Pílula anticoncepcional: como funciona, eficácia e como tomar

Fontes: Danielle Imperador, ginecologista do Hospital Nove de Julho, em São Paulo. 

Criada em 1960, a pílula anticoncepcional tem o objetivo de evitar a gravidez. É considerada um símbolo da emancipação feminina, uma vez que, a partir daí, as mulheres começaram a ter relações sexuais sem medo de uma gestação indesejada.  

É importante destacar que existem diversos tipos de pílulas anticoncepcionais. Geralmente, o uso deste método contraceptivo hormonal é bastante seguro e deve ser indicado por um ginecologista.  

No entanto, ainda existem muitas dúvidas sobre a eficácia e efeitos colaterais da pílula anticoncepcional. A seguir, veja detalhes sobre o assunto.  

 Como funciona a pílula anticoncepcional?  

Geralmente, a combinação de hormônios presente na pílula, como estrogênio e progesterona, impede que ocorra a ovulação, que ocorre quando o óvulo é liberado pelos ovários para que aconteça a fertilização.  

Além disso, a pílula anticoncepcional pode tornar o muco cervical mais espesso, o que dificulta a passagem dos espermatozoides para o útero.  

Como tomar pílula anticoncepcional? 

Normalmente, o uso da pílula anticoncepcional é diário e pode ser feita uma pausa que varia de 2,4 ou 7 dias entre uma cartela e outra, dependendo de cada tipo. Porém, em alguns casos de anticoncepcionais, também é possível fazer uso contínuo das pílulas.  

É fundamental seguir as orientações do ginecologista em relação ao uso da pílula anticoncepcional. De forma geral, a recomendação é tomar todos os dias no mesmo horário.  

Algumas pílulas anticoncepcionais devem ser iniciadas no primeiro dia do ciclo menstrual, enquanto outras podem ser iniciadas em qualquer dia. É importante fazer as pausas e iniciar nos dias corretos para que a eficácia do método anticoncepcional seja garantida. 

Eficácia da pílula anticoncepcional 

A pílula anticoncepcional é considerada um método contraceptivo bastante seguro e eficaz. Mas, ela deve ser usada corretamente nos dias e horários indicados.  

Estima-se que a taxa de falha da pílula anticoncepcional seja inferior a 1%, ou seja, menos de uma em cada 100 mulheres engravidam usando este método da forma correta.  

Vale lembrar que a eficácia é reduzida quando a mulher esquece de tomar algum dia ou ingere em horários diferentes.  

Apesar de menos comum, alguns medicamentos podem interferir na eficácia da pílula. Por isso, é fundamental que a paciente informe ao ginecologista todos os remédios que está tomando. 

Efeitos colaterais 

Os principais efeitos colaterais acontecem no início do uso da pílula anticoncepcional. Entre eles estão:  

• Enjoos; 
• Irritabilidade; 
• Sensibilidade nas mamas; 
• Dores de cabeça; 
• Retenção de líquido;  
• Escapes menstruais;  
• Mudanças no fluxo menstrual; 
• Diminuição da libido; 
• Alterações no peso. 

Nem todas as mulheres terão algum efeito colateral ao usar a pílula anticoncepcional.  

Além disso, é comum que estes desconfortos diminuam com o tempo. Se o sintoma desagradável for intenso e demorar para passar, é preciso se consultar com o ginecologista para avaliar qual é a melhor opção contraceptiva. 

Vantagens da pílula anticoncepcional 

Se tomada corretamente, a pílula anticoncepcional tem alta eficácia de contracepção. Além disso, costuma ser um método bastante acessível para a maioria das mulheres.  

Outras vantagens:  

• Regula o ciclo menstrual; 
• Reduz a intensidade das cólicas; 
• Pode melhorar o aspecto da pele ao diminuir a oleosidade; 
• Diminui o risco de câncer de ovário e endométrio.  

Desvantagens da pílula anticoncepcional 

A maior desvantagem são os efeitos colaterais que podem ser desagradáveis para algumas mulheres.  

Há ainda o risco de trombose, ou seja, formação de um coágulo sanguíneo, principalmente nas pernas. Geralmente, isso ocorre no uso de pílulas que associam estrogênio com progesterona. Vale ressaltar que esse risco de trombose é variável de acordo com outros fatores inerentes à própria mulher. 

Por causa desse risco é que se torna ainda mais importante a consulta com um ginecologista, que fará uma avaliação da paciente e solicitará eventuais exames antes de indicar um método contraceptivo. 

Outra desvantagem é a diminuição da eficácia quando há o esquecimento da pílula.  

Quem toma anticoncepcional pode tomar pílula do dia seguinte? 

Sim. No entanto, a pílula do dia seguinte deveria ser usada apenas em casos de emergência. É o caso de quando ocorre uma relação sexual desprotegida ou qualquer tipo de falha no uso da pílula anticoncepcional, como o esquecimento de tomar o comprimido.  

Vale destacar que a pílula do dia seguinte possui altas doses de hormônios e não deve ser usada como método contraceptivo regular. Isso porque ela provoca efeitos colaterais desagradáveis, como a irregularidade menstrual, enjoos e mal-estar. 

 Pílula anticoncepcional masculina 

Recentemente, foi anunciado que a pílula anticoncepcional masculina estava sendo estudada e desenvolvida por pesquisadores. 

Ainda em fase de estudos clínicos, trata-se de uma injeção aplicada na área dos ductos deferentes, por onde os espermatozoides passam antes da ejaculação, impedindo a fecundação do óvulo feminino. 

Mais testes precisam ser realizados e ainda não há previsão de quando a pílula anticoncepcional masculina estará disponível.