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    É possível usar da tecnologia a nosso favor?

    Relógios inteligentes podem rastrear atividades e monitorar saúde ao longo do dia

    Por Raquel RibeiroPublicado em 03/06/2022, às 10:06 - Atualizado em 25/05/2023, às 22:18
    relógios inteligentesFoto: Shutterstock

    Os relógios inteligentes, também chamados smartwatches, viraram febre nos últimos tempos. Isso porque funcionam como uma extensão do smartphone, alertando sobre mensagens, ligações, e-mails e eventos do calendário. Mas eles vão muito além.  

    Esses aparelhos podem nos ajudar a ter uma rotina de hábitos mais saudáveis, rastreando nossas atividades físicas e monitorando a nossa saúde ao longo do dia.

    Um estudo recente da Universidade de Stanford mostrou que os dados dos relógios inteligentes podem indicar sinais precoces e até mesmo prever os resultados de alguns exames de sangue.

    O estudo durou mais de três anos e contou com 54 voluntários que usaram os relógios inteligentes monitorando frequência cardíaca e outros sinais. Assim, os pesquisadores puderam rastrear os dados dos aparelhos, exames de sangue e outros testes conduzidos em consultório médico.   

    O que se observou foi que as leituras dos relógios inteligentes, como atividade física e frequência cardíaca, puderam mostrar mudanças fisiológicas que são constatadas por exames de sangue, como aumento nos níveis de glicose, por exemplo.

    Qual é a função do relógio inteligente? 

    Além das funções básicas, já existentes no celular, como calculadora e notificações de mensagens e chamadas, os relógios inteligentes podem ter diversas outras funcionalidades como o monitoramento do sono, da frequência cardíaca, da oxigenação, além de contar passos e enviar lembretes para que você tome água.    

    Veja a seguir alguns benefícios que os relógios inteligentes trazem para a sua saúde, e em especial, para os pacientes com doenças crônicas. 

    1. Monitoramento do sono

    Essa função pode ajudar a identificar problemas e analisar a qualidade do sono enquanto você dorme. O funcionamento é simples: o aparelho reconhece quando você adormece e então começa a monitorar as fases do sono, além de sugerir dicas para melhorar suas noites. 

    2. Monitoramento cardíaco

    Com um simples contato com a pele, os relógios inteligentes são capazes de detectar o pulso sanguíneo e, assim, monitorar a frequência cardíaca, tanto em repouso quanto durante as atividades físicas. 

    3. Monitoramento da oxigenação

    Os relógios podem medir os níveis de oxigênio do sangue. Com esses dados, podemos identificar a capacidade do nosso organismo em fornecer oxigênio para nossas células. Eles podem servir como um alerta para seu médico solicitar outros exames. 

    4. Lembrete para beber água

    A recomendação varia de pessoa para pessoa, mas sabemos que gira em torno de 2 litros por dia. Mas e para lembrar de beber pelo menos 8 copos por dia? Essa função simples pode nos ajudar muito fazendo pequenos lembretes para ingerirmos a quantidade ideal. 

    5. Contador de passos

    Os relógios inteligentes usam sensores inerciais de múltiplos eixos chamados de acelerômetros. É esse sistema que detecta o movimento. Dessa forma, você pode determinar a quantidade ideal de passos durante o dia e fazer a contagem. Dica: são necessários ao menos 7.000 para não sermos considerados sedentários. 

    Como os relógios inteligentes podem ajudar pessoas com doenças crônicas?

    Uma característica da doença crônica é que ela perdura por muito tempo. Nesse sentido, por meio da coleta de dados feita pelos relógios inteligentes, é possível analisar a progressão da doença e tomar medidas práticas baseadas nesses dados.

    Todas essas informações podem ajudar a entender melhor o padrão de comportamento e as particularidades de cada pessoa. É possível saber, por exemplo, se há movimentação constante ou se a pessoa está parada por muito tempo.

    Para citar um exemplo prático de como os relógios inteligentes podem ajudar pessoas com doenças crônicas, podemos considerar um paciente com doença de Parkinson. Se ela estiver com o smartwatch, pode ter seu padrão de movimentos monitorado e, assim, saber se está piorando da doença ou não. Também é possível analisar se a medicação está fazendo efeito, ou até mesmo fazer o ajuste da dosagem, com base na quantidade de tremores desse paciente. 

    Os relógios inteligentes, claro, não substituem o acompanhamento médico, mas podem sim ser aliados, tanto das pessoas, quanto dos profissionais de saúde no tratamento de doenças crônicas.

    Existe perigo em confiar nesse aparelho?

    É sempre importante lembrar que, como tudo na medicina, precisamos entender as vantagens e as limitações de cada ferramenta, seja uma medicação ou um dispositivo médico. No caso dos relógios inteligentes, isso não é diferente. 
     
    O usuário e o médico (que usa o aparelho como um auxiliar no tratamento) precisam saber qual tipo de informação esses relógios inteligentes trazem e que elas devem ser devidamente interpretadas. Lembrando que esses dados podem não ser precisos. 
     
    Outra questão está relacionada à privacidade de dados. Precisamos sempre ter em mente que os aparelhos podem guardar um grande volume de informações sobre nós, o que não é muito diferente do que já acontece com nossos próprios celulares. 

    Fonte: Felipe Kitamura, médico neurorradiologista e superintendente de inovação aplicada e inteligência artificial na Dasa.

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