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    Balanopostite pode causar sintomas como dor e vermelhidão; conheça as causas da inflamação

    O quadro acontece em homens não circuncidados, e o tratamento costuma ser bem simples

    Fonte: Dr. Eduardo ArnaldiUrologistaPublicado em 31/07/2025, às 09:21 - Atualizado em 31/07/2025, às 09:21

    balanopostite

    O quadro acontece em homens não circuncidados, e o tratamento costuma ser bem simples

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    O assunto é pouco comentado, e muitos homens enfrentam o problema em silêncio. Mas aquela irritação na ponta do pênis, com vermelhidão e dor, tem um nome: balanopostite. Essa inflamação pode afetar qualquer um, de crianças a adultos, independentemente da vida sexual. 

    Na maioria das vezes, a causa é simples e o tratamento também. O problema geralmente está ligado a hábitos de higiene que podem ser facilmente ajustados.

    Balanopostite: o que é? 

    Balanopostite é a inflamação que ocorre na glande e no prepúcio, a pele que recobre o pênis. Ou seja: a condição une a balanite – inflamação da glande – e a postite, inflamação do prepúcio. 

    Em geral o problema aparece quando a região se torna um ambiente favorável à proliferação de micro-organismos. Umidade e acúmulo de secreções sob o prepúcio criam o cenário perfeito. 

    A inflamação afeta desde bebês à idosos, sendo mais comum em homens que não removeram o prepúcio, e a fimose (excesso de pele do prepúcio), aumenta as chances de balanopostite. 

    O que causa a balanopostite? 

    A causa mais comum da balanopostite é falta de higiene da região genital. Por isso, a condição acontece quase que exclusivamente em homens e meninos não circuncidados. A presença do prepúcio, a pele que cobre a cabeça do pênis, pode dificultar a limpeza e facilitar o acúmulo de secreções. 

    Dessa maneira, cria-se um ambiente perfeito para a proliferação de fungos e bactérias. O acúmulo daquela secreção branca e natural, o esmegma, serve de alimento para micro-organismos, como o fungo Candida albicans (da candidíase). 

    Porém existem outras causas que devem ser consideradas e identificadas para indicar o tratamento adequado: 

    • Dermatite de contato: condição causada por uma reação a sabonetes, cremes ou tecidos que irritam a pele. 
    • Doenças de pele como psoríase, eczema ou líquen escleroso podem aparecer na região genital, causando sintomas de balanopostite. 
    • Diabetes descompensada: o excesso de açúcar no sangue sai na urina. Essa urina mais doce pode alimentar os fungos que vivem na pele, fazendo com que se multipliquem. 
    • Uso de medicamentos: alguns antibióticos ou diuréticos podem desequilibrar a flora natural da pele. 
    • ISTs: nesse caso, o micro-organismo da IST (como o do herpes ou da sífilis) ataca diretamente a pele da região. A reação do corpo a esse ataque é a inflamação que chamamos de balanopostite. 

    Em casos mais raros, uma inflamação que não melhora pode ser um sinal de alerta. Lesões persistentes na região, incluindo as pré-cancerosas, podem se manifestar como uma balanopostite. Isso reforça a importância de não ignorar os sintomas e sempre buscar a avaliação de um médico. 

    Sintomas da balanopostite 

    Os sintomas mais comuns da balanopostite são vermelhidão, inchaço e dor na glande. Esses sinais costumam ser os primeiros e indicam o processo inflamatório. A região também pode ficar muito mais sensível ao toque, causando bastante desconforto, especialmente no contato com as peças íntimas. 

    Além desses sinais iniciais, outros sintomas podem surgir: 

    • Coceira intensa na ponta do pênis; 
    • Presença de secreção com cor e mau cheiro (geralmente esbranquiçada ou amarelada); 
    • Dificuldade ou ardência ao urinar; 
    • Pequenas feridas ou rachaduras na pele do prepúcio; 
    • Dificuldade ou dor para retrair o prepúcio. 

