    Existem algumas formas de tratamento que serão avaliadas individualmente pelo seu médico, e que podem ser eficazes para aumentar o nível de testosterona, entre elas estão:  

    Tratamento da obesidade 

    Por estar associada a queda de testosterona e também a outros problemas de saúde, reduzir o excesso de gordura corpórea torna-se um dos métodos de tratamento. 

    “Na grande maioria das vezes, há indicação do tratamento de obesidade, e não a reposição de hormônios, porém as pessoas são muito mais resistentes ao tratamento da obesidade, inclusive em usar medicamentos para tratar a obesidade. Ainda há um tabu muito grande em relação a isso”, lembra a nutróloga Luciane Osse do Hospital 9 de Julho.

    Alimentação saudável

    Foto: Shutterstock

    Isto inclui um cardápio rico em alimentos fontes de zinco (como amêndoas e ostras), ácido fólico (quiabo cozido, espinafre e beterraba), vitamina E (espinafre, brócolis e kiwi), além de salmão, atum e sementes de chia, fontes de ômega 3.  

    “Comer bem também significa evitar ao máximo os alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, bolachas, embutidos e sucos artificiais. Quando consumidos em excesso, certamente haverá alterações nas taxas de testosterona”, explica a nutróloga Luciane Osse. 

    Atividade física

    Foto: Shutterstock

    A atividade física possui um importante papel no tratamento dos quadros de deficiência da testosterona.

    Exercícios de alta intensidade e curta duração, que combinam atividades aeróbicas e de força, aumentam a testosterona, e são um dos pilares no tratamento da obesidade como um todo, que ainda implica uma boa alimentação e controle da ansiedade.

    “Ter peso adequado, praticar atividade física, ter um bom controle emocional e sono adequado costumam sim interferir na produção de testosterona,” afirma Erica Fernanda de Oliveira. 

     Terapia hormonal

    Quando essa necessidade é identificada pelo médico, a terapia hormonal pode ser uma alternativa segura. Ela existe na forma injetável, ou na chamada transdérmica, ou seja, em gel e creme.

    No entanto, alguns cuidados devem ser tomados. Em doses inadequadas, a terapia pode desencadear alterações no colesterol, queda de cabelo, acnes, entre outros problemas. 

    Por isso, lembre-se: antes de realizar qualquer tratamento, procure um médico de sua confiança para o diagnóstico e tratamento corretos. Nem sempre só repor testosterona é a solução!

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