Exercícios físicos para praticar na gravidez
Confira as recomendações e as contraindicações para gestantes
Além dos clássicos benefícios já conhecidos dos exercícios físicos (como melhora na qualidade de vida, regulação do humor e aumento da disposição), manter-se ativa durante a gravidez faz bem para a mãe e para o bebê.
Neste artigo, você vai ler:
De acordo com o Ministério da Saúde, a prática de atividades físicas diminui as chances de a mulher desenvolver diabetes gestacional e pré-eclâmpsia (pressão alta na gestação), ameniza a dor nas costas, reduz o risco de parto prematuro e contribui para o bebê nascer com peso adequado.
Também sabe-se que a realização de exercícios é segura. Ela não seca o leite, e tampouco aumenta o risco de malformação do feto, de ruptura da bolsa ou de aborto.
Quais exercícios físicos são permitidos na gravidez?
Em primeiro lugar, é importante evitar esportes com grande impacto. Se a atividade requer saltos (vôlei e basquete) e giros (tênis) ou apresenta risco de colisão e desequilíbrio (futebol e artes marciais), tire-a da sua lista de opções.
Tenha em mente que, durante a gestação, as articulações da mulher ficam mais amolecidas do que o usual, tornando maior a possibilidade de torção com trauma. E, como o centro de gravidade está modificado em função do feto, o equilíbrio da mãe também se altera.
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Por isso, o ideal é preferir exercícios sem impacto, e que trabalhem tanto a musculatura quanto a respiração: caminhada (na esteira ou na rua), bicicleta ergométrica, musculação com orientação profissional e baixa carga, pilates e yoga (ambos com acompanhamento especializado).
A hidroginástica também é bem-vinda. A água facilita que a gestante mantenha o equilíbrio, não sobrecarrega as articulações da mulher e ainda favorece o retorno de sangue para o coração.
A atividade física deve ser feita por quanto tempo?
A recomendação do Ministério da Saúde é de, pelo menos, 150 minutos de exercício físico por semana caso a atividade escolhida seja moderada.
Para as mulheres que já eram atletas antes da gravidez e optem por seguir com exercícios vigorosos, o mínimo é de 75 minutos semanais.
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Mas vale a pena consultar seu médico também: é possível que ele peça uma diminuição na intensidade durante o primeiro trimestre da gestação. A individualização sobre a orientação é fundamental. Não existe receita de bolo.
Caso as atividades físicas não fossem parte da sua rotina antes da gravidez, é fundamental ir com calma e não apostar em exercícios pesados.
Quais são as contraindicações?
Para os casos de gravidez de baixo risco, não costuma haver contraindicações. No entanto, o Ministério da Saúde destaca alguns pontos gerais de atenção.
Os exercícios físicos devem ser indicados, acompanhados e orientados por um profissional caso a gestante apresente:
- Doenças respiratórias leves controladas
- Doenças leves do coração
- Diabetes tipo 1, desde que controlada
- Pré-eclâmpsia leve
- Ruptura prematura de membranas pré-termo (antes da 37º semana de gestação)
- Placenta prévia após 28 semanas
- Deficiências nutricionais ou desnutrição
Os exercícios físicos são contraindicados e não devem ser realizados quando a mulher se encaixar em alguma dessas condições:
- Doenças respiratórias graves
- Doenças cardíacas graves com intolerância ao exercício físico
- Arritmia grave ou descontrolada
- Descolamento de placenta
- Restrição no crescimento intrauterino
- Trabalho de parto prematuro ativo
- Sangramento
- Pré-eclâmpsia grave
Fontes: Daniela Selano, ginecologista e obstetra coordenadora da Obstetrícia do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN); Ricardo Porto Tedesco, professor de obstetrícia na Faculdade de Medicina de Jundiaí e membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).