nav-logo
Compartilhe

    Feocromocitoma: o que é e como tratar

    Condição rara é benigna, mas pode levar a complicações como hipertensão arterial de difícil controle

    Fonte: Dra. Laura GirãoEndocrinologistaPublicado em 21/07/2025, às 11:36 - Atualizado em 21/07/2025, às 11:36

    Feocromocitoma

    Condição rara é benigna, mas pode levar a complicações como hipertensão arterial de difícil controle

    Agendar Exames

     

    Sabe aquele frio na barriga que você sente numa montanha russa? As catecolaminas estão por trás dele. Fabricadas pelas células cromafins (encontradas principalmente na medula das glândulas suprarrenais), elas ajudam na regulação da pressão arterial e na resposta do corpo ao estresse. A adrenalina e noradrenalina fazem parte desse grupo de hormônios.

    Mas um tumor raro, o feocromocitoma, pode desequilibrar essa dinâmica fazendo com que as células cromafins produzam excesso desses hormônios. Apesar de ser benigna na maioria das vezes, a condição pode levar ao aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, além de outras inúmeras alterações no sistema cardiovascular. Estima-se que feocromocitomas não operados levem a uma mortalidade de aproximadamente 44% por complicações da doença. Por isso, o diagnóstico e o tratamento são imprescindíveis. Saiba mais!

    Feocromocitoma: o que é?

    Feocromocitoma é um tumor que nasce nas glândulas supra renais, especialmente nas células cromafins, que, por sua vez, fabricam as catecolaminas.

    O nome vem do grego e significa tumor de células de cor escura. Isso porque, ao serem coradas com certas substâncias (como o dicromato de potássio, usado em laboratório para identificar tumores), as células do tumor adquirem uma coloração escura.

    Quando um feocromocitoma se estabelece, células cromafins crescem de forma anormal e liberam catecolaminas em excesso, causando elevações repentinas da pressão arterial e outros sintomas.  

    Feocromocitoma benigno e maligno: quais as diferenças?

    A maioria dos feocromocitomas é benigna, ou seja, o tumor cresce localmente sem invadir outras regiões do corpo. Mas há casos raros em que ele é um tumor maligno e se espalha para outros órgãos, como ossos, fígado e pulmões.  

    O que causa o feocromocitoma?

    As causas não são totalmente conhecidas. Na maioria das vezes, ele surge sem histórico familiar da doença, mas em torno de 30% a 40% dos casos estão relacionados a mutações em genes como RET, VHL, NF1 e os genes da família SDHx, que interferem no controle do crescimento celular.  

    Sintomas do feocromocitoma

    Os sintomas podem ser discretos e podem evoluir à medida que o tumor cresce. A lista inclui:  

    • Pele fria e úmida;  
    • Náusea e vômito;  
    • Distúrbios da visão;  
    • Dores no peito e no abdômen;  
    • Tontura ao se levantar;  
    • Respiração rápida;  
    • Constipação intestinal.  

    Como esses sintomas podem simular crises ansiosas ou episódios agudos de dor de cabeça e hipertensão, o diagnóstico costuma ser um desafio.  

    Agendar Exames

     

    O que é a “tríade do feocromocitoma”?

    A “tríade do feocromocitoma” é um conjunto de sintomas que, quando aparecem juntos em episódios repentinos, indicam necessidade de investigação para feocromocitoma. São eles: dor de cabeça forte, sudorese excessiva e palpitações. Apesar de muito sugestiva de feocromocitomas, a tríade não é tão comum. 

    Qual médico procurar?

    Se você tem sintomas persistentes ou crises frequentes de hipertensão com dores de cabeça, suor e palpitações, deve procurar um endocrinologista. Este especialista é o mais indicado para avaliar e investigar tumores hormonais como o feocromocitoma. Outro especialista que pode pensar nesse diagnóstico é o cardiologista ou psiquiatra, em virtude do paciente poder apresentar hipertensão de difícil controle ou quadro psiquiátrico semelhante ao transtorno de ansiedade.

    Diagnóstico

    O diagnóstico do feocromocitoma envolve exames laboratoriais que avaliam a produção de catecolaminas. Isso inclui:

    Dosagem de catecolaminas no sangue: mede os níveis de adrenalina e noradrenalina circulando no organismo. Níveis elevados indicam produção anormal desses hormônios.  

    Dosagem de metanefrinas no sangue ou urina: as metanefrinas são produtos de degradação das catecolaminas. Medí-los ajuda a detectar feocromocitomas, mesmo quando os hormônios não estão elevados no momento do exame.  

    Exame de urina de 24 horas para catecolaminas e metanefrinas: coleta-se a urina ao longo de um dia inteiro para analisar a quantidade total desses hormônios e seus metabólitos eliminados, ajudando a confirmar a produção excessiva.  

    Tomografia Computadorizada (TC): exame de imagem detalhado das glândulas suprarrenais para identificar tumores.   

    Ressonância Magnética (RM): usa campos magnéticos para produzir imagens detalhadas, sem exposição à radiação. Ajuda a diferenciar o tumor de outras lesões e avaliar tumores em locais fora das glândulas suprarrenais.

    Painel Molecular Feocromocitoma-Paraganglioma

    Apesar de não ser um exame clássico no diagnóstico inicial, o painel molecular é uma ferramenta valiosa para identificar causas genéticas e orientar familiares sobre a condição de forma direcionada e personalizada. Ele identifica mutações associadas ao feocromocitoma e é especialmente indicado em casos familiares, tumores múltiplos, bilaterais ou malignos, ajudando a definir o melhor acompanhamento.  

    Agendar Exames

     

    Formas de tratamento para o Feocromocitoma

    O tratamento principal do feocromocitoma é a cirurgia para remoção do tumor, geralmente após controle rigoroso da pressão arterial com medicamentos específicos para evitar crises durante a operação. Em casos malignos ou metastáticos, outras terapias como quimioterapia ou radioterapia podem ser indicadas.

     

    Encontrou a informação que procurava?
    nav-banner

    Veja também

    Escolha o melhor dia e lugarAgendar exames