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    Sarcoidose: doença inflamatória que pode afetar diversos órgãos

    Condição é considerada rara e exige atenção para diagnóstico e tratamento precoces

    Por Danielle MirandaPublicado em 06/03/2025, às 13:24 - Atualizado em 06/03/2025, às 16:54

    sarcoidose

    A sarcoidose é uma doença inflamatória crônica que pode acometer diversos órgãos do corpo. No Brasil, estima-se que a incidência de casos seja de 10 pessoas a cada 100 mil habitantes. A doença costuma ser diagnosticada dos 35 anos a 50 anos, sendo mais frequente em mulheres mais velhas, especialmente afro-americanas. Na maioria das vezes, a pessoa afetada pode conviver com a doença sem repercussão clínica importante, e em outros casos, a doença pode ter manifestações clínicas que requerem cuidado e necessidade de tratamento. Veja mais sobre a doença a seguir. 

    Sarcoidose: o que é? 

    A sarcoidose é uma doença caracterizada pelo desenvolvimento de granulomas, que são pequenas massas de células inflamatórias. Esses granulomas podem se formar em diferentes órgãos, sendo os pulmões e os linfonodos intratorácicos as áreas mais comumente afetadas. 

    A literatura ainda não sabe exatamente a origem da sarcoidose. No entanto, os médicos acreditam que ela possa ser desencadeada pela interação entre um antígeno ambiental e um indivíduo geneticamente suscetível, o que provoca uma desregulação do sistema imunológico que culmina na formação do granuloma tecidual.  

    É importante dizer que a sarcoidose não é contagiosa. E, apesar da causa da doença ser desconhecida, a exposição a diversos agentes (antígenos) são potenciais gatilhos para o desenvolvimento da doença. 

    Formas de apresentação da Sarcoidose 

    A apresentação clínica da sarcoidose vai depender do órgão ou dos órgãos afetados. A forma mais comum é a sarcoidose pulmonar, que atinge os pulmões e está presente em mais de 90% dos casos diagnosticados.

    Depois do pulmão, a sarcoidose de linfonodos (gânglios linfáticos), sarcoidose de pele e sarcoidose dos olhos são as mais comuns. Além delas, podemos citar a sarcoidose hepática (envolvendo o fígado), que geralmente se apresenta apenas com alterações transitórias das enzimas hepáticas.

    Com menos frequência, coração, baço, rins, articulações e o sistema nervoso central também podem ser afetados.

    Fatores de risco 

    Como ainda não se conhecem suas causas exatas, nem sempre é possível prever quais são os principais fatores de risco para a condição.  

    Atualmente, sabe-se que o pico de incidência da sarcoidose em mulheres é mais tardio (após 50-60 anos) do que em homens, quando a pico da doença ocorre antes dos 40 anos. Ela é mais comum entre afro-americanas, mas pode afetar qualquer pessoa de qualquer sexo, etnia e idade (embora a incidência na infância seja mais rara). 

    Indivíduos negros, brancos do nordeste europeu e portadores de histórico da doença na família também parecem ter maior risco para desenvolver o problema.

    Além disso, alguns estudos evidenciaram que a incidência da sarcoidose e as formas mais graves da doença são mais comuns em países como a Suécia, Dinamarca, Finlândia, Irlanda e na população negra dos EUA. 

    Sintomas da sarcoidose 

    Os sintomas da sarcoidose variam de acordo com o órgão afetado e a gravidade da doença. No entanto, alguns pacientes podem ser assintomáticos.  

    Quando os sintomas se fazem presentes, os mais comuns são: 

    • Fadiga; 
    • Tosse seca; 
    • Falta de ar; 
    • Dor no peito; 
    • Febre; 
    • Suores noturnos; 
    • Linfonodos aumentados; 
    • Perda de peso; 
    • Lesões na pele; 
    • Dor nas articulações; 
    • Problemas de visão.

    Como os sintomas são inespecíficos (ou seja, podem surgir em outras doenças), não é incomum que o diagnóstico da sarcoidose seja desafiador e demore a ser feito. Além disso, como a doença tem apresentação radiológica parecida com a tuberculose, não é raro que alguns pacientes relatem que foram tratados inadvertidamente para o problema antes de receberem o diagnóstico de sarcoidose.
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    Qual médico procurar? 

    Sendo os pulmões os órgãos mais afetados, via de regra, o médico pneumologista é o profissional que mais comumente realiza o diagnóstico e trata a doença. 

    No entanto, a depender das manifestações da doença, qualquer especialista pode ser consultado, como dermatologistas, oftalmologistas, cardiologistas, neurologistas e médicos generalistas. Um reumatologista também pode estar envolvido nos casos que afetam as articulações. 

    Exames que auxiliam no diagnóstico 

    O diagnóstico da sarcoidose envolve uma combinação de dados clínicos e exames laboratoriais e de imagem. Os principais exames úteis para o diagnóstico dessa condição são: 

    • Tomografia computadorizada do tórax; 
    • Exames de sangue, como hemograma, vitamina D, cálcio, função renal e hepática; 
    • Biópsia do tecido afetado para confirmação da presença de granulomas; 
    • Testes de função pulmonar; 
    • Ressonância magnética, em casos neurológicos ou cardíacos; 
    • PET-CT pode ser usada para avaliar o envolvimento sistêmico pela doença e estimar a atividade da doença.

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    Formas de tratamento para a sarcoidose 

    Nem todos os casos de sarcoidose exigem tratamento. Para pacientes assintomáticos ou com sintomas leves, especialmente em algumas formas de apresentação da doença, como na sarcoidose aguda, a recomendação inicial é não tratar, pois existe grande chance de remissão espontânea. 

    Já quando a doença se apresenta de forma agressiva, com sintomas mais intensos, causando comprometimento da função do órgão e prejuízo da qualidade de vida, a doença deve ser tratada com o intuito de controlar a inflamação.   

    O tratamento farmacológico envolve corticoides como primeira escolha, seguido pelo metotrexato, além de imunossupressores; podendo haver a necessidade do uso de medicamentos imunobiológicos em alguns casos.  

    O tratamento deve estar centrado no paciente e envolver também terapias de suporte, como exercício físico e reabilitação pulmonar, além de terapias especificassem casos de envolvimento ocular, cardíaco e hipertensão pulmonar. Fadiga e depressão são sintomas frequentes e, portanto, também devem ser tratadas quando estiverem presentes.

     

    Fonte: Dra. Sílvia Carla Sousa Rodrigues – médica pneumologista

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