    Prevenção da balanopostite 

    A base da prevenção da balanopostite são bons hábitos de higiene. Ou seja, lavar bem a área genital. É preciso retrair completamente o prepúcio com cuidado e lavar a glande com água e sabão neutro para remover qualquer secreção. Para finalizar, secar a região com uma toalha sempre seca já que umidade favorece a proliferação de fungos. 

    Outras práticas no dia a dia também ajudam a evitar o problema: 

    • Lavar as mãos antes e depois de urinar; 
    • Limpar a glande após as relações sexuais; 
    • Usar preservativo em todas as relações sexuais para evitar infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como gonorreia e HPV. Além do preservativo, a vacina HPV previne o papilomavírus humano, que pode causar lesões genitais. 
    • Evitar o uso de sabonetes, cremes ou lubrificantes que causem irritação. 
    • Dar preferência para roupas íntimas de algodão, para que a pele respire melhor.

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    Riscos 

    O maior perigo não é a inflamação de um único dia, mas a sua repetição. Quando o problema se torna crônico, ele pode disparar uma verdadeira reação em cadeia, na qual uma complicação leva à outra. 

    A pele do prepúcio, agredida pela inflamação que vai e volta, começa a cicatrizar de forma inadequada. Essa nova pele perde a elasticidade, fica mais dura e fibrosa. O prepúcio fica “apertado” e não retrai mais com facilidade. Essa é a complicação mais importante, chamada de fimose cicatricial. 

    Uma vez que essa fimose se instala, ela se torna a causa de problemas ainda mais graves como: 

    • Parafimose: com o prepúcio apertado, se a pele for forçada para trás durante a higiene ou relação sexual, ela pode ficar presa, sem conseguir voltar à posição normal. Isso “estrangula” a cabeça do pênis, causando um inchaço intenso. É uma emergência médica. 
    • Estenose de meato: a inflamação crônica e a dificuldade para a urina sair, provocadas pela pele apertada, podem irritar a abertura da uretra. Com o tempo, esse canal também pode cicatrizar e se fechar, dificultando muito o ato de urinar. 

    Geralmente, o câncer não é uma consequência da fimose, mas sim de uma das causas da balanopostite crônica, como a doença de pele chamada Líquen Escleroso. Nesses casos, a própria condição que causa a inflamação já possui um potencial de evoluir para um tumor. 

    Exames que auxiliam no diagnóstico 

    No exame físico feito no consultório, o médico urologista observa a área genital e já identifica uma eventual inflamação. Além dos sintomas e o aspecto das lesões, ele analisa o histórico do paciente para confirmar a suspeita. 

    Se o médico tiver dúvidas sobre a causa ou se o tratamento inicial não funcionar, pode solicitar a coleta de uma amostra da secreção do pênis com um swab (cotonete). O material é enviado ao laboratório para identificar a presença de fungos ou bactérias. 

    Já os exames de sangue podem ser úteis para investigar causas sistêmicas. A dosagem de glicose, por exemplo, ajuda a verificar a presença de diabetes não diagnosticada. 

    Em casos raros, se a lesão não melhora ou há suspeita de uma doença mais grave, o médico pode retirar um pequeno fragmento de tecido da lesão para análise (biópsia).

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    Formas de tratamento para a balanopostite 

    A primeira orientação médica será sempre reforçar a limpeza do pênis. Além disso, o médico deve indicar cremes ou pomadas para aplicar diretamente na área afetada. A escolha depende do agente causador e só pode ser feita pelo médico. Mas as opções mais comuns são: 

    • Antifúngicos: pomadas como o miconazol ou o clotrimazol são usadas se a causa for um fungo, como a Candida albicans. 
    • Antibióticos: cremes à base de antibióticos são indicados para infecções bacterianas. Em alguns casos, o medicamento pode ser administrado por via oral. 
    • Pomadas com corticoides de baixa potência: ajudam a reduzir a inflamação, principalmente em casos de irritação ou alergia. Às vezes, são combinadas com antifúngicos. 

    A cirurgia de remoção do prepúcio (postectomia) pode ser recomendada em casos de balanopostite de repetição ou quando há fimose associada.

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