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    Cálculo Renal: qual a causa e como tratar?

    O cálculo renal – popularmente conhecido como pedras nos rins – é responsável por causar desconfortos intensos e é considerado uma das doenças mais frequentes do sistema urinário. Para se ter uma ideia, segundo um estudo global publicado na The […]

    Por Raquel RibeiroPublicado em 22/05/2025, às 10:07 - Atualizado em 22/05/2025, às 10:07

    calculo renal

    O cálculo renal – popularmente conhecido como pedras nos rins – é responsável por causar desconfortos intensos e é considerado uma das doenças mais frequentes do sistema urinário. Para se ter uma ideia, segundo um estudo global publicado na The Lancet em 2024, foram registrados 106 milhões de casos de cálculos renais somente em 2021, com uma taxa de incidência de 1.394 por 100.000 habitantes. Esse cenário também se reflete no Brasil, onde a estimativa alcançou cerca de 1.280 casos por 100.000 habitantes no mesmo período.

    O que é cálculo renal?

    Trata-se de uma doença caracterizada pelo acúmulo de determinadas substâncias que estão normalmente presentes na urina. Quando essas substâncias se concentram em excesso, podem formar pequenos cristais dentro dos rins ou das vias urinárias. Esses cristais, inicialmente semelhantes a grãos de areia, tendem a se agrupar ao longo do tempo, originando pedras sólidas conhecidas como cálculos renais.

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    Sintomas de cálculo renal: como identificar os primeiros sinais

    Os sintomas dos cálculos renais podem variar bastante, dependendo do tamanho, localização e do grau de obstrução que causam. Cálculos maiores que permanecem fixos no rim geralmente são assintomáticos, a não ser que provoquem obstrução urinária ou infecção.  

    Nos casos assintomáticos, o paciente pode não perceber a presença da pedra até realizar exames de imagem por outros motivos. Para alguns pacientes, o primeiro sinal pode ser a presença de sangue na urina (hematúria) ou até a eliminação espontânea de um cálculo na urina. Outros podem apresentar sintomas de infecção do trato urinário, como febre, dor ao urinar (disúria), urina turva ou com odor desagradável.  

    Já quando o cálculo se desloca e entra no ureter (tubo que liga o rim à bexiga), pode ocorrer uma obstrução aguda, desencadeando a cólica renal — uma dor extremamente intensa e intermitente, que costuma começar na região lombar ou no flanco e pode irradiar para o abdómen, virilha ou região genital, dependendo da posição da pedra. 

    Essa dor é frequentemente descrita como excruciante e cíclica, durando entre 20 e 60 minutos por episódio, e vem muitas vezes acompanhada de náuseas, vômitos, sudorese intensa e incapacidade de permanecer parado, de tão desconfortável que é. Em alguns casos, pode haver hematúria visível ou sintomas urinários, como ardor, urgência e aumento da frequência urinária, especialmente quando o cálculo está mais próximo da bexiga.

    Quais são as causas do cálculo renal?

    A desidratação é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de cálculos renais. Quando a ingestão de líquidos é insuficiente, a urina torna-se mais concentrada, favorecendo a formação de cristais que podem evoluir para pedras nos rins. Além disso, dietas ricas em sal e proteínas também contribuem para esse risco, pois aumentam a excreção de substâncias que facilitam a formação dos cálculos. 

    Outro fator importante para o desenvolvimento de cálculos renais são as infecções urinárias recorrentes, que, quando não tratadas de forma adequada, podem levar à formação de cálculos de estruvita, causados por bactérias no trato urinário. 

    Por fim, fatores como histórico familiar da doença, obesidade, sedentarismo e diabetes também estão associados a um maior risco de desenvolver cálculos renais, sendo importantes pontos de atenção na prevenção. 

    Diagnóstico e exames para cálculo renal

    O diagnóstico começa com uma avaliação clínica, que inclui a anamnese e o exame físico feitos pelo médico. 

