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    Vacina meningite: tudo o que você precisa saber 

    A meningite é uma infecção que atinge as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal

    Fonte: Dra. Maria Isabel de Moraes PintoInfectopediatra  e médica consultora em vacinas da DasaPublicado em 06/11/2025, às 11:09 - Atualizado em 06/11/2025, às 11:11

    vacina meningite

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    As formas mais graves da doença são provocadas pela bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo

    A vacina meningite é uma das principais formas de reforçar a sua prevenção. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que a forma mais grave da doença, provocada por bactérias, é responsável por cerca de 250 mil mortes no mundo todos os anos. 

    A meningite é uma doença que afeta as meninges, membranas que envolvem o cérebro, e pode ser provocada por vírus, bactérias ou fungos. Os casos mais graves e com potencial de deixar sequelas são geralmente causados por alguns tipos de bactérias.   

    Para impedir que isso ocorra, a vacina contra a meningite é fundamental. Continue a leitura para entender mais sobre a doença e os tipos de vacinas que estão disponíveis atualmente.

    O que é meningite? 

    A meningite é uma infecção que atinge as meninges, como são chamadas as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A infecção pode ser causada por vírus ou bactérias e, mais raramente, também por fungos. 

    As formas mais graves da doença são provocadas pela bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo. Nestes casos, se não for tratada rapidamente, a doença pode levar à morte em menos de 24 horas ou ainda causar sequelas graves, como amputação de membros.   

    O meningococo possui 12 sorogrupos. No entanto, a grande maioria das infecções é causada pelos sorogrupos A, B, C, W, X e Y – no Brasil, por exemplo, o sorogrupo mais prevalente é o C.   

    A meningite também pode ser causada por outras bactérias, como o S. pneumoniae (também chamado de pneumococo), o Haemophilus influenzae tipo b (também responsável por casos de pneumonia) e o Mycobacterium tuberculosis (bactéria que provoca a tuberculose). 

    Quais são os riscos da meningite? 

    A meningite provocada por vírus tende a ser mais branda e ter uma evolução benigna na grande parte dos casos. Ao contrário, a meningite bacteriana é considerada uma doença bastante grave em todas as faixas etárias.   

    Se o paciente não receber assistência médica adequada, a doença tem potencial para levar à morte em poucas horas. Além disso, quanto mais grave for a infecção, maior o risco de desenvolver complicações igualmente graves, que incluem:   

    • Perda de visão;  
    • Perda de audição; 
    • Problemas de memória e concentração;  
    • Comprometimento da coordenação motora, do equilíbrio, da fala e do aprendizado;  
    • Convulsões;  
    • Amputação de membros e também orelhas e nariz.

    Qual a idade para tomar vacina meningite? 

    O esquema de imunização contra a meningite inclui as vacinas que previnem a infecção causada pelo meningococo e ainda outros imunizantes que evitam a doença provocada por outros tipos de bactérias.   

    Por isso, a primeira vacina meningite que pode e deve ser aplicada no recém-nascido é a BCG. Já as vacinas meningocócicas costumam ser administradas a partir dos 3 meses de idade, de acordo com o calendário de vacinação nacional.   

    Idosos podem tomar a vacina meningocócica. Em geral, é administrada a vacina ACWY. Quem retira o baço pode tomar também a meningocócica B (acima de 50 anos, é necessário pedido médico). 

    Vacinas disponíveis contra patógenos que causam meningite 

    O esquema de vacinação inclui tanto imunizantes feitos especificamente contra as bactérias do grupo meningococo, como contra outras bactérias que também podem provocar a meningite. São elas:   

    BCG 

    A vacina BCG serve para prevenir a infecção provocada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, causadora da tuberculose. Ela atua na prevenção das formas graves de tuberculose, como a meningite tuberculosa e também a tuberculose disseminada.   

    A vacina BCG necessita de apenas uma dose e é indicada para crianças a partir do nascimento até antes de completar 5 anos de idade.    

    No entanto, ela é contraindicada nos seguintes casos:   

    • Indivíduos imunossuprimidos;  
    • Recém-nascidos de mães que usaram medicamentos durante a gestação que podem causar imunossupressão no bebê nos primeiros meses de vida;  
    • Bebês com menos de 2 kg.

    Vacina conjugada Haemophilus influenzae tipo b  

    A vacina conjugada protege contra doenças causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b (como meningite, pneumonia, sepse e artrite).  

    • No SUS, ela faz parte da vacina Pentavalente e é administrada aos 2, 4 e 6 meses de idade;  
    • No sistema privado, ela faz parte das vacinas Pentavalente e Hexavalente e é administrada aos 2, 4 e 6 meses de idade, com reforço aos 15 meses.

