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    Cervicite: infecções sexualmente transmissíveis estão entre as causas da inflamação

    A condição pode provocar dor durante a relação sexual e sangramentos inesperados

    Fonte: Dra. Andrea Salesmédica ginecologistaPublicado em 25/06/2025, às 14:52 - Atualizado em 10/07/2025, às 17:23

    cervicite

    A cervicite é uma espécie de alerta do corpo. Ela é uma inflamação no colo do útero e sinaliza que algo naquela região precisa de atenção. As causas variam muito, podendo ir de uma simples irritação por um produto específico até infecções que exigem tratamento médico.

    Cervicite: o que é? 

    A cervicite é a inflamação ou irritação no colo do útero, a parte inferior e mais estreita do útero que se abre para a vagina. A inflamação pode ser aguda, surgindo de repente com sintomas mais intensos, ou crônica.  

    Essa condição pode ser causada por diversos fatores. As infecções são as responsáveis mais comuns, mas não as únicas. 

    O que é a cervicite crônica? 

    A cervicite crônica é uma inflamação do colo do útero que persiste por um longo período. Ao contrário da forma aguda, que é súbita, a crônica se instala e pode durar meses ou até mais tempo. Muitas vezes, seus sintomas são mais leves ou até mesmo inexistentes, o que pode dificultar o diagnóstico. 

    A cervicite crônica inespecífica é uma das lesões benignas mais comuns no colo do útero. Ela é chamada de inespecífica porque não está ligada a um agente infeccioso específico. E pode ser resultado de irritações contínuas ou de lesões que não cicatrizaram completamente. 

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    Principais causas para a cervicite 

    As causas mais frequentes da cervicite são as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), especialmente clamídia e gonorreia 

    Além das ISTs, existem outras causas para a inflamação: 

    • Reações alérgicas: a sensibilidade a produtos químicos presentes em espermicidas, duchas vaginais ou no látex de preservativos pode causar irritação e cervicite. 
    • Mycoplasma genitalium, uma bactéria sexualmente transmissível que causa cervicite aguda. 
    • Lesões ou irritações: o uso de dispositivos intrauterinos (DIUs), diafragmas ou mesmo o parto podem, em alguns casos, causar traumas ou irritações que resultam em cervicite.  

    Prevenção 

    Como a principal causa de cervicite são as ISTs, a prevenção necessariamente passa pelo sexo seguro. O uso de preservativos reduz significativamente o risco de contrair ISTs que levam à inflamação.  

    Além disso, se você tem sensibilidade, evite produtos de higiene íntima com perfumes ou agentes químicos agressivos. Duchas vaginais também não são recomendadas, pois alteram o equilíbrio natural da flora vaginal. 

    São sempre recomendadas as consultas regulares ao ginecologista. Exames solicitados pelo médico podem revelar alterações no colo do útero. E isso antes mesmo que os sintomas apareçam.  

    Sintomas da cervicite 

    Os sintomas comuns de cervicite são um corrimento vaginal anormal, que pode ser acinzentado ou amarelado e com odor, e sangramento vaginal incomum, que pode acontecer após a relação sexual, entre os períodos menstruais ou até mesmo após a menopausa. 

    Além dos sinais mais frequentes, outros sintomas podem indicar a presença de cervicite: 

    • Dor durante a relação sexual, uma condição conhecida como Dispareunia. 
    • Sensação de pressão ou peso na pélvis. 
    • Dor ao urinar. 
    • Coceira ou irritação na região genital. 
    • Dor na região lombar. 

    Importante: muitas vezes, a cervicite não apresenta nenhum sintoma, sendo descoberta apenas durante um exame ginecológico de rotina.  

    Riscos 

    Quando a cervicite, especialmente a causada por clamídia ou gonorreia, não é tratada, a infecção pode se espalhar. A bactéria pode ascender do colo do útero para o útero, as trompas de falópio e os ovários. E essa disseminação causa a Doença Inflamatória Pélvica (DIP). 

    A DIP é uma condição grave que pode levar a danos permanentes no sistema reprodutor feminino. A consequência mais séria da DIP é a formação de tecido cicatricial nas trompas, o que pode levar à infertilidade, à gravidez ectópica (quando o óvulo fertilizado se implanta fora do útero) e à dor pélvica crônica. 

    Quando procurar por um médico? 

    O médico ginecologista deve ser procurado na presença de sintomas persistentes que indiquem cervicite. Sinais como corrimento vaginal incomum, sangramento fora do período menstrual ou dor durante as relações sexuais não devem ser ignorados.  

    Mas, como a cervicite pode ser assintomática, mesmo quando tudo parece correr bem, é preciso passar anualmente pelo ginecologista. Os exames regulares são a melhor forma de garantir um diagnóstico precoce e prevenir complicações.  

    Exames que auxiliam no diagnóstico da cervicite 

    O diagnóstico da cervicite começa com uma consulta e um exame pélvico. Durante o exame, o médico utiliza um espéculo para visualizar o colo do útero e verificar a presença de vermelhidão, inchaço ou secreções anormais.  

    O passo seguinte, e mais comum, é a coleta de amostras de células e secreções do colo do útero e do canal vaginal. Nas culturas e testes para ISTs, as amostras são usadas para identificar a presença de bactérias, como as causadoras de clamídia e gonorreia, ou vírus. 

    O médico ainda pode solicitar uma colposcopia. Neste exame, um instrumento com lentes de aumento (colposcópio) é usado para examinar o colo do útero. Se necessário, uma pequena amostra de tecido (biópsia) pode ser retirada para análise. 

    Formas de tratamento 

    Se a inflamação for causada por uma infecção bacteriana, como clamídia ou gonorreia, o tratamento é feito com o uso de antibióticos. É preciso completar todo o ciclo do medicamento, mesmo que os sintomas desapareçam antes. Frequentemente, a parceria sexual também precisa ser tratada para evitar a reinfecção. 

    Quando a cervicite é causada por alergia ou irritação, a medida seria identificar e evitar o agente causador, como um espermicida ou um produto de higiene específico. 

    Há ainda casos de cervicite crônica que podem ser tratados com procedimentos como crioterapia (congelamento) ou eletrocauterização, que destroem o tecido anormal.

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    Fonte: Dra. Andrea Sales – Ginecologista

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