Reposição hormonal na mulher: quando é indicado e quais os benefícios
A terapia é recomendada para diminuir os sintomas da menopausa
Neste artigo, você vai ler:
Faz parte da vida: com o passar do tempo, o corpo muda e envelhece. Para as mulheres, principalmente após os 45 anos, há mudanças significativas nos hormônios reprodutivos.
Quando a menopausa, ou seja, a interrupção natural da menstruação, se aproxima, é comum que surjam sintomas como fogachos (calores), irritabilidade, insônia, perda de elasticidade da pele, secura vaginal e queda da libido.
Nesses casos, pode ser indicada a terapia de reposição hormonal. Ela também é recomendada para prevenir a osteoporose e quando há menopausa precoce (antes dos 40 anos). Geralmente, traz diversos benefícios e aumenta a qualidade de vida da mulher.
“Trata-se de uma estratégia que dispomos para repor os hormônios que as mulheres deixaram de produzir pelos ovários. A terapia de reposição hormonal é uma forma de compensar a falta dos dois principais hormônios femininos: a progesterona e o estrogênio. É indicada para mulheres sintomáticas”, destaca Altamiro Ribeiro, ginecologista do Hospital Nove de Julho.
Benefícios da reposição hormonal para mulheres
O principal benefício da terapia de reposição hormonal é aliviar a maioria dos sintomas da menopausa. No entanto, ela também pode oferecer outras vantagens para a mulher. Veja detalhes abaixo.
- Diminui o risco de osteoporose: sabe-se que o risco de sofrer fraturas diminui em quem faz a reposição hormonal;
- Melhora a memória: o tratamento com estrogênio é útil para prevenir esquecimentos;
- Melhora o humor: o estrogênio também contribui com a diminuição de sintomas de ansiedade e depressão;
- Problemas do sono: a reposição hormonal melhora a qualidade do sono porque trata os fogachos, que surgem, principalmente, durante a madrugada.
Principais riscos
Como vimos, a terapia de reposição hormonal proporciona diversos benefícios para as mulheres, mas também apresenta alguns riscos. O principal deles seria o possível maior risco de câncer de mama.
“Mulheres que usam terapia hormonal, principalmente por um tempo mais prolongado, têm um pequeno aumento no risco de câncer de mama a longo prazo. Outro risco relacionado ao uso da terapia de reposição hormonal é o de tromboembolia, ou seja, problemas relacionados à coagulação do sangue”, afirma Lúcia Helena Simões da Costa Paiva, ginecologista e vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Climatério da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
A especialista destaca que todos esses riscos podem ser minimizados pelo médico após a triagem cuidadosa e uma avaliação individual da paciente.
Durante a consulta, devem ser avaliados alguns critérios como: suspeita e histórico de câncer de mama ou de útero, trombose venosa ou embolia pulmonar, problemas de coagulação, doenças cardiovasculares e problemas de fígado.
Tipos de reposição hormonal
Você sabia que há vários tipos de terapia de reposição hormonal? A maioria das mulheres usa uma combinação de hormônios.
O estrogênio é o hormônio que alivia os sintomas da menopausa. Mulheres que têm útero devem fazer uso também do hormônio progesterona para prevenir o câncer uterino (de endométrio). Isso porque o estrogênio sozinho faz com que o revestimento interno do útero cresça mais do que o normal.
Há ainda a opção de usar estradiol, um hormônio idêntico ao que o ovário produz.
A seguir, veja as principais dúvidas sobre a reposição hormonal.
Quando fazer a reposição hormonal?
Geralmente, a reposição hormonal é indicada nos primeiros anos da menopausa, em um período chamado “janela de oportunidade” (preferencialmente antes dos 60 anos de idade). O tratamento tardio pode estar associado a maior risco do que benefício. E por isso, é importante que a indicação da terapia seja avaliada de forma individual.
Quem não pode fazer?
A reposição hormonal é contraindicada para as mulheres com câncer de mama e endométrio. Além de alguns raros cânceres de ovário.
Mulheres com alto risco de doença cardiovascular, acidente vascular cerebral e trombose também devem ser avaliadas antes de começar a terapia.
Pessoas com doenças clínicas descompensadas, como doença hepática e renal, também não devem fazer uso de reposição hormonal.
A terapia hormonal ajuda a emagrecer?
Não. Durante a menopausa acontece uma mudança da composição corporal feminina, acarretando maior acúmulo de gordura. Além de ocorrer uma perda da massa magra, contribuindo com o ganho de peso.
Porém, a reposição hormonal não garante o emagrecimento. As doses utilizadas são baixas. Para se ter uma ideia, o anticoncepcional, por exemplo, tem a dose bem maior que a utilizada na reposição hormonal.