Retenção de líquido: causas, sintomas e tratamento
Fatores como má alimentação e doenças pré-existentes podem causar o problema
Um anel que não sai do dedo ou uma roupa que ficou mais justa da noite para o dia. Esses são alguns dos sinais da retenção de líquido, caracterizada por um inchaço incomum. Isso acontece quando o acúmulo de água em determinadas regiões do corpo está acima do normal.
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Geralmente, o problema é mais frequente em mulheres, especialmente por conta das variações hormonais, e acontece nas mãos, pés, pernas e abdômen quando o nosso organismo não consegue eliminar fluidos em excesso. Dessa forma, acumulam-se nos tecidos, provocando o inchaço.
Apesar de ser um problema comum, essa condição pode indicar outras situações mais graves, como doenças renais, cardíacas ou hepáticas. Pacientes cardiopatas, por exemplo, têm uma sobrecarga de função cardíaca pelo aumento de líquidos em circulação, o que exige um esforço maior do coração para funcionar.
Por isso, é importante estar atento aos sinais para encontrar a melhor forma de lidar com a retenção de líquido. Veja a seguir, mais detalhes sobre o assunto.
Causas
A causa da retenção de líquido pode ser multifatorial. Ou seja, decorrente da combinação de vários fatores. Entre as principais estão:
- Alto consumo de alimentos ultraprocessados e ricos em sódio;
- Beber pouca água durante o dia;
- Consumo exagerado de bebida alcoólica;
- Alterações hormonais;
- Doenças: como insuficiência cardíaca, insuficiência linfática (lesão ou obstrução nos vasos linfáticos), síndrome nefrótica (distúrbio renal que causa excreção excessiva de proteínas pela urina), hipotireoidismo e cirrose hepática.
Como saber se estou com retenção de líquido?
A retenção geralmente provoca um inchaço que é mais visível nas pernas, rosto ou mãos. Pernas mais brilhantes, marcas de roupa no corpo, anéis que não entram, calças ou blusas mais apertadas de um dia para o outro, ou mesmo ganho de peso de uma forma rápida são os sinais e sintomas mais comuns.
O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação médica baseada no quadro clínico. Além disso, talvez seja necessário a realização de exames hormonais, cardiológicos e nas veias, quando a retenção é nas pernas, no último caso. Exames de sangue para dosagem de sais e proteínas também podem ser solicitados.
Alimentos que causam retenção de líquido
Existe uma variedade de alimentos que contribuem com a retenção de líquido, sendo a grande maioria deles ricos em sódio. Isso acontece porque, quando há excesso desse mineral no nosso corpo, o organismo ativa mecanismos para aumentar a quantidade de água, a fim de reduzir esse volume. Veja alguns alimentos que contribuem com a retenção de líquido:
Tratamento
Para combater a retenção de líquido algumas práticas podem ser adotadas. Nos casos mais localizados, como nos membros inferiores, massagens e o uso de meias elásticas geralmente são indicados. Outras formas de tratar o problema são:
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- Aumentar o consumo de água durante o dia: manter a hidratação do corpo ajuda a eliminar as toxinas, além de assegurar o bom funcionamento dos rins.
- Ter uma alimentação saudável: é recomendado incluir no cardápio frutas, principalmente aquelas com ação diurética como melancia, melão e abacaxi e verduras, leguminosas e oleaginosas. Já o uso de sal deve ser moderado.
- Praticar atividades físicas: elas ajudam no movimento espontâneo intestinal que dessa forma pode ajudar a prevenir a condição.
- Drenagem linfática: é uma técnica corporal que estimula a circulação sanguínea, auxiliando o organismo a reduzir a retenção de líquido.
- Evitar ou consumir álcool com moderação: bebidas alcoólicas e/ou industrializadas, como suco em pó. Por falar em industrializados, fuja de qualquer tempero ou refeição pronta que seja nesse estilo.
- Medicamentos: os venotônicos podem ser indicados pelos médicos em alguns casos para aumentar a tonicidade das veias. Além deles, os diuréticos são opções para eliminar o sal, por meio da urina, ou na diminuição da absorção do sódio.
É importante ressaltar que há chances dos inchaços serem parte de uma manifestação clínica mais abrangente, como insuficiência renal ou cardíaca. O médico deverá sempre ser consultado. O tratamento da causa muitas vezes é o mais importante na maioria dos casos.
Fontes: Flávio Henrique Duarte, angiologista do Hospital Santa Paula; Alexandre Bezerra, endocrinologista do Hospital Santa Paula.