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    Triagem neonatal: o que é e qual a importância

    Exames realizados pouco após o nascimento são fundamentais para o tratamento de eventuais doenças

    Por Tiemi OsatoPublicado em 21/09/2022, às 15:37 - Atualizado em 25/05/2023, às 15:26
    Foto: Shutterstock

    Muita gente costuma associar a triagem neonatal ao teste do pezinho. E isso não está errado, mas acontece que a triagem neonatal vai muito além. Ela também inclui os testes da orelhinha, do olhinho, do coraçãozinho e do quadril.

    Todos eles são feitos no período neonatal (do nascimento até 28 dias de vida) e servem para garantir a saúde da criança.

    O objetivo dos testes é identificar recém-nascidos que podem ter determinadas doenças ou distúrbios e, a partir disso, trabalhar para impedir a evolução do quadro.

    É aquela velha história: o diagnóstico precoce é um grande aliado do tratamento. Quanto antes for detectada uma condição nociva ao bem-estar do bebê, mais cedo é possível acompanhá-la e realizar intervenções que diminuam eventuais complicações.

    +LEIA MAIS: Pré-natal: quais exames a gestante deve fazer?

    Mas vale esclarecer que esses exames são de triagem, não de diagnóstico. Caso alguma alteração seja detectada na triagem neonatal, geralmente é preciso repetir o teste.

    Se o resultado persistir, a criança deve ser submetida a uma avaliação mais detalhada e específica para que o diagnóstico adequado seja feito.

    A seguir, veja como funcionam os principais testes da triagem neonatal:

    Teste do pezinho

    Feito no terceiro dia de vida, o teste do pezinho abrange uma série de doenças, como  fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme, fibrose cística, deficiência de biotinidase, hiperplasia adrenal congênita e toxoplasmose congênita.

    O procedimento é bem simples: basta colher uma amostra de sangue do bebê. Isso pode ser feito pelo calcanhar (daí o nome teste do pezinho) ou por outras veias periféricas (as da mão ou da dobra do cotovelo, por exemplo).

    +LEIA MAIS: Novo teste genético detecta doenças raras em bebês

    Teste da orelhinha

    A triagem auditiva neonatal é feita na maternidade, a partir do segundo dia de vida, e também recebe o nome de exame de emissões otoacústicas evocadas.

    O teste da orelhinha é indolor e é realizado enquanto o bebê dorme. Basicamente, insere-se uma sonda na orelha da criança para produzir um estímulo sonoro e captar o retorno dele.

    O objetivo é identificar sinais de déficit auditivo. Se houver qualquer suspeita, a criança é encaminhada para uma avaliação otológica e audiológica completa e deve fazer exames mais específicos, como a audiometria do tronco cerebral.

    Teste do olhinho

    O teste do olhinho é feito pelo pediatra logo que a criança nasce. Com um oftalmoscópio, o profissional emite uma luz no olho do bebê e procura por um reflexo vermelho no globo ocular (similar àquele que aparece em fotografias).

    Esse reflexo indica que o eixo óptico está livre, sem que nada atrapalhe a entrada de luz pela pupila.

    Caso ele não apareça, surge a suspeita de condições como catarata congênita, glaucoma e retinoblastoma. Nessas situações, a criança precisa passar por uma consulta oftalmológica.

    Teste do coraçãozinho

    Entre 24h e 48h de vida, antes da alta, o pediatra deve realizar o teste do coraçãozinho na criança. O exame é feito com um oxímetro de pulso, colocado na mão e no pé para checar a saturação do oxigênio.

    O teste do coraçãozinho tem sensibilidade para cardiopatias congênitas críticas, que são doenças mais graves capazes de levar à morte nos primeiros meses de vida.

    Se os resultados não forem satisfatórios, o exame é repetido em uma hora. Caso as alterações se mantenham, é preciso fazer um ecocardiograma.

    Teste do quadril

    Também conhecido como teste de Ortolani, esse exame é feito pelo pediatra assim que a criança nasce.

    Trata-se de uma manobra simples que envolve a flexão das pernas do bebê para verificar se há indícios de displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ) – como um osso não encaixado corretamente na bacia.

    Fontes: Daniela Paes Leme Peyneau, pediatra especialista em Neonatologia e Terapia Intensiva Pediátrica e médica de rotina na UTI Neonatal do Complexo Hospitalar Niterói; Samir Kassar, pediatra neonatologista membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas da UFAL (Universidade Federal de Alagoas).

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