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    Epstein-Barr: o que causa, sintomas e tratamento

    Da família do herpes, é um dos vírus mais comuns em humanos

    Por Raquel RibeiroPublicado em 21/12/2022, às 16:46 - Atualizado em 25/04/2023, às 10:25
    Imagem: Shutterstock

    Recentemente, a cantora Anitta revelou ter o vírus Epstein-Barr (VEB), gerando uma série de dúvidas sobre o tema. Por ser o vírus causador da mononucleose, conhecida como “doença do beijo”, muitas pessoas acreditam que a transmissão ocorre apenas por meio do ato de se beijar, o que não é verdade.

    E essa é só uma das questões sobre o problema que, apesar de pouco debatido, é muito comum. Conheça a seguir as causas, sintomas e tratamentos para a Epstein-Barr, além da sua relação com a esclerose múltipla.

    O que é Epstein-Barr?

    Epstein-Barr é um vírus da família do herpes e um dos mais comuns em humanos, em que mais de 90% dos adultos são hospedeiros e, em sua maioria, assintomáticos.

    Como dissemos anteriormente, o VEB é o causador da mononucleose, uma infecção que muitas vezes não apresenta sintomas e que pode ser confundida com doenças respiratórias. Isso porque costuma apresentar sintomas parecidos com outras enfermidades, como dor de garganta e tosse.

    Causas

    A principal causa de transmissão do vírus é pela saliva, mas não necessariamente pelo beijo, pois pode ocorrer também pela tosse ou espirro que espalham o vírus. Além disso, pelo compartilhamento de objetos contaminados como copos, escovas e outros itens.

    A infecção costuma surgir entre os 15 e 25 anos, mas pode ocorrer também ainda na infância. E assim como acontece com os outros herpesvírus, o VEB permanece no organismo por toda a vida.

    No entanto, a infecção aguda causada por ele só acontece uma vez, já que, após a primeira infecção, o organismo produzirá anticorpos para se defender da próxima.

    O vírus pode ser transmitido também da mãe para o bebê durante a amamentação e também pela transfusão de sangue, apesar de extremamente incomum.

    Contudo, a reativação do VEB é rara, acontecendo apenas quando a queda de imunidade é extremamente baixa, como no caso de pacientes transplantados, entre outros.

    Sintomas

    A maioria das pessoas passam pela fase inicial da infecção VEB sem apresentar sintomas. Quando o vírus evolui para a mononucleose, ele se aloja primeiramente nas células da mucosa da boca e pode causar alguns sintomas como:

    • Febre alta;
    • Dor nas articulações;
    • Aumento dos gânglios do pescoço e axilas;
    • Sudorese;
    • Fadiga;
    • Inflamação de garganta;
    • Inchaço das amígdalas;
    • Aumento do baço.

    Vale lembrar que a duração dos sintomas pode variar, mas geralmente somem em até quatro semanas.

    Epstein-Barr e Esclerose Múltipla

    Uma das principais dúvidas dos leitores quando o assunto é o Epstein-Barr, refere-se a sua relação com a esclerose múltipla (EM), doença neurológica que causa falhas na comunicação entre o cérebro e o corpo.

    Mas a verdade é que ainda não se sabe muito acerca dessa relação. O que há de mais recente sobre isso é um estudo realizado por cientistas de Harvard e publicado na revista científica Science.

    De acordo com a pesquisa, o vírus exerce uma forte influência no desenvolvimento da EM. 10 milhões de adultos do exército americano foram acompanhados por mais de 20 anos pelos cientistas. Desses, 955 foram diagnosticados com esclerose múltipla e a pesquisa concluiu que os infectados pelo Epstein-Barr tiveram um risco 32 vezes maior de ter a doença.

    Apesar disso, é importante deixar claro que a EM é uma doença multifatorial. Por isso, o vírus não seria uma causa única, mas pode ser um motivo a mais para o desenvolvimento da condição em pessoas que já sejam geneticamente suscetíveis.

    Diagnóstico

    Ainda que os linfonodos inchados sugiram a mononucleose, o diagnóstico é feito com um exame de sangue para identificar anticorpos específicos: Anti EBV IgG Anti EBV IgM.

    Um hemograma completo também pode ser solicitado e testes moleculares, no sangue ou saliva. O objetivo é identificar o material genético do vírus, especialmente nos casos de suspeita de transmissão de mãe para o filho ou pessoas com a imunidade muito baixa.

    Tratamento

    Não existe um tratamento específico para a mononucleose, pois é uma doença autolimitada, ou seja, que melhora sozinha. Mas inicialmente o repouso é recomendado durante duas semanas ou enquanto os sintomas ainda estiverem latentes.

    No geral, a febre e a dor podem ser tratadas com analgésicos e anti-inflamatórios. Já no caso de complicações, quando as vias respiratórias são comprometidas, é necessário tratar com corticosteroides, substâncias usadas para reduzir a inflamação.

    Fonte: Sumire Sakabe, infectologista do Hospital Nove de Julho, em São Paulo.

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