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O que secreções vaginais dizem sobre a saúde

Os fluidos têm relação com o ciclo menstrual e te protegem contra bactérias e vírus

Por Tiemi OsatoPublicado em 16/06/2022, às 10:00 - Atualizado em 25/05/2023, às 14:11
Foto: Shutterstock

Nem sempre é fácil entender o que acontece no nosso corpo. Se o assunto é visto como um tabu, então, complica ainda mais — e as dúvidas ficam pairando por aí. É o que acontece com muitas pessoas quando falamos sobre secreções vaginais. Qual é a cor esperada? Em que momento da vida elas aparecem? É saudável?

O primeiro passo é entender que se trata de um processo natural do organismo. A sua calcinha nunca vai passar um mês inteiro completamente seca, porque as glândulas da vagina e as células do colo do útero estão em trabalho constante.

São elas as responsáveis por produzir o muco cervical, que não apresenta odor e pode ser transparente, branco ou levemente amarelado. Essa secreção líquida carrega anticorpos que contribuem para a manutenção da nossa saúde, impedindo que bactérias e vírus entrem no útero.

Secreções fisiológicas

O muco cervical é considerado uma secreção fisiológica. Nas relações sexuais, ele serve para aumentar a lubrificação, proteger o esperma do ambiente ácido da vagina e auxiliar o espermatozoide a alcançar o útero.

As características desse fluido variam de acordo com o ciclo menstrual, que se inicia no primeiro dia da menstruação.

Durante o período fértil — ou seja, na metade do ciclo, por volta do 14º dia —, a secreção tem aspecto de clara de ovo, tonalidade suave (isso porque a vagina fica mais úmida, propiciando uma aparência cristalina) e apresenta elasticidade.

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Na segunda fase do ciclo, ela fica mais pegajosa (por causa do efeito da progesterona), esbranquiçada e espessa, o que facilita a penetração do espermatozoide dentro do útero e a fecundação na trompa.

Secreções patológicas

Foto: Shutterstock

Se por um lado a secreção vaginal pode atuar como resposta fisiológica, por outro  ela pode ser um aviso de que algo no corpo está errado — sendo resultado de uma infecção ou um problema hormonal, por exemplo. Mas é importante lembrar que o corrimento patológico não costuma aparecer sozinho.

No caso da candidíase, além do fluido mais esbranquiçado e semelhante a leite talhado com grumos, são frequentes coceira intensa e vermelhidão na vulva, além de ardência ao urinar. 

+LEIA MAIS: Candidíase: veja 5 situações que provocam a infecção

A infecção decorrente da bactéria Gardnerella, por sua vez, gera uma secreção mais acinzentada (e, às vezes, esverdeada), bolhosa e com odor de peixe podre. Outros sintomas incluem desconforto em relações sexuais e coceira. 

E as infecções sexualmente transmissíveis (IST) também podem se manifestar pelo surgimento de  secreções. O corrimento mais amarelado, que lembra pus — porque de fato é —, associado a uma dor pélvica intensa, pode ser fruto da clamídia ou da gonorreia. 

Como reconhecer as secreções

Além de ter em mente as características gerais dos fluidos, é fundamental criar familiaridade com o próprio corpo. Quanto mais aprofundado for seu autoconhecimento, mais simples será identificar uma possível alteração no organismo e descrevê-la a um ginecologista. 

Para reconhecer mudanças na cor, no cheiro, no volume ou na consistência das secreções, vale a pena anotar direitinho o dia da menstruação, e observar os fluidos com regularidade. Conforme esse hábito se consolidar, mais fácil será compreender como seu corpo se comporta ao longo do mês. 

Fontes: Isabela Barboza, ginecologista no Hospital Nove e Julho; José Humberto Belmino Chaves, ginecologista da Comissão Nacional Especializada do Trato Genital Inferior da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

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