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    Saiba tudo sobre a pílula do dia seguinte

    O uso da pílula do dia seguinte ainda gera dúvidas; saiba mais sobre os riscos e as indicações

    Por Samantha CerquetaniPublicado em 30/08/2022, às 17:12 - Atualizado em 25/05/2023, às 14:58
    pilula do dia seguinteFoto: Shutterstock

    Se você é mulher, provavelmente em algum momento da vida já teve medo de uma gravidez indesejada. É importante destacar que não existe um método contraceptivo 100% eficaz. A eficácia de proteção da camisinha, do DIU e da pílula variam de 95% a 99,9%. E os riscos aumentam ainda mais quando são usados de forma inadequada.  

    Além disso, em alguns casos, pode ser necessário usar uma contracepção de emergência. Conhecida popularmente como “a pílula do dia seguinte”, essa medicação pode prevenir a gravidez após o sexo desprotegido.  

    No entanto, não é indicado que este método seja indicado  com frequência. Na maioria das vezes, é usado em casos mais específicos: quando o preservativo rompe durante a relação sexual ou a mulher sofre um estupro, por exemplo. 

    Mesmo sendo amplamente conhecido, o uso da pílula do dia seguinte ainda gera dúvidas, principalmente sobre os riscos que pode provocar. Outra questão bastante discutida é se poderia causar abortos ou problemas na gestação, caso ela aconteça.  

     A seguir, você confere detalhes sobre o assunto. 

    O que é a pílula do dia seguinte? 

    Também chamada de contracepção de emergência, é uma pílula normalmente utilizada em dose única contendo hormônios sintéticos, também encontrados nos contraceptivos orais. 

    Porém, a pílula do dia seguinte possui uma dosagem muito maior e é capaz de mudar o dia da ovulação e também o colo do útero para que não ocorra uma fecundação e, consequentemente, uma gravidez. 

    Como funciona a pílula do dia seguinte?

    Geralmente, quando a pílula é ingerida logo após a menstruação, ela altera o desenvolvimento dos folículos ovulatórios (estruturas nos ovários onde ficam os óvulos). Dessa forma, impede ou atrasa a ovulação, fazendo com que os espermatozoides não tenham contato com o óvulo.  

    Pode também atrasar o transporte dos espermatozoides dentro das trompas. Além disso, torna o muco do colo uterino mais espesso, o que dificulta a fecundação.   

    Quando ela é recomendada?

    Seu uso é indicado quando ocorre uma relação sexual desprotegida com potencial risco de gravidez: ausência de outro método contraceptivo ou falha no uso da pílula anticoncepcional. Além de ser usada em casos de estupros. 

    Qual é o prazo para tomar?

    Geralmente, pode ser ingerida até cinco dias após a relação sexual desprotegida. Mas ela é mais efetiva se for usada no período de 24h. Portanto, quanto mais perto da relação desprotegida ela for usada, mais chances de evitar a fecundação. 

    Existe risco de  abortar com o uso da pílula do dia seguinte?

    Não. A pílula do dia seguinte não é abortiva, já que não interrompe uma gravidez em curso. Ela não tem nenhum efeito sobre o óvulo que já foi fecundado. 

    Provoca desconfortos?

    Sim. Algumas mulheres podem sentir enjoos, desconfortos nos seios e pequenos sangramentos. Há também casos de problemas gastrointestinais.  

    Vale destacar que esses sintomas variam de mulher para mulher e ocorrem de acordo com a adaptação do organismo ao hormônio da pílula do dia seguinte. É importante realizar um acompanhamento regular com  um ginecologista.  

    + LEIA TAMBÉM: Afinal, o que é ser uma mulher saudável?

    Quais são os riscos e contraindicações? 

    A dose hormonal da pílula do dia seguinte é alta. Se for usada com frequência, pode causar sintomas desagradáveis como enjoos e mal-estar.  

    Algumas mulheres devem redobrar a atenção em relação ao uso: é o caso de quem fuma, hipertensas, mulheres com história de trombose, problemas nos rins e no fígado e com diabetes. É importante fazer o acompanhamento médico para avaliar os riscos em cada caso.  

    Quais são as chances de engravidar após o uso?

    Os riscos de uma gestação após o uso da pílula do dia seguinte são relativamente baixos. E também variam de acordo com o período após o uso e o tempo em que foi realizada a relação sexual. Geralmente, se for usada logo após as 24h, as chances de uma gravidez podem variar de 2 a 4%.  No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, o índice de efetividade (número de gestações prevenidas por cada relação sexual) da pílula é de 75%. Isso significa que ela pode evitar de três a cada quatro gestações que ocorreriam após uma relação sexual desprotegida. 

    De quanto em quanto tempo pode ser usada?

    Como o nome já diz, é um método de emergência, não deve ser usado rotineiramente. Existem métodos mais eficazes e seguros para prevenir uma gestação não planejada. Converse com seu médico. 

    Pode trazer alguma sequela para o bebê, caso falhe?

    Até o momento, os estudos realizados com a pílula do dia seguinte não apontaram malformações fetais ou quaisquer complicações na gravidez de mulheres que usaram o método contraceptivo de emergência. 

    Há riscos de causar gravidez ectópica?

    Os riscos são baixos, mas existem. Há poucas evidências científicas de que o uso da pílula do dia seguinte aumenta o risco de gravidez ectópica, ou seja, quando ocorre fora do útero. Isso porque a pílula do dia seguinte serve para evitar a fecundação e não interfere na gravidez. 

    Uma pesquisa realizada com mulheres que engravidaram após tomar da pílula do dia seguinte apontou que mais de uma a cada 20 tiveram gravidez ectópica. Porém, mais estudos precisam ser realizados para comprovar os riscos e as causas deste problema. 

    Posso tomar a pílula do dia seguinte sempre?

    Não. Ela não é indicada como método contraceptivo. Seu uso deve ser realizado apenas em situações de emergências. Para evitar a gravidez indesejada, existem diversos outros métodos seguros como anticoncepcionais orais, injetáveis e DIU (Dispositivo intrauterino). 

    Fontes: Danielle Imperador, ginecologista do Hospital Nove de Julho e Ana Carolina Lúcio Pereira, ginecologista e membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia).

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