Saiba tudo sobre a pílula do dia seguinte
O uso da pílula do dia seguinte ainda gera dúvidas; saiba mais sobre os riscos e as indicações
Se você é mulher, provavelmente em algum momento da vida já teve medo de uma gravidez indesejada. É importante destacar que não existe um método contraceptivo 100% eficaz. A eficácia de proteção da camisinha, do DIU e da pílula variam de 95% a 99,9%. E os riscos aumentam ainda mais quando são usados de forma inadequada.
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Além disso, em alguns casos, pode ser necessário usar uma contracepção de emergência. Conhecida popularmente como “a pílula do dia seguinte”, essa medicação pode prevenir a gravidez após o sexo desprotegido.
No entanto, não é indicado que este método seja indicado com frequência. Na maioria das vezes, é usado em casos mais específicos: quando o preservativo rompe durante a relação sexual ou a mulher sofre um estupro, por exemplo.
Mesmo sendo amplamente conhecido, o uso da pílula do dia seguinte ainda gera dúvidas, principalmente sobre os riscos que pode provocar. Outra questão bastante discutida é se poderia causar abortos ou problemas na gestação, caso ela aconteça.
A seguir, você confere detalhes sobre o assunto.
O que é a pílula do dia seguinte?
Também chamada de contracepção de emergência, é uma pílula normalmente utilizada em dose única contendo hormônios sintéticos, também encontrados nos contraceptivos orais.
Porém, a pílula do dia seguinte possui uma dosagem muito maior e é capaz de mudar o dia da ovulação e também o colo do útero para que não ocorra uma fecundação e, consequentemente, uma gravidez.
Como funciona a pílula do dia seguinte?
Geralmente, quando a pílula é ingerida logo após a menstruação, ela altera o desenvolvimento dos folículos ovulatórios (estruturas nos ovários onde ficam os óvulos). Dessa forma, impede ou atrasa a ovulação, fazendo com que os espermatozoides não tenham contato com o óvulo.
Pode também atrasar o transporte dos espermatozoides dentro das trompas. Além disso, torna o muco do colo uterino mais espesso, o que dificulta a fecundação.
Quando ela é recomendada?
Seu uso é indicado quando ocorre uma relação sexual desprotegida com potencial risco de gravidez: ausência de outro método contraceptivo ou falha no uso da pílula anticoncepcional. Além de ser usada em casos de estupros.
Qual é o prazo para tomar?
Geralmente, pode ser ingerida até cinco dias após a relação sexual desprotegida. Mas ela é mais efetiva se for usada no período de 24h. Portanto, quanto mais perto da relação desprotegida ela for usada, mais chances de evitar a fecundação.
Existe risco de abortar com o uso da pílula do dia seguinte?
Não. A pílula do dia seguinte não é abortiva, já que não interrompe uma gravidez em curso. Ela não tem nenhum efeito sobre o óvulo que já foi fecundado.
Provoca desconfortos?
Sim. Algumas mulheres podem sentir enjoos, desconfortos nos seios e pequenos sangramentos. Há também casos de problemas gastrointestinais.
Vale destacar que esses sintomas variam de mulher para mulher e ocorrem de acordo com a adaptação do organismo ao hormônio da pílula do dia seguinte. É importante realizar um acompanhamento regular com um ginecologista.
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Quais são os riscos e contraindicações?
A dose hormonal da pílula do dia seguinte é alta. Se for usada com frequência, pode causar sintomas desagradáveis como enjoos e mal-estar.
Algumas mulheres devem redobrar a atenção em relação ao uso: é o caso de quem fuma, hipertensas, mulheres com história de trombose, problemas nos rins e no fígado e com diabetes. É importante fazer o acompanhamento médico para avaliar os riscos em cada caso.
Quais são as chances de engravidar após o uso?
Os riscos de uma gestação após o uso da pílula do dia seguinte são relativamente baixos. E também variam de acordo com o período após o uso e o tempo em que foi realizada a relação sexual. Geralmente, se for usada logo após as 24h, as chances de uma gravidez podem variar de 2 a 4%. No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, o índice de efetividade (número de gestações prevenidas por cada relação sexual) da pílula é de 75%. Isso significa que ela pode evitar de três a cada quatro gestações que ocorreriam após uma relação sexual desprotegida.
De quanto em quanto tempo pode ser usada?
Como o nome já diz, é um método de emergência, não deve ser usado rotineiramente. Existem métodos mais eficazes e seguros para prevenir uma gestação não planejada. Converse com seu médico.
Pode trazer alguma sequela para o bebê, caso falhe?
Até o momento, os estudos realizados com a pílula do dia seguinte não apontaram malformações fetais ou quaisquer complicações na gravidez de mulheres que usaram o método contraceptivo de emergência.
Há riscos de causar gravidez ectópica?
Os riscos são baixos, mas existem. Há poucas evidências científicas de que o uso da pílula do dia seguinte aumenta o risco de gravidez ectópica, ou seja, quando ocorre fora do útero. Isso porque a pílula do dia seguinte serve para evitar a fecundação e não interfere na gravidez.
Uma pesquisa realizada com mulheres que engravidaram após tomar da pílula do dia seguinte apontou que mais de uma a cada 20 tiveram gravidez ectópica. Porém, mais estudos precisam ser realizados para comprovar os riscos e as causas deste problema.
Posso tomar a pílula do dia seguinte sempre?
Não. Ela não é indicada como método contraceptivo. Seu uso deve ser realizado apenas em situações de emergências. Para evitar a gravidez indesejada, existem diversos outros métodos seguros como anticoncepcionais orais, injetáveis e DIU (Dispositivo intrauterino).
Fontes: Danielle Imperador, ginecologista do Hospital Nove de Julho e Ana Carolina Lúcio Pereira, ginecologista e membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia).