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Plaquetas altas podem causar problemas de coagulação

Pacientes com essa condição costumam ser acompanhados pelo médico hematologista

Fonte: Dra. Emilia Carolina MalafaiaHematologista da clínica AMO e assessora médica da DasaPublicado em 17/07/2025, às 14:09 - Atualizado em 17/07/2025, às 14:09

plaquetas altas

Pacientes com essa condição costumam ser acompanhados pelo médico hematologista 

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Casos de plaquetas altas podem resultar de diversos fatores – a exemplo de anemia, infecções, inflamações, tratamentos medicamentosos ou cirúrgicos e neoplasias da medula óssea. A detecção desse problema é feita de maneira simples, a partir de uma amostra de sangue coletada de uma veia do braço.

O que são e qual a função das plaquetas 

As plaquetas são fragmentos de células produzidas na medula óssea (“fábrica do sangue”) e enviadas para a corrente sanguínea. Elas também são chamadas de trombócitos e sua principal tarefa é atuar na coagulação: quando os vasos sanguíneos sofrem alguma ruptura, as plaquetas são acionadas. Elas se agrupam em torno do local danificado e formam o tampão plaquetário, com o objetivo de impedir que o corpo perca muito sangue. 

Plaquetas altas: possíveis causas 

Quadros de plaquetas altas recebem o nome de trombocitose, sendo classificados em trombocitose primária (que é mais rara) ou secundária (que é mais comum). 

A trombocitose primária é aquela que ocorre devido à neoplasia mieloproliferativa crônica (ou seja, um problema da própria medula óssea, que passa a produzir células em excesso). 

Já a trombocitose secundária é causada por alguma outra doença ou condição, como: 

  • Anemia ferropriva (por deficiência de ferro); 
  • Infecções agudas (como pneumonia viral ou bacteriana); 
  • Infecções crônicas (como tuberculose); 
  • Inflamações crônicas (como doença inflamatória intestinal); 
  • Politraumas; 
  • Esplenectomia (cirurgia para remover o baço); 
  • Uso de alguns medicamentos utilizados para tratar condições inflamatórias ou sanguíneas (como corticoides); 
  • Câncer (como linfoma e câncer metastático). 

Normalmente, essas condições causam trombocitose temporária e, após a resolução desses quadros, as plaquetas retornam aos níveis normais. 

Riscos 

As plaquetas são fundamentais para o bom funcionamento do organismo. No entanto, elas devem estar nos níveis corretos: é importante que não estejam baixas nem elevadas. Se as plaquetas estiverem em excesso, pode haver maior formação de coágulos, o que tende a prejudicar a circulação do sangue. 

Tais coágulos podem causar, principalmente, trombose venosa ou trombose arterial, que provocam danos a depender do local acometido. Alguns exemplos são embolia pulmonar (ou seja, obstrução de alguma artéria do pulmão) e AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico, quando o coágulo impede o fluxo de sangue adequado para o cérebro. 

Por outro lado, paradoxalmente também pode haver hemorragias – embora isso esteja associado a um nível bastante elevado de plaquetas, sendo mais raro. Se muitas plaquetas forem utilizadas nos coágulos, não sobram plaquetas suficientes para atuar em caso de dano aos vasos sanguíneos. Assim, os pacientes ficam mais vulneráveis a sangramentos nasais, hematomas e sangue nas fezes, por exemplo. 

Plaquetas altas: sintomas 

As pessoas com plaquetas altas não apresentam sintomas, sendo mais comum identificar essa alteração ao acaso em exames de sangue realizados por rotina ou por outros motivos. 

No entanto, é preciso estar atento aos sintomas decorrentes das tromboses. Nesses casos, pode haver algumas manifestações, como: 

  • Tontura; 
  • Dificuldade para respirar; 
  • Dor e inchaço nas pernas; 
  • Sangramentos inesperados. 

Qual médico procurar? 

O profissional mais indicado para avaliar e acompanhar pacientes com alterações nas plaquetas é o hematologista, pois este é o médico especializado em distúrbios que afetam componentes do sangue, medula óssea, linfonodos e baço. 

Qual exame pode indicar plaquetas altas? 

Primeiro, o médico obtém a história clínica e familiar do paciente e conduz um exame físico. Em seguida, solicita exames de sangue para chegar ao diagnóstico. O principal deles é o hemograma, que fornece a quantidade das três séries que compõem o sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). Geralmente, contagens de plaquetas acima de 450.000 µl são consideradas anormais. 

Outros exames podem ajudar na investigação das causas. Se houver suspeita de anemia ferropriva, por exemplo, podem ser feitas dosagens de ferro, ferritina e transferrina. Se o paciente apresentar febre, os exames terão o objetivo de descobrir o foco infeccioso. 

Em caso de sangramentos inesperados ou se o indivíduo estiver utilizando algum medicamento capaz de alterar a coagulação, é possível que o médico solicite um coagulograma (exames que mostram quanto tempo demora para o sangue coagular). 

Os exames indicados, bem como a abordagem terapêutica recomendada após o diagnóstico, variam conforme as características de cada caso. Por isso, é importante consultar um hematologista.

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Tratamentos 

O tratamento mais adequado depende da causa da trombocitose. Se for primária, podem ser necessários medicamentos para diminuir a quantidade ou a função das plaquetas e, dessa forma, evitar a formação de coágulos sanguíneos. 

Se a trombocitose for secundária, podem ser administrados diversos medicamentos para tratar a causa primária: suplementação de ferro para anemia ferropriva, corticoides e anti-inflamatórios para inflamações, antibióticos para infecções e quimioterápicos para câncer, por exemplo. 

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