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    Ginseng: ele tem mesmo todo esse poder?

    A planta ajuda o corpo a lidar com o estresse, restaurando o equilíbrio

    Fonte: Érica SilvaNutricionista Publicado em 11/11/2024, às 19:27 - Atualizado em 12/11/2024, às 14:24

    Com raízes grossas e tuberosas, o ginseng ganhou destaque por suas propriedades terapêuticas e energéticas. Hoje, milhares de pessoas recorrerem a ele para melhorar a saúde física e mental, além de combater a fadiga e fortalecer o sistema imunológico. No entanto, seus usos e efeitos podem variar, e é importante conhecer melhor a planta antes de incorporá-la ao dia a dia. 

    Ginseng: o que é? 

    O ginseng é uma planta herbácea que pertence ao gênero Panax, conhecido por suas raízes com formato humanoide, o que lhe rendeu o nome derivado da palavra chinesa “renshen”, que significa “raiz-homem”.  

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    Existem diversas espécies de ginseng, sendo as mais comuns o ginseng asiático (Panax ginseng), o ginseng americano (Panax quinquefolius) e o ginseng siberiano (Eleutherococcus senticosus), embora este último não pertença exatamente ao gênero Panax.

    Os compostos ativos do ginseng são encontrados principalmente nas suas raízes e têm sido associados a diversos efeitos terapêuticos, como o aumento da resistência física, a melhora da memória e o reforço do sistema imunológico. 

    Para que serve o ginseng? 

    O ginseng é considerado um adaptógeno, ou seja, substância que ajuda o corpo a lidar com o estresse, restaurando o equilíbrio (homeostase). Sendo assim, ele é usado principalmente para a reduzir a fadiga e aumentar a energia.

    Há evidências de que o ginseng poderia aumentar a concentração e melhorar a memória, especialmente em pessoas com mais idade. E de que o consumo regular da planta ajudaria a melhorar a resposta imunológica, tornando o corpo mais resistente a infecções. 

    Em alguns estudos, o ginseng tem demonstrado potencial para reduzir os níveis de glicose no sangue, o que pode beneficiar pessoas com diabetes tipo 2. E, devido a sua capacidade de aumentar a circulação sanguínea, poderia ser complementar no tratamento da disfunção erétil leve a moderada. 

    Qual a origem do ginseng? 

    O ginseng possui uma longa história de uso, principalmente na medicina tradicional chinesa, onde é considerado um dos remédios naturais mais importantes. Acredita-se que o ginseng asiático tenha sido usado há mais de 2.000 anos, enquanto o ginseng americano começou a ser utilizado após sua descoberta por colonizadores europeus no século XVIII.

    A origem do ginseng asiático é geralmente atribuída às montanhas da China, Coreia e Sibéria oriental, onde a planta cresce em áreas de floresta sombria e úmida. Já o ginseng americano é encontrado nas florestas da América do Norte, principalmente nos Estados Unidos e no Canadá. 

    Tipos de Ginseng 

    Existem diferentes tipos de ginseng, cada um com características específicas e potenciais benefícios. Os principais são: 

    • Ginseng Asiático (Panax ginseng): conhecido também como ginseng coreano ou chinês, é o tipo mais utilizado e estudado. Seus compostos ajudariam a melhorar a resistência ao estresse, aumentar a energia e fortalecer o sistema imunológico. 
    • Ginseng Americano (Panax quinquefolius): embora tenha algumas propriedades semelhantes ao ginseng asiático, o ginseng americano é geralmente considerado mais suave. É frequentemente usado por quem buscar relaxar e melhorar a função pulmonar. 
    • Ginseng Siberiano (Eleutherococcus senticosus): apesar de não ser tecnicamente um verdadeiro ginseng, é frequentemente categorizado com eles devido a suas propriedades adaptogênicas. É conhecido por aumentar a resistência física e mental. 
    • Ginseng Vermelho: é o ginseng asiático que passou por um processo de vapor e secagem, o que altera suas propriedades. É considerado mais potente do que o ginseng branco (ginseng cru). 

     Benefícios para a saúde relacionados ao ginseng 

    O ginseng é conhecido por inúmeros benefícios à saúde, e a ciência moderna tem investigado esses efeitos. Alguns dos potenciais benefícios incluem: 

    • Redução do estresse e ansiedade: o ginseng tem efeitos calmantes que ajudariam a reduzir os níveis de cortisol no corpo, o que pode contribuir para o controle do estresse e da ansiedade. 
    • Melhora da função cerebral: o uso regular do ginseng tem sido associado à melhora da memória, concentração e aprendizado. Ele pode ser particularmente útil para idosos e pessoas com declínio cognitivo. 
    • Fortalecimento do sistema imunológico: a planta pode ajudar a aumentar a produção de células do sistema imunológico, como os linfócitos, tornando o corpo mais resistente a infecções virais e bacterianas. 
    • Controle dos níveis de açúcar no sangue: o ginseng, especialmente o americano, pode ajudar a reduzir os níveis de glicose no sangue e melhorar a resposta à insulina em pessoas com diabetes. 
    • Melhora na função sexual masculina: o ginseng poderia aumentar a circulação sanguínea e a produção de óxido nítrico, auxiliando no tratamento na disfunção erétil. 
    • Efeitos anti-inflamatórios que podem ajudar a reduzir dores musculares e articulares. 

