Perguntas que você deveria fazer para o pediatra
Veja quais dúvidas o especialista pode sanar para contribuir com o desenvolvimento das crianças
Se você tem um filho ou filha, é provável que ao sair da maternidade (ou mesmo antes), tenha ficado com medo de não dar conta. Cuidar de outro ser vivo é uma grande responsabilidade e é normal que apareçam dúvidas.
Neste artigo, você vai ler:
Para ter mais segurança nas tomadas de decisão, o apoio de um pediatra de confiança faz toda a diferença.
Além de checar se a criança está se desenvolvendo bem, sem problemas de saúde, o pediatra consegue dar dicas fundamentais para facilitar a rotina.
Aqui no Brasil, o Dia do Pediatra é celebrado em 27 de julho e, para comemorar você acompanha as respostas para algumas das dúvidas mais comuns nos consultórios.
Com que frequência preciso levar meu filho ao pediatra?
A criança precisa iniciar as consultas de acompanhamento com o pediatra na primeira semana após a alta da maternidade. De acordo com a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), a quantidade de visitas ao pediatra depende da idade da criança e das necessidades específicas para cada caso.
Geralmente, após o sexto mês, se tudo estiver correndo bem, as consultas devem ser mensais.
De seis meses a um ano, se a criança não estiver com problemas de saúde, as consultas podem ser a cada dois meses. Depois dessa idade, as consultas ainda devem ocorrer semestralmente até a criança completar seis anos.
Na fase dos 7 aos 18 anos, uma consulta por ano costuma ser suficiente. Mas, claro, o pediatra deve ser procurado quando houver qualquer sintoma diferente ou mudança de comportamento.
O que será avaliado nas consultas?
O pediatra avaliará a saúde da criança e orientará os pais sobre questões sobre alimentação, peso, altura e vacinas. Além de observar como está o desenvolvimento infantil, dar dicas para prevenir acidentes e identificar problemas ou riscos de saúde.
Por quanto tempo devo amamentar?
A recomendação é que o aleitamento materno comece já na sala de parto. O ideal é que o leite materno seja exclusivo até os seis meses. E a amamentação pode continuar, juntamente com outros alimentos saudáveis, até os dois anos ou mais.
Como deve ser a introdução alimentar?
A partir dos seis meses de vida, além do leite materno, a criança deve experimentar novos alimentos como frutas e papinhas. Há diversas formas de iniciar a introdução alimentar.
Os alimentos podem ser apresentados para o bebê na forma de papa, amassados com o garfo, ou ainda cozidos e picados para que a criança segure e experimente com as próprias mãos (técnica BLW: Baby-Led Weaning). É importante que ele conheça novos sabores e texturas.
Os pais podem oferecer os alimentos com uma colher de plástico, por exemplo, e dar liberdade para a criança se alimentar, sem forçar e respeitando sempre a sua saciedade.
Vacinas podem causar reações nas crianças?
Sim. É comum que as crianças apresentem reações leves após as vacinas. Podem surgir febre, dor, endurecimento e vermelhidão no local da aplicação, por exemplo.
Vale destacar que a maioria das reações não contraindica a vacinação. Isso porque as vacinas são seguras: antes da aprovação, são submetidas a testes rigorosos ao longo de diferentes fases de estudos.
E os benefícios da vacinação superam os eventuais riscos de reações. Portanto, é fundamental seguir o calendário de vacinação de acordo com a idade da criança.
Quais são os cuidados com a higiene do bebê?
O banho deve ser diário e é preciso higienizar as mamadeiras e os utensílios do bebê adequadamente.
No caso dos pais, é preciso lavar as mãos antes de preparar as refeições da criança e após as trocas de fraldas, que devem ser trocadas frequentemente.
A partir de quando preciso escovar os dentinhos do bebê?
Enquanto o bebê só mama, antes da erupção dos dentinhos, a higiene pode ser com uma gaze umedecida em água filtrada. Os pais podem usar a gaze enrolada nos dedos e passar na gengiva e na língua para remover gentilmente os resíduos alimentares algumas vezes ao dia.
Já quando surgem os dentinhos, deve-se tentar fazer a escovação após as principais refeições e antes de dormir. Não há necessidade de usar a pasta de dente e os movimentos precisam ser delicados.
Vale lembrar que a pasta de dente deve ser usada por volta dos dois anos de idade, quando a criança já é capaz de cuspir.
Como saber se o desenvolvimento da criança está adequado?
Desde o útero, a criança tem o seu crescimento monitorado. Após o nascimento, altura e peso devem ser aferidos até os 18 anos. Dessa forma, é possível avaliar se o padrão de crescimento está compatível com a idade.
Além disso, o pediatra durante a consulta médica, consegue identificar os atrasos nos marcos do desenvolvimento. Isso significa que o médico avalia se a criança já faz contato visual, engatinha, consegue andar, tem interesse pelas pessoas e começa a falar no tempo adequado.
O que fazer se o bebê estiver com cólica?
Um dos maiores pesadelos dos pais é quando o bebê chora incessantemente com as cólicas. Estima-se que este desconforto aconteça em cerca de 40% das crianças, nos primeiros meses de vida.
A boa notícia é que, geralmente, não indica um problema de saúde grave, mas trata-se de uma imaturidade do intestino. Por isso, não é causada por uma doença específica.
Cabe ao pediatra orientar os pais sobre a situação: o aleitamento materno exclusivo ajuda a diminuir as cólicas em bebês, assim como as mudanças na dieta da mãe, massagens, banhos e o uso de alguns medicamentos.
Com quais sintomas devo me preocupar e buscar um pediatra?
Qualquer sintoma diferente ou que atrapalhe a rotina da criança deve ser avaliado por um médico. A febre, por exemplo, é um sinal de alerta que indica que algo está errado com o organismo.
A situação é ainda mais preocupante em bebês abaixo de três meses de idade com temperaturas acima de 38ºC.
Outros sintomas que merecem atenção:
Dor de cabeça;
- Alterações na pele;
- Rigidez muscular no pescoço;
- Vômitos que não cessam;
- Confusão mental;
- Irritabilidade ou sonolência extrema;
- Dificuldade para respirar.
Fontes: Camila Luizetto, pediatra do Hospital Nove de Julho e Cláudia Lopes, pediatra e professora do curso de Medicina da Unisa (Universidade Santo Amaro).