O digital e o humano no cuidado do paciente
A automatização de processos veio para ficar, mas a interação entre humanos ainda segue necessária
A pandemia do novo coronavírus acelerou o processo da telemedicina em todo o mundo. Afinal, durante os meses de confinamento, muitas consultas precisaram ser realizadas de forma remota.
Neste artigo, você vai ler:
A telemedicina cresceu de tal forma que, hoje, mesmo com menos restrições, ela continua sendo bastante utilizada. Mas como essas tecnologias digitais voltadas para a saúde funcionam?
Nesse universo, um termo bastante utilizado é “plataforma” de saúde ou de telemedicina. E o que é isso? A plataforma nada mais é do que um ambiente eletrônico, baseado em tecnologias, em que as pessoas se conectam e interagem com um serviço de saúde.
Esse atendimento pode ser feito tanto por interação automatizada (com o uso de robôs, os “bots”) como outros serviços voltados para a saúde e seus cuidados em qualquer lugar – ou seja, onde e quando as pessoas precisarem.
No meu entendimento, precisamos avançar para que esses serviços sejam voltados não apenas para doenças e lesões agudas como também para a promoção de saúde e bem-estar, incluindo aí a prevenção para doenças crônicas.
Hoje, o desenvolvimento da ciência e de áreas como inteligência artificial, nanotecnologia e genômica permitem que os médicos e as organizações de saúde possam atuar tanto na frente preventiva (prevenindo as doenças) como preditiva (antecipando o que possa vir a afetar o indivíduo).
Por isso, as plataformas de telemedicina precisam oferecer uma comunicação abrangente, contínua e sob demanda, com pontos de contato suficientes – seja virtualmente ou por telefone – para permitir um maior engajamento do paciente e, assim, alcançar soluções personalizadas que funcionem para eles.
Nesse sentido, é importante contar com a participação e a proatividade do paciente no que se refere ao diagnóstico, tratamento e às decisões que precisam ser tomadas sobre sua própria saúde.
Tudo isso pode ser auxiliado novamente pelas plataformas de serviços de saúde quando estas oferecem informações confiáveis e de qualidade, promovendo o autoconhecimento sobre seus problemas de saúde.
Falar com humanos ainda é importante
A telemedicina e a automatização de alguns processos certamente vieram para ficar. Mas, embora esses sistemas sejam de grande importância em processos como identificação e triagem de pacientes, a interação entre humanos ainda é importante.
Por isso, as plataformas também devem ser capazes de permitir, sempre que o paciente assim desejar, a interação entre ele e outro ser humano de forma fácil e eficiente.
Dessa forma, estabelecemos um vínculo de confiança que ajuda o indivíduo a entender que estaremos ali durante a sua jornada, especialmente em um momento tão delicado de sua vida.
Praticar uma assistência humanizada e uma medicina compassiva, afinal, é justamente isso: compreender o estado emocional do paciente e tentar aliviar ou reduzir seu sofrimento.
Assim, nos inserimos dentro da rede de apoio daquele indivíduo, participando junto com a equipe de saúde e outros profissionais de todas as etapas do tratamento e cura.
Sem dúvida, esse laço de confiança é fundamental para uma melhor adesão ao tratamento e aos planos de cuidado, além de manter o diálogo aberto em todas as etapas.
Por isso, presencialmente ou virtualmente, ao vivo ou por meio de plataformas digitais, os cuidados com a saúde jamais devem abrir mão do mais importante: a interação humana.