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Apendicite: sintomas, causas e tratamento

Inflamação do apêndice, órgão localizado no intestino, requer tratamento cirúrgico

Por Tiemi OsatoPublicado em 24/11/2022, às 13:09 - Atualizado em 25/05/2023, às 14:31
Imagem: Shutterstock

Quem nunca sentiu uma dor e ignorou, achando que passaria? Pois saiba que existem vários tipos de dor e algumas sinalizam uma condição de saúde que precisa de assistência médica.

Uma delas é a dor que acomete o lado direito inferior do abdome. Essa deve chamar a sua atenção, já que pode ser um indício de apendicite.

O que é apendicite?

A apendicite é a inflamação do apêndice, um pequeno órgão localizado no intestino grosso. Não se sabe exatamente para que ele serve.

Alguns pesquisadores acreditam que o apêndice pode ter sido útil no passado e hoje já não apresenta nenhuma função clara. Outros defendem que ele atua no sistema de defesa intestinal durante a infância. Há ainda aqueles que acreditam que o órgão seja um depósito de bactérias da microbiota intestinal que auxiliam na digestão.

Fato é que a inflamação do apêndice pode ocorrer em qualquer pessoa. “Mas, geralmente, acomete adolescentes e adultos jovens de ambos os sexos, sobretudo na faixa etária entre 12 e 30 anos”, afirma Raphael Lopes, cirurgião geral e cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Santa Paula.

E esse é um quadro potencialmente perigoso. “A inflamação pode evoluir com perfuração do apêndice e causar uma infecção abdominal, que pode levar, inclusive, à morte”, explica Arnaldo Nacarato, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Brasília.

O que acontece é o seguinte: junto da inflamação, há também inchaço do apêndice. Devido à pressão, o órgão pode sofrer uma ruptura entre 48 e 72 horas após o surgimento dos sintomas.

Se o apêndice romper ou tiver suas paredes perfuradas, fezes e pus podem vazar para o estômago. Isso favorece o desenvolvimento da peritonite, infecção da membrana que reveste a cavidade abdominal. A infecção pode, então, se tornar generalizada, configurando uma sepse – que é bastante grave.

Sintomas da apendicite

A dor de apendicite, que é o principal sintoma da condição, ocorre no lado direito inferior do abdome. Essa região é tecnicamente chamada de fossa ilíaca direita.

Além da dor, o paciente pode ter febre, perda do apetite, náusea, vômitos e rigidez no abdome.

Caso a inflamação do apêndice esteja mais avançada, é possível que haja também uma parada na eliminação de gases e fezes.

Causas da apendicite

A apendicite é resultado da obstrução do apêndice – ou seja, a parte interna do órgão fica bloqueada.

A obstrução pode ter diversos motivos, entre os quais podemos citar: pedaços de fezes ressecadas, pequenas sementes de frutas, penetração de parasitas e, mais raramente, tumores no apêndice.

Tratamento para apendicite

Imagem: Shutterstock

A apendicite é diagnosticada com base na história clínica do paciente, no exame físico realizado pelo médico (que palpa a região do apêndice com o objetivo de verificar dor ou rigidez da parede abdominal) e em exames auxiliares (exames de sangue, ultrassom e tomografia).

“Atualmente, o exame padrão-ouro para o diagnóstico de apendicite é a tomografia computadorizada de abdome e pelve com contraste endovenoso”, diz Lopes.

Uma vez identificada, a condição é tratada cirurgicamente. Como há o risco de o apêndice romper, o cirurgião faz a sua retirada completa. “O apêndice é um órgão com função secundária, sendo perfeitamente  possível viver sem ele”, afirma Catapani.

A cirurgia, chamada de apendicectomia, pode ser realizada por uma incisão na região abdominal ou por videolaparoscopia (procedimento no qual os instrumentos cirúrgicos são inseridos no organismo por pequenos orifícios e, portanto, não há incisão).

A apendicectomia é considerada simples e tem altas taxas de sucesso. A videolaparoscopia, minimamente invasiva, costuma ser a preferência dos médicos. Nesse procedimento, o paciente recebe alta hospitalar entre 24 e 48 horas depois da cirurgia, sendo liberado para retomar sua rotina normal em até 15 dias.

“Em casos mais complexos, a apendicite pode ser tratada com antibioticoterapia e drenagem em um primeiro momento, para depois ser operada”, lembra Nacarato.

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