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    Probióticos: grandes aliados da saúde física e mental

    Descubra como eles afetam a qualidade de vida e como incluir estes microrganismos na dieta

    Por Patricia JulianelliPublicado em 28/11/2024, às 16:26 - Atualizado em 29/11/2024, às 08:18

    Os probióticos são microrganismos vivos que contribuem para o equilíbrio da nossa flora intestinal. Podem ser encontrados em alimentos, bebidas e suplementos, e quando consumidos em quantidades adequadas, podem oferecer benefícios à saúde digestiva e imunológica. Siga a leitura e veja como tirar melhor proveito deles.

    Probióticos: o que são?

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro.

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    Em outras palavras, são bactérias “boas” para o nosso intestino e desempenham um papel fundamental no equilíbrio da nossa microbiota intestinal.

    A microbiota intestinal, anteriormente conhecida como flora intestinal, é o conjunto de microrganismos que vivem no nosso intestino, desempenhando papéis fundamentais no nosso corpo. Ajudam na digestão dos alimentos, protegem o intestino contra agentes nocivos e fortalecem o nosso sistema imunológico.

    Quando ocorre um desequilíbrio na microbiota intestinal, chamado também de disbiose intestinal, podem surgir problemas de saúde como inflamações e doenças autoimunes.

    Mas como os probióticos atuam? Ao consumirmos alimentos ou suplementos com probióticos, eles colonizam nosso intestino e passam a competir com bactérias patogênicas, ou seja, aquelas causadoras de doenças, impedindo sua proliferação. Assim, os probióticos estimulam o sistema imunológico, auxiliam na digestão e absorção de nutrientes e contribuem para a manutenção da barreira intestinal, que protege o nosso organismo contra a entrada de substâncias nocivas.

    Tipos de probióticos

    Existem diferentes cepas de probióticos, cada uma tem benefícios específicos e pode ser indicada para diferentes necessidades de saúde. É sempre recomendável consultar um profissional de saúde antes de escolher um probiótico. As principais cepas são:

    · Lactobacillus: são bactérias produtoras de ácido lático que ajudam a decompor os alimentos no intestino, tornando o ambiente mais ácido, o que dificulta o crescimento de bactérias nocivas. Algumas cepas populares, como

    Lactobacillus acidophilus, auxiliam na digestão da lactose e podem melhorar sintomas de intolerância. Também são uteis para reduzir a diarreia e fortalecer o sistema imunológico. Esse tipo de probiótico é encontrado em iogurtes e outros alimentos fermentados.

    · Bifidobacterium: esse gênero é um dos mais comuns no intestino e tem um papel crucial na manutenção da saúde intestinal. Ele ajuda a decompor fibras alimentares e outros nutrientes que o corpo não consegue digerir sozinho, além de contribuir para a prevenção de infecções intestinais.

    · Saccharomyces boulardii: é um tipo de levedura (fungo) probiótica que é eficaz no tratamento de diarreia e na prevenção de doenças gastrointestinais. Também pode ser usada em casos de distúrbios como a Síndrome do Intestino Irritável (SII).

    · Streptococcus thermophilus: bactéria utilizada na produção de iogurtes e outros produtos lácteos fermentados. Ajuda a melhorar a digestão da lactose e a fortalecer o sistema imunológico.

    Formas de consumir probióticos

    Os probióticos podem ser consumidos através de alimentos fermentados e suplementos.

    Alimentos fermentados

    Os probióticos podem ser encontrados em diversos alimentos fermentados, como iogurte natural, kefir, chucrute, kimchi, kombucha e missô. No entanto, a quantidade e o tipo de probióticos presentes nesses alimentos podem variar.

    Mas atenção: nem todo iogurte natural é fonte de probióticos. Ele precisa passar por um processo de fermentação com cepas específicas de bactérias vivas, como Lactobacillus e Bifidobacterium. Alguns iogurtes, especialmente os pasteurizados após a fermentação, podem não ter probióticos ativos. Já os leites fermentados geralmente são enriquecidos com probióticos durante o processo de fabricação e costumam ser boas fontes, pois contêm cepas vivas que podem sobreviver até o consumo. Então, sempre verifique no rótulo se o produto contém “culturas vivas” ou “bactérias probióticas”.

    Também observe a quantidade de açúcar nos iogurtes e leites fermentados. Muitos produtos disponíveis no mercado contêm altos níveis de açúcar adicionado e este excesso pode prejudicar o equilíbrio da microbiota intestinal, anulando alguns dos efeitos positivos dos probióticos.

    Suplementos de probiótico

    Para garantir uma dose adequada de probióticos, muitas pessoas optam pela suplementação. Os suplementos probióticos estão disponíveis em diversas formas, como cápsulas, comprimidos e sachês.

