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    Paralisia infantil (poliomielite): vacinação é a única forma de prevenção da doença

    Vírus altamente contagioso ataca sistema nervoso e pode causar paralisia irreversível

    Fonte: Dra. Maria Isabel de Moraes PintoInfectopediatra  e médica consultora em vacinas da DasaPublicado em 09/05/2025, às 16:33 - Atualizado em 21/05/2025, às 17:10

    paralisia infantil

    O nome paralisia infantil carrega um peso histórico, já que remete aos surtos que deixaram marcas permanentes em muitas famílias no passado. Essa doença, também conhecida pelo seu nome oficial, poliomielite, é causada por um vírus e pode, em seus casos mais graves, levar a uma paralisia muscular que não tem cura.

    Felizmente, há uma maneira simples e eficaz de prevenção: a vacinação. Em 1989, o Brasil parou de registrar casos de pólio e, em 1994, a doença foi considerada eliminada no país. Mas, ainda há casos em algumas regiões do mundo e, no Brasil, a cobertura vacinal da poliomielite vem apresentando resultados abaixo da meta de 95% desde 2016.

    Paralisia infantil: o que é?

    A paralisia infantil, ou poliomielite, é uma doença infecciosa altamente contagiosa causada pelo poliovírus. Embora possa afetar pessoas de qualquer idade que não estejam imunizadas, ela é mais associada às crianças, principalmente as menores de 5 anos, daí o nome popular: paralisia infantil.

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    O grande perigo da poliomielite é a sua capacidade de invadir o sistema nervoso central (o cérebro e a medula espinhal). Quando isso acontece, o vírus pode atacar e destruir os neurônios motores, que são as células nervosas responsáveis por controlar nossos músculos. Essa destruição leva à fraqueza e à paralisia muscular. 

    O que causa a paralisia infantil?

    A causa da paralisia infantil é o poliovírus, um vírus que possui três sorotipos diferentes (1, 2 e 3). A principal forma de transmissão do vírus é a fecal-oral, ou seja, pelo contato com fezes de pessoas infectadas ou por água e alimentos contaminados com essas fezes. Isso é especialmente comum em locais com saneamento básico precário e más condições de higiene.

    Uma vez dentro do corpo, o vírus se multiplica inicialmente na garganta e no intestino. Na maioria das pessoas, a infecção para por aí. No entanto, em uma pequena parcela dos casos, o vírus consegue atingir a corrente sanguínea e chegar ao sistema nervoso, onde pode causar os danos que levam à paralisia.

    Sintomas

    A grande maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas – cerca de 90% dos casos – ou desenvolve apenas sinais leves e inespecíficos, que podem ser confundidos com os de um resfriado ou gripe comum.

    Mas, quando há sintomas, eles variam de acordo com a forma da doença. Na poliomielite não paralítica, cerca de 4% a 8% dos infectados podem ter sintomas como febre, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta, vômitos e dores no corpo por alguns dias. Alguns podem desenvolver rigidez na nuca e nas costas, configurando uma meningite chamada de meningite asséptica. Geralmente, esses casos se recuperam completamente.

    Já a forma paralítica é mais rara, ocorrendo em menos de 1% dos infectados, de acordo com dados do Instituto Butantan. Além dos sintomas já mencionados, podem ocorrer dores musculares intensas, espasmos e perda de força principalmente nas pernas e dificuldade para andar. Essa diminuição da força progride rapidamente (horas ou dias) e geralmente é assimétrica (afeta mais um lado do corpo que o outro).  

    Sequelas da paralisia infantil

    A consequência mais temida da poliomielite é a paralisia muscular permanente e irreversível. Os neurônios motores destruídos pelo vírus não se regeneram, e os músculos que eles controlavam perdem sua função. Mas, entre as possíveis sequelas também estão: 

    • Músculos enfraquecidos e atrofiados (diminuídos de tamanho). 
    • Deformidades nos membros afetados (pés tortos, por exemplo). 
    • Diferença no crescimento dos membros. 
    • Dificuldade para andar, o que exige o uso de aparelhos ortopédicos, muletas ou cadeira de rodas. 

    Em casos mais graves, se a paralisia atingir os músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais), pode ocorrer insuficiência respiratória, que pode ser fatal ou exigir ventilação mecânica. 

    Vale mencionar ainda a Síndrome pós-pólio. Anos ou décadas após a infecção inicial (geralmente 15 a 40 anos depois), algumas pessoas que tiveram a forma paralítica podem desenvolver novos sintomas, como fraqueza muscular progressiva, fadiga intensa e dor muscular ou articular.

    Isso acontece por causa do desgaste dos neurônios motores que sobreviveram e tiveram que compensar os que foram destruídos. 

    Quais vacinas previnem a paralisia infantil?

    No Brasil, a vacina Poliomielite Inativada (VIP) é a única vacina utilizada no SUS e no sistema privado atualmente. Administrada por via intramuscular, ela contém o vírus inativado, ou seja, morto. Essa vacina é altamente segura e eficaz na proteção contra a poliomielite paralítica.

    Anteriormente, a vacina Poliomielite Oral (VOP) era administrada por via oral, em gotas. Ela continha o vírus vivo atenuado, ou seja, enfraquecido. Desde 2024, a VOP não está mais disponível nem no SUS e nem no sistema privado brasileiro.

    Em qual idade essas vacinas devem ser aplicadas?

    A vacina poliomielite VIP deve ser administrada aos 2, 4 e 6 meses de idade e uma dose de reforço aos 15 meses de idade.

    No sistema privado, as vacinas Hexavalente (difteria, tétano, pertussis acelular, hepatite B, poliomielite e Haemophilus influenzae tipo b) e Pentavalente (difteria, tétano, pertussis acelular, poliomielite e Haemophilus influenzae tipo b) podem ser utilizadas aos 2 (Hexavalente), 4 (Hexavalente ou Pentavalente) e 6 meses (Hexavalente), substituindo a VIP isolada. A seguir, no sistema privado, são administrados dois reforços, um aos 15 meses e outro entre 4 e 6 anos de idade.

    Vacinas particulares: preço e onde agendar?

    Na Dasa, você pode agendar a vacina VIP não apenas nas unidades físicas, mas também através do atendimento móvel, que leva a vacina até você – o que pode ser especialmente útil para bebês pequenos ou famílias com dificuldade de deslocamento. Para agendar agora, basta acessar nossa plataforma digital.

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