O que é Oligúria?
O quadro pode ser grave, e a principal causa é a desidratação
A oligúria é um quadro caracterizado pela redução na produção de urina. O problema requer um pronto atendimento e, se não for tratado adequadamente, pode levar a complicações mais sérias. Siga a leitura para conhecer as principais causas de oligúria e o que fazer em caso de diagnóstico desse sintoma.
Neste artigo, você vai ler:
O que é oligúria?
Oligúria significa diminuição na quantidade de urina. Pode indicar sofrimento renal e requer avaliação e tratamento precoces.
Mas o que seria pouca urina? No geral, entre 100 ml e 400 ml ao dia. Não temos o hábito de medir nossa urina no dia a dia, então uma dica é observar se você tem ido menos ao banheiro e a cor da sua urina. Normalmente, ela é amarelo clara, bem transparente. Quando o volume diminui, no geral, a urina tende a uma cor de amarelo mais intenso.
Fazer menos xixi é bem diferente de ter dificuldade para urinar, quadro que pode ser caracterizado por ardência, dor ou esforço durante a micção. E que pode estar associado à infecção urinária.
O que pode causar oligúria?
A causa mais comum de oligúria é a desidratação, em especial nas pessoas que têm mais risco de desenvolver algum tipo de sofrimento renal.
Aqui falamos de indivíduos com quadro de diarreia e/ou vômitos ou sudorese intensa. E ainda pessoas que tomam medicações com efeito diurético ou com dificuldade de tomar líquidos sozinhas (crianças pequenas e pessoas acamadas).
Alguns quadros no aparelho urinário também podem desencadear a oligúria:
- Obstrução das vias urinárias por próstata aumentada
- Problemas na bexiga
- Pedras nos rins
- Doenças renais: glomerulonefrites, nefrites intersticiais, síndrome nefrótica e microangiopatias.
Além dos diuréticos, medicamentos tóxicos para os rins como anti-inflamatórios, alguns tipos de antibióticos, antivirais e quimioterápicos podem levar à oligúria.
Diversas doenças em outros órgãos também podem ser a causa do problema. Entre elas, estão:
- Doenças cardíacas;
- Doenças do fígado e hepatites;
- Doenças da próstata;
- Diabetes mellitus;
- Alguns tipos de câncer;
- Doenças autoimunes;
- Politraumas;
- Queimaduras;
- Septicemias;
- Infecções virais;
- Tumores no abdome e pelve.
Qual é a diferença entre oligúria e anúria?
No quadro de oligúria, há uma diminuição na quantidade de urina e ela ficaria, no geral, entre 100 ml e 400 ml ao dia.
Quando a quantidade de urina é menor que 100 ml ao dia, então temos um quadro de anúria, o que indica um sofrimento renal ainda mais grave.
Oligúria pode ser grave?
A oligúria pode sinalizar um problema grave. Se ela não melhora rapidamente com a hidratação, será necessária uma avaliação aprofundada para identificar a sua causa e instituir o tratamento o quanto antes. Dessa maneira, podemos evitar complicações graves e procedimentos como a diálise ou hemodiálise.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito principalmente pela história clínica e exame físico do paciente. Conforme o caso, podem ser solicitados exames complementares de sangue, urina e imagem (ultrassonografias, tomografias, ressonâncias magnéticas, com ou sem biópsias).
Qual médico procurar?
O médico inicialmente a ser procurado é o profissional que atua na emergência, que irá realizar a abordagem adequada. Pode haver a necessidade de encaminhamento ao nefrologista, que é o especialista em doenças renais. A depender da doença de base, outros especialistas podem estar envolvidos no tratamento, incluindo urologista.
O mais importante é que esse primeiro atendimento seja rápido, seja pelo médico generalista ou pelo especialista. Quanto mais tempo o paciente fica sem diagnóstico, maiores as chances de complicações médicas graves e da necessidade de diálise.
Como é feito o tratamento para oligúria?
O tratamento varia bastante já que são muitas as causas possíveis para o problema. Em boa parte dos casos, em que o problema central é a desidratação, hidratar-se corretamente seguindo a orientação médica, deve ser o suficiente.
Quando outra doença subjacente for diagnosticada, o tratamento será direcionado a ela. O crucial é que ele seja instituído o mais brevemente possível para evitarmos complicações.
Fonte: Dra. Marília Bahiense, médica nefrologista do Hospital da Bahia