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    Tudo o que você precisa saber sobre a covid longa

    Saiba mais sobre os sintomas que persistem por meses após a doença

    Por Samantha CerquetaniPublicado em 25/04/2022, às 19:39 - Atualizado em 25/05/2023, às 22:20
    Foto: Shutterstock

    Cansaço, fraqueza, confusão mental, dificuldade para respirar…é provável que você conheça alguém que siga com esses sintomas meses após ter contraído o novo coronavírus. Pode ser que você esteja lutando com esses sintomas agora.

    Hoje a ciência já sabe que o Sars-CoV-2 (vírus que causa a covid-19) também provoca uma doença sistêmica, que pode afetar várias áreas do nosso corpo ao mesmo tempo. A condição ficou conhecida como covid longa (ou prolongada) e acontece quando surgem problemas de saúde persistentes, com efeitos de longo prazo.

    É comum que o mal-estar dure semanas ou meses. Mas vale destacar que ainda há poucas pesquisas científicas sobre o assunto. Geralmente, a pessoa leva até 8 meses para se recuperar. E há múltiplas sequelas, como problemas cardíacos, fadiga e alterações neurológicas.

    As dúvidas sobre o tema ainda são muitas e, por isso, nós respondemos às mais comuns.

    O que provoca a covid longa?

    Ainda não sabemos ao certo. Uma das hipóteses é que a infecção sobrecarregue o sistema imunológico e atinja os tecidos. Alguns especialistas acreditam que fragmentos do vírus permanecem no corpo de forma adormecida e depois são reativados.

    Quantas pessoas foram atingidas pela covid longa?

    No Brasil, ainda não há dados precisos de quantas pessoas foram atingidas. No entanto, estima-se que um terço dos casos pode desenvolver a covid longa. E não há uma padronização dos sintomas, que podem chegar a mais de 200, o que dificulta o diagnóstico e estimativas.

    Quais são os sintomas?

    Não há uma padronização de sintomas, ou seja, podem variar de pessoa para pessoa. No entanto, os especialistas de saúde determinam a condição quando os sintomas persistem após mais de 12 semanas da infecção.

    Entre os sintomas, podemos citar: fadiga, falta de ar, palpitações cardíacas, problemas de memória e concentração e alterações no olfato e paladar. A covid longa afeta a capacidade de uma pessoa realizar atividades diárias, como trabalhar.

    Os sintomas da covid longa são graves?

    Raramente a covid longa causa sintomas severos e manifestações sérias que exigem reabilitação. Geralmente, o problema se prolonga em pessoas que apresentam quadros moderados ou graves na fase aguda da doença.

    Como saber se tive/tenho covid longa?

    Geralmente, o diagnóstico é clínico e realizado após uma consulta médica. Atualmente, não existe um teste padrão para identificar a condição. Por isso, são feitos diversos exames para descartar outras doenças.

    A vacina ameniza os sintomas da covid longa?

    Embora ainda não existam estudos que comprovem que a vacina pode reduzir os sintomas da covid longa, acredita-se que a imunização diminua sim os efeitos da condição. Isso porque a vacina previne que a covid-19 se agrave e também diminui as internações e a mortalidade. Vale destacar que mesmo as pessoas vacinadas podem ser infectadas pelo vírus e apresentar covid longa.

    Há tratamento para covid longa?

    Covid longaFoto: Shutterstock

    Atualmente, não há terapia medicamentosa específica para pessoas que apresentem a covid longa. No entanto, alguns medicamentos podem ser prescritos para tratar sintomas específicos e aumentar a qualidade de vida.

    A maioria das pesquisas clínicas apontam o reaproveitamento de medicamentos que foram desenvolvidos para outras doenças. Tratamentos e medicamentos estão sendo testados para aliviar os sintomas persistentes, mas os especialistas acreditam que ainda há um longo caminho até entendermos a condição e a melhor forma de tratá-la.

    Existem protocolos específicos com exames laboratoriais e de imagem que auxiliam o médico na avaliação do paciente com suspeita de covid longa.

    A covid longa pode ser transferida para outras pessoas?

    Não. A covid longa é uma condição de longo prazo, com sintomas que ocorrem após a infecção pelo vírus que causa a covid-19. Por isso, não pode ser transmitida de uma pessoa para outra.

    Quem está mais suscetível a ter covid longa?

    Os sintomas persistentes da covid-19 podem atingir a todos, desde crianças e idosos até adultos sem comorbidades. No entanto, os especialistas afirmam que pacientes que ficaram longos períodos internados são mais suscetíveis a ter a condição.

    Nesses casos, é comum que ocorram alterações nas articulações, pele e no sistema respiratório, já que muitos tiveram que ser entubados e usar sondas para se alimentar, além de permanecer longos períodos deitados.

    Mesmo quem teve a doença assintomática pode ter covid longa?

    Sim. As pessoas que foram infectadas pelo Sars-CoV-2 também podem desenvolver a covid longa.

    Como deve ser a alimentação de quem tem covid longa?

    Quem teve ou está com sintomas persistentes pós-covid precisa ter uma alimentação balanceada. Por isso, a recomendação é que essas pessoas consumam frutas, verduras, carboidratos, proteínas, gorduras saudáveis e mantenham-se hidratadas. O ideal é ter o acompanhamento de um nutricionista.

    Em quais casos, a covid longa exige reabilitação?

    A reabilitação depende muito da condição de saúde do indivíduo pós-covid. As limitações respiratórias, como tosse crônica ou falta de ar e dores articulares podem exigir acompanhamento com diversos profissionais de saúde como fisioterapeutas, nutricionistas e pneumologistas.

    Já há algum tratamento sendo utilizado/pesquisado para lidar com esses sintomas persistentes?

    Diversos países estão investindo em estudos e pesquisas para encontrar um tratamento adequado para as sequelas da covid-19 no organismo. Mas, até o momento, não temos algo específico. Em geral, são prescritos medicamentos para amenizar os sintomas.

    No Brasil, por exemplo, há vários grupos de pesquisadores que acompanham esses pacientes. Os resultados iniciais apontam que ter o apoio de diversos especialistas contribui para melhorar a qualidade de vida e reduzir os sintomas.

    Infográfico: Alessandro Datcho

    Fontes: Alberto Chebabo, infectologista e presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia); Jaime Brito Araújo, infectologista e presidente da Sociedade de Infectologia da Paraíba; Marcelo Nascimento, infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

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