    Pneumocócica 10-valente (Conjugada) 

    A vacina Pneumocócica 10-valente (Conjugada) previne contra doenças como pneumonia, otite e meningite provocadas por 10 sorotipos da bactéria S. pneumoniae, também conhecida como pneumococo.  

    A vacina Pneumocócica 10-valente (Conjugada) é administrada no SUS e recomendada para:  

    • Crianças a partir de 2 meses e menores de 5 anos.

    Pneumocócica 13-valente (Conjugada)

    A vacina Pneumocócica 13-valente (Conjugada) previne o surgimento de 60% das doenças invasivas graves (incluindo aí pneumonia e meningite) provocadas por 13 sorotipos da bactéria S. pneumoniae, também conhecida como pneumococo.  

    A vacina Pneumocócica 13-valente (Conjugada) é indicada para o esquema vacinal de rotina de crianças a partir dos 2 meses de idade e menores de 6 anos.   

    Ela também é utilizada para crianças, adolescentes e adultos que tenham algum problema de saúde que aumenta o risco para a infecção (diabetes, doenças cardíacas e respiratórias graves e imunossuprimidos).  

    Pneumocócica 15-valente (Conjugada)   

     A vacina pneumocócica 15-valente (VPC15) protege contra 15 tipos diferentes da bactéria pneumococo. Ela representa uma evolução em relação à vacina anterior, a VPC13. 

    Essa bactéria pode causar doenças muito graves. As principais são a meningite, a pneumonia e a otite. A proteção ampliada da VPC15 ajuda a prevenir mais casos dessas infecções. 

    A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda esta vacina para bebês, crianças, adolescentes e adultos. Ela também é importante para pessoas com problemas de saúde que aumentam o risco de infecção. 
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    Pneumocócica 20-valente (Conjugada)  

    A vacina pneumocócica 20-valente (VPC20) é a opção com a maior proteção disponível hoje. Ela defende o corpo contra 20 sorotipos da bactéria pneumococo, causadora da meningite. 

    Por ser a mais completa, a SBIm recomenda preferencialmente o uso da VPC20. A indicação vale tanto para a rotina de vacinação de crianças quanto para adultos. Ela aumenta o escudo contra as doenças pneumocócicas invasivas. 

    A vacina está indicada para: 

    • Bebês a partir de 2 meses de idade; 
    • Crianças e adolescentes; 
    • Adultos, sem limite de idade; 
    • Pessoas com doenças crônicas ou imunossuprimidas.

    O esquema de doses pode mudar conforme a idade de início. Por isso, é fundamental conversar com um profissional de saúde. Ele irá orientar sobre o calendário vacinal mais adequado.  

    Pneumocócica 23-valente (Polissacarídica)

    A vacina Pneumocócica 23-valente (Polissacarídica) previne doenças graves (incluindo aí pneumonia e meningite) provocadas por 23 sorotipos da bactéria S. pneumoniae, também conhecida como pneumococo.  

    A vacina Pneumocócica 23-valente (Polissacarídica) tem um esquema vacinal específico e não é recomendada para crianças, adolescentes e adultos saudáveis. O público que pode se beneficiar dessa vacina inclui:   

    • Crianças acima de 2 anos, adolescentes e adultos que tenham algum problema de saúde que aumenta o risco para a infecção (diabetes, doenças cardíacas e respiratórias graves e imunossuprimidos);  
    • Pessoas a partir de 60 anos como esquema vacinal de rotina.

    E aqui vai um alerta importante: a vacina Pneumocócica 23-valente não é indicada para pessoas que receberam previamente a vacina Pneumocócica 20-valente. 

    Meningocócica C (Conjugada)  

    A vacina Meningocócica C (Conjugada) protege contra a doença meningocócica provocada pela bactéria Neisseria meningitidis (também conhecida como meningococo) do sorogrupo C. É oferecida exclusivamente na rede pública de saúde.   

    No SUS, a imunização com a vacina Meningocócica C (Conjugada) é feita aos 3 e 5 meses de idade, com uma dose de reforço com a vacina meningocócica ACWY aos 12 meses. 

    Meningocócica ACWY (Conjugada)

    A vacina Meningocócica ACWY (Conjugada) protege contra a doença meningocócica provocada pela bactéria Neisseria meningitidis (também conhecida como meningococo) dos sorogrupos A, C, W e Y.   

    A vacina Meningocócica ACWY (Conjugada) é geralmente administrada a partir dos 3 meses de idade, com uma segunda dose aos 5 meses. O reforço deve ser feito aos 12 meses de idade, 5 e 11 anos.   

    No SUS, a vacina está disponível no esquema de crianças, como reforço dado aos 12 meses de idade e também uma dose em adolescentes entre 11 e 12 anos como reforço do esquema vacinal da vacina Meningocócica C.   