    Para a confirmação de cálculos renais em adultos, o exame mais eficaz é a tomografia computadorizada de abdome e pelve sem contraste. Em gestantes no primeiro trimestre, a ecografia (ultrassom) é a principal escolha por ser segura e livre de radiação. A radiografia de abdome, que avalia rins, ureteres e bexiga, embora menos sensível, pode detectar alguns tipos de cálculos, especialmente os de cálcio, e é útil no acompanhamento do tratamento para verificar a eliminação destas pedras.  

    Exames de sangue e urina também são importantes, pois ajudam tanto no diagnóstico quanto na prevenção de novos episódios.

    Tratamentos para cálculo renal: controle da condição 

    A maioria dos cálculos renais é eliminada espontaneamente, mas uma pequena porcentagem dos casos requer tratamento com medicamentos ou intervenção cirúrgica. 

    Como a cólica renal pode causar dor intensa, o atendimento de urgência é indicado, geralmente em um pronto-socorro. Fora das emergências, o tratamento é determinado com base no tamanho, localização e número de cálculos, além das condições clínicas do paciente. 

    Em muitos casos, é possível realizar apenas acompanhamento clínico com reavaliações periódicas. No entanto, quando a cirurgia é necessária, os urologistas geralmente recorrem a procedimentos minimamente invasivos, que oferecem altas taxas de sucesso e baixo risco de complicações. 

    É importante lembrar que cálculos assintomáticos podem crescer ao longo do tempo, causar infecções, obstruções ou mesmo comprometer a função dos rins. Por isso, a avaliação médica especializada é essencial para garantir o tratamento mais adequado e seguro. 

    Procedimento médico para cálculo renal: quando é necessário?

    Em geral, a intervenção médica para cálculo renal é indicada quando as pedras são grandes, bloqueiam o trato urinário ou provocam dor intensa. Já os cálculos menores muitas vezes podem ser eliminados naturalmente, com o auxílio de uma boa ingestão de líquidos e uso de analgésicos. 

    No entanto, em casos de dor muito forte, vômitos ou sinais de desidratação, pode ser necessário procurar atendimento de urgência para receber hidratação intravenosa e/ou medicação para controle da dor. 

    Atualmente, há várias opções de procedimentos minimamente invasivos para fragmentar ou remover cálculos renais, sendo os principais a litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO), a ureterolitotripsia transureteroscópica (UL), a nefrolitotripsia percutânea (PCN) e a ureterolitotomia laparoscópica (ULL). As cirurgias convencionais ainda podem ser utilizadas, mas apenas em casos específicos, quando as alternativas menos invasivas não são viáveis.  

    Após o procedimento, é comum a colocação de um stent ureteral para auxiliar na drenagem urinária e promover a recuperação. Além disso, o médico pode solicitar um exame de urina de 24 horas para analisar os minerais presentes e orientar estratégias de prevenção de novos cálculos.

    Cirurgia de cálculo renal: em quais casos é indicada?

    A cirurgia para remoção de cálculos renais costuma ser indicada quando as pedras são grandes — especialmente entre 5 e 10 mm ou mais — e não são eliminadas espontaneamente, mesmo com tratamento medicamentoso. A decisão também leva em conta a localização do cálculo, a presença de sintomas intensos e persistentes e o risco de obstrução das vias urinárias. 

    Além disso, a intervenção cirúrgica pode ser necessária em casos de infecção urinária associada ao cálculo, diminuição da função renal, ou quando há risco de complicações mais graves. Nesses cenários, a remoção das pedras é fundamental para evitar infecções recorrentes, danos ao sistema urinário ou até perda parcial da função dos rins. 

    De forma geral, cálculos com menos de 5 mm tendem a ser eliminados naturalmente, sem necessidade de cirurgia. No entanto, independentemente do tamanho, o procedimento pode ser indicado se houver sinais de agravamento, como infecção com obstrução, crescimento do cálculo ou sintomas persistentes que impactem a qualidade de vida do paciente. 

    Especialistas em cálculo renal: qual médico procurar? 

    Na situação aguda, o ideal é procurar um urologista para determinar a melhor abordagem e evitar complicações futuras. Por outro lado, a consulta eletiva para investigação da condição metabólica que causou o surgimento do cálculo o nefrologista também pode ser consultado para avaliação adequada.

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    Fonte: Dra. Luísa Leite Lacerda Ferreira

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