    A suplementação costuma ser indicada, por exemplo, em casos de desequilíbrio da microbiota intestinal, como ocorre no contexto do uso de antibióticos e em viagens para locais com condições sanitárias precárias; e no alívio de alguns sintomas relacionados a síndrome do intestino irritável.

    Ao escolher um suplemento de probiótico, considere a variedade de cepas presentes, a quantidade de microrganismos vivos (medida em unidades formadoras de colônia – UFC), e se as cepas são indicadas para a sua condição de saúde específica. Verifique também se o produto possui certificações de qualidade e se é resistente ao ácido gástrico, garantindo que os probióticos cheguem vivos ao intestino. E, claro, sempre consulte um profissional de saúde (como um gastroenterologista ou um nutricionista) para escolher o suplemento mais adequado às suas necessidades e saber a melhor dosagem no seu caso.

    Benefícios que os probióticos podem trazer

    A principal função dos probiótico é manter o equilíbrio da nossa microbiota (ou flora) intestinal. Ou seja: ter mais bactérias “boas” que “ruins” por lá. E, com uma microbiota saudável e diversa, nós encontramos os seguintes benefícios: · Melhora da saúde digestiva: prevenindo e tratando distúrbios como prisão de ventre, diarreia, síndrome do intestino irritável e doença inflamatória intestinal.

    · Fortalecimento do sistema imunológico: organismo é mais capaz de combater infecções e reduzir inflamações. Você sabia que 70% das nossas células de defesa estão no trato gastrointestinal?

    · Contribuição para a saúde mental: o intestino é considerado o “segundo cérebro” do corpo devido à sua capacidade de produzir neurotransmissores que influenciam o humor e o comportamento, como a serotonina. Aliás, 90% dela é produzida no intestino. Sendo assim, uma microbiota equilibrada pode ajudar a reduzir sintomas de ansiedade e depressão.

    · Redução do risco de doenças: estudos sugerem que os probióticos podem ajudar a prevenir o desenvolvimento de doenças como alergias e doenças autoimunes.

    · Auxílio na perda de peso: algumas cepas de probióticos ajudam a regular o apetite e o metabolismo, facilitando a perda de peso.

    · Melhoria na absorção de nutrientes: a presença de probióticos facilita a digestão e a absorção de vitaminas e minerais essenciais.

    Existe alguma contraindicação para o consumo de probióticos?

    Embora os probióticos sejam seguros para a maioria das pessoas, existem algumas situações em que o consumo pode ser contraindicado. Uma delas é no caso de pessoas com doenças autoimunes que fazem tratamentos imunossupressores ou com condições críticas de saúde. Elas devem evitar o uso de probióticos sem orientação médica, pois há risco de infecção por micro-organismos.

    Transplantados recentes também devem evitar o uso de probióticos até que o sistema imunológico esteja fortalecido. Já o uso de probióticos em bebês deve ser sempre discutido com um pediatra.

    Em geral, os probióticos de alimentos naturais têm menos contraindicações que os dos suplementos, que podem conter concentrações mais elevadas de micro-organismos e serem menos apropriados para certos grupos. De toda forma, é sempre importante consultar um médico ou nutricionista antes de qualquer suplementação.

    Probióticos e prebióticos: qual a diferença?

    Enquanto os probióticos são microrganismos vivos que beneficiam a saúde, os prebióticos são substâncias não digeríveis presentes em alimentos, como certos tipos de fibras alimentares, que servem como alimento para as bactérias benéficas já presentes no intestino. Em outras palavras, os prebióticos promovem o crescimento e a atividade de bactérias benéficas no intestino. Alimentos ricos em prebióticos incluem alho, cebola, aveia, banana verde, alho-poró e aspargos. Ainda existe o produto que combina prebióticos e probióticos, conhecido como simbióticos. Esse produto tem ação dupla: fornece novas bactérias benéficas ao intestino e ajuda a manter essas bactérias saudáveis e ativas. Exemplos de simbióticos são kombucha com fibras e leite com kefir.

    No caso de dúvidas qual médico posso procurar?

    Para dúvidas em relação ao uso de probióticos, o melhor profissional para buscar orientação é o gastroenterologista, especialista no sistema digestivo. Esse médico poderá avaliar a saúde intestinal e indicar se há necessidade de introdução de probióticos na dieta, seja por meio de alimentos ou suplementação.

    Em alguns casos, pode ser útil consultar um nutricionista, especialmente se o foco for melhorar a alimentação e incluir mais fontes naturais de probióticos. Além disso, para pacientes com doenças autoimunes ou condições críticas de saúde, um imunologista pode ser necessário para orientar sobre os riscos e benefícios dos probióticos.

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    Fonte: Dra. Sabrina Figueiredo, gastroenterologista especialista em doenças inflamatórias intestinais, doenças funcionais e intolerâncias alimentares do Hospital Nove de Julho

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