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    O que é a espondilolistese e como tratar esse problema na coluna?

    Conheça as causas mais comuns, os principais sinais de alerta e saiba qual médico procurar para tratar a condição

    Fonte: Dr. Leon BerensteinRadiologista especialista em Ressonância Magnética de ColunaPublicado em 10/07/2025, às 17:51 - Atualizado em 10/07/2025, às 17:51

    Espondilolistese

    Conheça as causas mais comuns, os principais sinais de alerta e saiba qual médico procurar para tratar a condição 

    A dor nas costas é uma queixa comum e que pode indicar um problema que requer atenção. Uma dessas condições é a espondilolistese, caracterizada por um tipo de desalinhamento na nossa coluna vertebral.  

    Ela acontece quando uma das vértebras, que são os ossos que formam a coluna, escorrega para frente sobre a vértebra que fica logo abaixo dela. Esse movimento pode pressionar estruturas importantes, como os nervos, e gerar dor e outros desconfortos.

     

    Espondilolistese: o que é? 

    A espondilolistese é o escorregamento (deslize) de uma vértebra da coluna em relação à outra. Por alguma falha, uma vértebra se move para a frente, perdendo o alinhamento com a vértebra de baixo. Esse desalinhamento afeta a estabilidade e a estrutura da coluna. 

    Mas não confunda espondilolistese com a hérnia de disco. Na espondilolistese, o problema é o desalinhamento do osso (a vértebra). Na hérnia, é o disco, ou seja, a estrutura gelatinosa que fica entre as vértebras.  

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    Principais tipos de espondilolistese 

    O tipo mais comum de espondilolistese é o degenerativo, que acontece pelo desgaste natural da coluna com o envelhecimento. Já a ístmica – também frequente – pode ser causada por um trauma direto ou micro traumas por estresse, ou pode ser congênita (a pessoa já nasce com uma má formação nas articulações da coluna). 

    Existe ainda a espondilolistese patológica, que acontece quando um tumor ou outra doença enfraquece o osso da vértebra. 

    Além dos tipos, os médicos classificam a espondilolistese por graus. Essa classificação mede o quanto a vértebra escorregou. Ela vai do grau 1, que é o mais leve, até o grau 4 (ou 5, em algumas classificações), que é o mais grave e completo. 

    Possíveis causas para a espondilolistese 

    A causa mais comum depende do tipo de espondilolistese. O envelhecimento natural das articulações e discos da coluna provoca a degenerativa. Como esperado, ela é mais frequente em pessoas com mais idade.  

    A espondilolistese ístmica, por sua vez, acontece por uma fratura de estresse e é mais vista em jovens e atletas. 

    Outros fatores também podem levar ao problema: 

    • Predisposição familiar para o problema; 
    • Atividades que colocam muita pressão na coluna lombar aumentam o risco. Por exemplo: ginastas e levantadores de peso; 
    • Quedas ou acidentes podem causar fraturas que levam ao escorregamento; 
    • Condições que enfraquecem os ossos, como tumores ou osteoporose. 

    Sintomas de espondilolistese 

    O principal sintoma é a dor na região lombar. E essa dor pode piorar ao ficar de pé ou ao se movimentar. Muitas vezes, a dor se espalha para as nádegas e para a parte de trás das coxas, um quadro conhecido como dor ciática. 

    Outros sintomas que podem surgir são: 

    • Sensação de formigamento ou dormência nas pernas; 
    • Fraqueza muscular em uma ou nas duas pernas; 
    • Rigidez na região das costas e dificuldade de movimento; 
    • Perda de controle da bexiga ou do intestino em casos graves e raros. 

    Mas nem todo mundo com espondilolistese tem sintomas. Algumas pessoas descobrem a condição por acaso em um exame de imagem de rotina ou que investiga outra condição. 

    Quando procurar por um médico? 

    O médico deve ser consultado se a dor nas costas for persistente e começar a atrapalhar atividades diárias. Sintomas neurológicos, como formigamento, dormência ou fraqueza nas pernas, exigem atenção imediata. 

    O ortopedista é o especialista mais indicado para investigar problemas no aparelho locomotor. Ele cuida de ossos, músculos e articulações, e pode diagnosticar e tratar a espondilolistese.  

    Em algumas situações, um neurologista também pode ser consultado. Principalmente se houver uma compressão severa dos nervos da coluna, pois ele é o especialista que avalia problemas do sistema nervoso. 

    Exames que auxiliam no diagnóstico 

    Na consulta, o médico fará um exame físico para checar a mobilidade, força e reflexos do paciente. Então, inicialmente, o profissional pode solicitar um raio-x de coluna ou uma tomografia computadorizada, que trará um detalhamento maior das estruturas. 

    Já a ressonância magnética da coluna mostra de forma mais detalhada as partes moles, como os discos, os ligamentos e, principalmente, os nervos. E pode ajudar o médico a ver se alguma raiz nervosa está sendo comprimida pelo desalinhamento.  

    Sendo assim, é especialmente recomendada quando a dor irradia para os membros inferiores, ou em alguma outra situação em que a tomografia não consiga mostrar a estrutura de interesse. 

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    Tratamentos para a espondilolistese 

    O tratamento inicial de forma geral é quase sempre conservador, ou seja, não cirúrgico. O objetivo é aliviar a dor, fortalecer a musculatura e estabilizar a coluna. Essas medidas não revertem o escorregamento, mas melhoram muito os sintomas. 

    E as principais abordagens do tratamento conservador são: 

    • Fisioterapia: para fortalecer os músculos do abdômen e das costas, o que ajuda a dar suporte para a coluna. 
    • Analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares para controlar a dor. 
    • Evitar atividades que pioram a dor, como carregar peso ou praticar esportes de alto impacto. 

    Em alguns casos, injeções de medicamentos na coluna podem ajudar a reduzir a inflamação e a dor. 

    Quando a cirurgia é indicada? 

    A cirurgia para espondilolistese é uma opção quando o tratamento conservador não traz alívio. Isso acontece se a dor continua forte e incapacitante, mesmo após meses de fisioterapia e uso de medicamentos, limitando as atividades diárias. Outras situações que podem requerer a cirurgia são os casos de espondilolistese secundários a tumores. 

    O fator muito comumente decisivo para a indicação cirúrgica, no entanto, é a compressão das raízes nervosas. É ela que causa sintomas neurológicos como dor ciática persistente, formigamento, dormência ou fraqueza progressiva nas pernas. 

    Por isso, o objetivo central da cirurgia é resolver esse problema na sua origem. O procedimento consiste na descompressão das raízes nervosas, liberando-as da pressão causada pelo deslize da vértebra.  

    Para garantir que o problema não retorne, a cirurgia também inclui o reposicionamento e a estabilização da vértebra escorregada.  

    Espondilolistese tem cura? 

    Sim, a espondilolistese tem cura. Para a grande maioria das pessoas, ela é funcional e acontece com fisioterapia e medicamentos. Eles eliminam a dor e permitem uma vida normal e ativa, mesmo que a vértebra não volte completamente para o lugar. 

    Já a cura definitiva e estrutural do escorregamento acontece com a cirurgia. Nesse procedimento, a vértebra é reposicionada e fixada permanentemente no local correto, resolvendo a causa da instabilidade.  

    Contudo, essa opção é reservada apenas para os casos mais graves, quando o tratamento conservador não foi suficiente para controlar os sintomas.

     

     

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