Tudo sobre a Síndrome do Intestino Irritável
Tratamento pode aumentar a qualidade de vida dos pacientes; saiba mais sobre a doença
Cólica abdominal, diarreia ou constipação e excesso de gases. Estes são apenas alguns dos sintomas de quem tem a Síndrome do Intestino Irritável (SII) ou síndrome do cólon irritável.
Neste artigo, você vai ler:
Apesar de ser mais comum entre as mulheres de 30 a 50, a SII também afeta os homens e pessoas de todas as faixas etárias, inclusive os bebês. Os episódios de desconforto podem durar pelo menos 12 semanas, sendo elas consecutivas ou não.
“É uma disfunção crônica, ou seja, não existem medicamentos ou procedimentos que a curem. Mas o gastroenterologista pode iniciar um tratamento que controle os sintomas e proporcione uma boa qualidade de vida para o indivíduo”, explica Raphael Tadeu Gonsalves Lopes, coloproctologista do Hospital Santa Paula.
Alguns autores dividem a SII em subtipos. Nesse sentido, existem formas da doença associadas à diarreia, outras à constipação, aquelas em que prevalece a dor abdominal e ainda a mista, onde ocorre alternância de fezes amolecidas e endurecidas.
Independentemente de qual seja o subtipo de SII do indivíduo, é fundamental que o tratamento seja realizado, para uma melhora na qualidade de vida.
Veja a seguir mais informações sobre o tema.
O que é a síndrome do intestino irritável?
Trata-se de uma doença funcional, um distúrbio do trato gastrointestinal que pode intensificar ou piorar os sintomas de acordo com o seu grau. Sendo este influenciado por ansiedade, estresse e até o consumo de alguns alimentos.
Sintomas
Pessoas com SII costumam relatar desconforto abdominal recorrente. Além de um ou mais sintomas associados. Os principais são:
Causas
Não existe uma causa definida para a síndrome do intestino irritável. “Acredita-se que seja uma doença multifatorial, ou seja, pode ocorrer por várias razões, de naturezas diferentes. Pode ser influenciada por fatores externos como o estresse, ansiedade, depressão, além de intolerâncias alimentares”, diz Lopes.
Outros fatores que podem motivar a doença são alguns alimentos e bebidas. “Sabemos que alguns deles podem desencadear ou piorar os sintomas da síndrome. É o caso dos produtos lácteos, açucarados, chocolates, álcool, cafeína, alimentos que causam gases, como o feijão e o brócolis, além de alimentos muito gordurosos”, explica Fábio Guilherme Campos, membro titular, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
Diagnóstico
Embora não exista um exame específico para confirmar o diagnóstico da síndrome do intestino irritável, alguns podem ser solicitados para afastar a hipótese de outras doenças do trato gastrointestinal. São eles:
Colonoscopia
É um exame que, por meio de um colonoscópio, aparelho com um tubo fino e flexível com uma luz e uma câmera na ponta, analisa desde o início do cólon até o final do intestino delgado.
Tomografia computadorizada
Trata-se de um procedimento não invasivo capaz de combinar a imagem de um raio-x com outras de alta qualidade produzidas por computadores. Com a tomografia, é possível analisar partes internas do corpo como órgãos, esqueletos e vias aéreas, tudo isso em modo 360 graus.
Ultrassonografia de abdome
Utilizando ondas sonoras de alta frequência, a ultrassonografia de abdômen permite visualizar e avaliar os órgãos internos do abdome e suas estruturas, que contemplam, por exemplo, fígado, vesícula biliar, baço, rins, pâncreas etc.
Testes de intolerância alimentar
Com uma gota de sangue, tirada da ponta do dedo, é possível detectar os alimentos que levam à produção de anticorpos, podendo eles estarem relacionados a SII. É testada a intolerância a leite e ovos, peixes, crustáceos e frutos do mar, frutas, vegetais, entre outros alimentos.
Especialistas ressaltam a importância da detecção dessa condição para uma vida de melhor qualidade, bem como para afastar doenças graves, como as neoplasias. “A SII é um tanto quanto comum e os seus sintomas podem “esconder” um câncer no intestino. Por isso, essa avaliação é fundamental e deve sempre ser feita por um médico”, afirma Campos.
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Tratamento
Para o tratamento da SII, um gastroenterologista deve ser consultado. O especialista irá avaliar os sintomas de cada pessoa e verificar a melhor conduta.
Em geral, consiste na mudança de hábitos alimentares. “Em outras palavras, as refeições necessitam ser como o que chamamos de leve, hipogordurosa e antifermentativa. Nela, evitam-se alimentos gordurosos, como frituras, embutidos, gordura animal e vegetal, fast-food e leite integral, além dos alimentos fermentativos, como brócolis, repolho e couve-flor”, explica Lopes.
Além disso, questões como ansiedade, estresse e depressão devem ser trabalhadas para que se tenha uma diminuição dos sintomas. Nesses casos, deve-se procurar a ajuda de um psicólogo e um psiquiatra.