    Meningocócica B  

    A vacina Meningocócica B protege contra a doença meningocócica provocada pela bactéria Neisseria meningitidis (meningococo) do sorogrupo B.   

    É uma vacina oferecida apenas pela rede privada de saúde. O esquema de vacinação pode variar de acordo com a idade de início da imunização:   

    • Primeira dose aos 3 meses: segunda dose aos 5 meses e um reforço entre 12 e 15 meses;  
    • Primeira dose entre 6 e 11 meses: três doses, as duas primeiras com intervalo de 2 meses e a última com 15 meses;  
    • Primeira dose com 12 meses: duas doses com intervalo de 2 meses e um reforço após um ano da última dose;  
    • Primeira dose com mais de dois anos (incluindo adultos e idosos): duas doses com intervalo de 1 mês.  

    Quem já tomou a vacina contra meningite precisa tomar novamente? 

    Sim, quem já se vacinou contra a meningite precisa receber doses de reforço. Isso porque a proteção conferida pelas vacinas diminui com o tempo. E são as doses adicionais que mantém a defesa contra a doença ao longo da vida.  

    Tanto o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, quanto a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) estabelecem um calendário com doses e reforços em momentos estratégicos. E as principais recomendações de reforço são as seguintes: 

    Vacina Meningocócica C 

    No PNI, o esquema para bebês inclui duas doses, aos 3 e 5 meses de idade. Um reforço é aplicado com a vacina meningocócica ACWY aos 12 meses, essencial para prolongar a imunidade na infância. 

    Vacina Meningocócica ACWY 

    O Ministério da Saúde oferece esta vacina como dose de reforço para crianças de 12 meses. Além disso, ela está disponível para adolescentes de 11 a 14 anos, para ampliar a proteção.  

    A SBIm recomenda um esquema mais completo, com reforços adicionais entre 5 e 6 anos e aos 11 anos. Para adolescentes que nunca foram vacinados, a SBIm indica duas doses com cinco anos de intervalo. 

    Vacina Meningocócica B 

    Esta vacina tem esquemas que variam bastante com a idade de início. Conforme a SBIm, se a vacinação começar aos 3 meses, a criança recebe a segunda dose aos 5 meses e um reforço entre 12 e 15 meses.  

    Para crianças maiores e adolescentes, a necessidade de reforço ainda não foi totalmente estabelecida, exceto para grupos de alto risco, que devem ser revacinados periodicamente. 

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    Quais reações da vacina meningite? 

    De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), os eventos adversos, quando ocorrem, manifestam-se nas primeiras horas após a aplicação da vacina e melhoram em até 72 horas. Se os sintomas persistirem, é recomendado buscar auxílio médico para investigar outras causas.   

    É importante dizer que as vacinas são seguras e que os eventos adversos são comuns em qualquer tipo de vacina, já que o imunizante irá estimular uma resposta do sistema imunológico do corpo.  

    Os eventos adversos mais comuns após a vacina da meningite são:   

    • Vermelhidão;  
    • Inchaço;  
    • Dor ou sensibilidade no local da aplicação;  
    • Dor de cabeça (mais frequente em adultos);  
    • Vômito;  
    • Falta de apetite;  
    • Sonolência;  
    • Agitação.

    Em alguns casos, menos comuns, é possível observar febre alta, dores musculares, tontura, urticária e manchas na pele.  

    Vacinas da meningite na rede pública e particular  

     A rede pública de saúde (SUS) oferece as seguintes vacinas da meningite:  

    • Vacina meningocócica conjugada C, rotineiramente administrada a crianças aos 3 e 5 meses, com reforço com a vacina meningocócica ACWY aos 12 meses de idade;  
    • Vacina meningocócica (conjugada) ACWY, administrada em crianças aos 12 meses de idade e em adolescentes de 11 e 12 anos;  
    • Vacina Pentavalente (que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e a bactéria Haemophilus influenzae tipo b);  
    • Vacina pneumocócica conjugada 10-valente;  
    • Vacina BCG.

    Já a rede privada de saúde oferece vacinas que complementam o calendário básico oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como:

    A vacina meningocócica B, que não está disponível no SUS para a população geral.
    A vacina meningocócica ACWY, que possui um esquema mais completo na rede particular.

    E, para facilitar a adesão, muitos laboratórios oferecem “combos” que reúnem em uma única visita os imunizantes recomendados para cada fase da vida, como: 

    • Vacinas meningocócicas B e ACWY; 
    • As vacinas pneumocócicas mais recentes (VPC15 ou VPC20); 
    • Vacina Hexavalente ou Pentavalente.

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