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    Câncer de endométrio: entenda as causas, sintomas e tratamento

    Idade e obesidade são fatores de risco para doença

    Fonte: Dra. Mariana ScarantiMédica oncologista especialista em tumores ginecológicosPublicado em 19/07/2023, às 09:59 - Atualizado em 12/04/2024, às 12:02

    Câncer de endométrio

    Nos países desenvolvidos, o câncer de endométrio é o câncer ginecológico mais comum e sua incidência crescente tem relação com aumento de obesidade no mundo. Os tumores de endométrio são mais comuns em mulheres idosas. A idade é um fator de risco para esse câncer por si só, mas a obesidade desempenha um papel muito importante no desenvolvimento deste tumor.  

    O endométrio é um tecido que reveste internamente o útero. Nas mulheres em idade fértil, esse tecido descama mensalmente na forma de menstruação. Na gestação, é nele que o embrião se implanta. 

    Quais são os fatores de risco para câncer de endométrio?

    Mulheres obesas na pós-menopausa têm níveis mais altos de estrogênio circulante, uma vez que o tecido gorduroso é um importante sítio de produção desse hormônio. Desta forma, a prática de exercícios físicos com manutenção de um bom peso corporal é um caminho para prevenir o câncer de endométrio. 

    A reposição hormonal pós-menopausa com estrogênio isolado (ou seja, sem progesterona) em mulheres com útero também é fator de risco já que esse hormônio estimula a proliferação do tecido endometrial sem uma ação de oposição da progesterona. Assim, em mulheres com útero na pós-menopausa candidatas a reposição hormonal, deve-se usar um método combinado de estrogênio e progesterona para que o endométrio não seja estimulado sem controle. 

    Além disso, síndromes genéticas também estão associadas ao desenvolvimento desse tipo de câncer. A Síndrome de Lynch é um exemplo. Nessa síndrome, há mutações em proteínas envolvidas no reparo de DNA (nosso código genético) e, assim, há uma maior predisposição para alguns tipos de câncer, incluindo tumores de endométrio e intestino. Para mulheres portadoras da Síndrome de Lynch, pode-se discutir cirurgias redutoras de risco (retirada do útero) após constituírem sua prole, por exemplo. 

    No entanto, para a população geral, não existe exame efetivo para rastreamento dessa neoplasia.  

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    Quais são os sintomas de câncer no endométrio?

    O principal sintoma das mulheres com esse câncer é o sangramento vaginal na pós-menopausa. Portanto, se você apresenta um sangramento vaginal após entrar na menopausa, é importante procurar um médico ginecologista para avaliação com exames complementares. 

    Como é feito o diagnóstico do câncer de endométrio?

    O diagnóstico do câncer de endométrio é feito através de uma amostragem/biópsia de tecido endometrial via vaginal com um exame chamado histeroscopia. Com esse exame, o médico ginecologista consegue adentrar a cavidade uterina e colher material de forma minimamente invasiva. 

    Nesse sentido, se a biópsia do tecido endometrial confirmar o câncer de endométrio, a paciente é submetida a exames de imagem. Alguns exemplos são: ressonância magnética e tomografias. Com isso, conseguimos saber se a doença está restrita ao útero ou se ela avançou para outros locais, como para os linfonodos ou gânglios linfáticos, cavidade abdominal e pulmões, por exemplo. 

    Qual é o tratamento para câncer no endométrio?

    Para pacientes com a doença localizada, o tratamento envolve cirurgia e potencialmente outras estratégias no pós-operatório. É o que chamamos de terapia adjuvante, ou seja, um tratamento complementar que é feito após a cirurgia com radioterapia e/ou quimioterapia para prevenir que a doença volte. 

    Vale ressaltar que usamos vários critérios para selecionar qual o tipo de tratamento a paciente deve ou não receber após a cirurgia, dentre eles: invasão de vasos sanguíneos/linfáticos do miométrio, profundidade de invasão do miométrio, além do grau do tumor. 

    Na doença com acometimento de órgãos a distância, que chamamos de doença metastática, o tratamento envolve quimioterapia primariamente, porém a cirurgia e radioterapia também podem ser discutidas, principalmente para um bom controle da doença na pelve da paciente. 

    Recentemente, estudos com uso de imunoterapia mostraram resultados animadores no tratamento da doença quando metastática após falha com quimioterapia. Felizmente, no Brasil já temos aprovação para uso de imunoterapia para câncer de endométrio. 

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