    Quais os possíveis efeitos adversos do ginseng? 

    Mesmo em pessoas sem contraindicações, o uso do ginseng pode causar alguns efeitos colaterais, como: 

    • Insônia: devido ao efeito estimulante, especialmente se consumido em doses elevadas ou próximo ao horário de dormir. 
    • Nervosismo e ansiedade: pode ocorrer em pessoas sensíveis à cafeína ou a outros estimulantes. 
    • Alterações cardiovasculares, como taquicardia e hipertensão, se consumido em doses elevadas. 
    • Dores de cabeça: podem surgir em algumas pessoas. 
    • Distúrbios gastrointestinais: como náuseas, diarreia ou dor de estômago. 

    De que formas o ginseng pode ser consumido? 

    O ginseng pode ser encontrado em várias formas, o que facilita sua inclusão na rotina diária. A raiz do ginseng, por exemplo, pode ser usada para fazer chás ou pode ser simplesmente mastigada. Também é possível encontrar em lojas de produtos naturais chás e infusões prontas para consumo ou ainda o ginseng em cápsulas ou em pó, que pode ser adicionado a smoothies ou sucos. 

    Já os extratos de ginseng são altamente concentrados e podem ser misturados com água ou outra bebida para facilitar o consumo. E há ainda a opção de balas ou bebidas energéticas, podem conter ginseng adicionado para aumentar seus efeitos.

    Há contraindicações no uso do ginseng? 

    O ginseng é considerado relativamente seguro para a maioria das pessoas quando consumido em doses adequadas. Mas existem algumas contraindicações como as mencionadas a seguir. 

    Gravidez e amamentação

    O uso de ginseng durante a gravidez e a amamentação não é recomendado, pois os efeitos dessa erva sobre o desenvolvimento fetal e a saúde do bebê não são totalmente conhecidos. Algumas substâncias presentes no ginseng, como os ginsenosídeos, podem ter efeitos hormonais que podem interferir na gestação.

    Distúrbios Hormonais

    Pessoas com condições sensíveis a hormônios, como câncer de mama, de útero, de ovário, endometriose e miomas, devem evitar o uso de ginseng, pois ele pode ter um efeito similar ao estrogênio, o que pode agravar essas condições.

    Distúrbios de Sangramento

    O ginseng pode ter um efeito anticoagulante leve, o que pode aumentar o risco de sangramentos. Portanto, pessoas com distúrbios de coagulação, como hemofilia, ou que estejam usando medicamentos anticoagulantes (por exemplo, varfarina, heparina ou aspirina), devem evitar o ginseng.

    Problemas de Pressão Arterial

    O ginseng pode causar variações na pressão arterial. Em algumas pessoas, ele pode elevar a pressão, enquanto, em outras, pode reduzi-la. Indivíduos com hipertensão ou hipotensão devem usar o ginseng com cautela e somente sob orientação médica.

    Uso de medicamentos que atuam no sistema nervoso central

    O ginseng pode potencializar ou antagonizar os efeitos de medicamentos que agem no sistema nervoso central, como antidepressivos, ansiolíticos e estimulantes. Isso pode aumentar os efeitos colaterais ou reduzir a eficácia dos tratamentos.

    Interações Medicamentosas

    O ginseng pode interagir com vários medicamentos, afetando a eficácia ou aumentando o risco de efeitos colaterais. No caso de anticoagulantes (como a varfina), ele pode aumentar o risco de sangramento. Com os antidepressivos inibidores da MAO (como fenelzina), o ginseng pode causar dor de cabeça, tremores e insônia.

    Ao interagir com medicamentos para diabetes, pode potencializar o efeito hipoglicemiante, levando a uma queda perigosa nos níveis de açúcar no sangue. E se consumido com estimulantes (como a cafeína), pode intensificar os efeitos estimulantes, resultando em sintomas como nervosismo, insônia e palpitações.

    No caso de dúvidas, qual médico procurar? 

    Se você está considerando o uso de ginseng, consulte um profissional de saúde. O clínico geral pode fornecer orientações sobre o uso do ginseng e avaliar possíveis interações com medicamentos que você já esteja utilizando. Já o nutricionista pode ajudar a incorporar o ginseng a sua dieta, ajustando o consumo às suas necessidades. 

    Antes de iniciar o uso do ginseng, especialmente em doses elevadas ou em casos de condições médicas preexistentes, é fundamental buscar orientação médica. 

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